quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Conselhos aos autores independentes

As publicações de autores independentes são a maior fatia de vendas das principais plataformas de auto-publicação ( Amazon, Barnes&Noble) que vieram possibilitar a centenas de autores que viram recusados os seus trabalhos pelas editoras tradicionais, realizar o seu sonho. Mas, nem tudo são facilidades e, só quem apresenta qualidade consegue singrar no meio. 
  • Em primeiro lugar tem que apresentar uma história e um texto bem escrito, nada pior para um autor que apresentar erros, por isso, reveja dez, vinte vezes o seu têxto, ou arranje um revisor ( é um serviço caro), ou, peça a alguém de confiança que lhe reveja o livro. 


  • Em segundo lugar, tenha noção que os olhos são os primeiros a "comer" o livro e, se a capa não for atrativa, o leitor não lhe vai pegar. Se domina os programas Ilustrator, Photoshop, poderá efectuar uma boa capa. A plataforma da Creaespace contém todas as explicações  em inglês de como efectuar a capa por sua conta. Ou contrate um bom designer de capas, que lhe crie um tipo de capa pela qual o leitor passe a identificar os seus livros. Todos os autores têm um tipo de capa. 


  • Em terceiro lugar crie uma página de Facebook, Twiter, Pinterest...onde possa anúnciar os seus livros e interagir com os seus leitores. Não venda os livros, anúncie, aos poucos, conquista leitores que vão trazendo outros. 


  • Faça amizades com outros autores independentes com quem possa partilhar esta dura tarefa de ser escritor independente. Os colegas escritores independentes, não são seus concorrentes, são aliados. Foi com a generosidade da escritora brasileira Cristina Pereyra que eu aprendi sobre a autopublicação. 


  • Se escreve em português não tenha ilusões sobre o número de livros vendidos. A amazon só existe em português do Brasil e a percentagem de livros vendidos é muito baixa. A percentagem alta de vendas de autores independentes acontece na amazon americana e inglesa. 


  • Quer vender livros como autor independente? Traduza para outras linguas, sobretudo para inglês. É caro? É sim, mas existem outras possibilidades. Procure nas plataformas online de freelancers. Há profissionais a fazerem a tradução por preços bem acessiveis, mas...há sempre um mas...no final a revisão tem que ser feita por um nativo da lingua, senão arrisca-se a que as expressões idiomáticas sejam autenticas anedotas e, isso será mau para o escritor. 


  • Um escritor independente, vive de vendas e de criticas. Prepare-se para ter criticas negativas. Todos têm. É a garantia que as suas criticas são genuinas. 


  • E, por último, se é autor independente e conseguiu sucesso com um livro, saiba que tem que continuar a escrever para replicar o fenómeno. Ainda não é um fenómeno ( agora estou a brincar), continue a escrever de igual forma. Só publicando pode ver o seu trabalho reconhecido. Há autores independentes que vivem da escrita, em quase todos os países. 

domingo, 25 de janeiro de 2015

Novas aventuras

Depois de um ano de publicações em Português comecei a pensar em traduzir os meus livros para outras linguas para poder alcançar um maior número de leitores. O primeiro livro a ser traduzido foi "Brincos de Princesa" e será publicado em inglês no principio de Fevereiro, esperamos com esta tradução ( eu e a a Zoom Mind artes digitais, a empresa que me está a ajudar) chegar ao mercado inglês e americano. Está também colocada a hipótese de traduzir para Espanhol. 

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

De que falam os escritores?

Quando comecei a escrever todas as pessoas me perguntavam sobre que escrevia e, sempre que dizia que escrevia romances que contassem uma história de vida, havia sempre um sorriso ou outro, como se fosse um género literário menor. No entanto, quase todas as pessoas que conheço os lêem. Outros, colegas escritores que pretendem marcar a diferença no mundo literário, dizem com alguma arrogância que «eu não escrevo romances, andam todos a escrever o mesmo», mas no entanto é isso mesmo que fazem, tentam é dar-lhe um ar intelectual, sempre tentanto imitar génios como Saramago, Tolkien...e por aí fora que a lista não teria fim. 
Assumo que gosto de ler e escrever romances. Os escritores escrevem sobre aquilo que sabem e é o que faço. Se existisse uma categoria literária " estórias de vida", seria aí que me encaixava, mas não deixaria de ser um romance. Parafraseando um escritor inglês que colabora com a Createspace na ajuda aos autores indie, também que não tenho pretensões a mudar o mundo, escrevo porque gosto de seguir o desenvolvimento das minhas estórias e dos meus personagens e, há quem me leia e goste. 
Se eu acho que os escritores mudam o mundo? Sim acho, mas não serão todos e, eu não sou esse tipo de escritora. Escritores escrevem sobre o que sabem, embora em todos os géneros literários, se quiserem fazer um trabalho sério, tenham que pesquisar bastante sobre o tema que escrevem, no entanto há escritores que pelo conhecimento e genialidade que possuem deixam um autentico legado de obras que se destinam ao aparelho pensante do homem, pretendem e conseguem mudar mentalidades.  
Os meus livros, são livros de entretenimento embora alguns deles falem de assuntos sérios da aréa da psicologia, a minha profissão. A minha inspiração para escrever vem do conhecimento que possuo sobre as motivações humanas, sobre o comportamento social e psicológico do ser humano e pretendo sempre deixar qualquer coisa para pensar. Em ANNA e GABRIELLE, abordo o tema do incesto, em BRINCOS DE PRINCESA falo da condição da mulher muçulmana e da loucura dos homens, e em SONHOS ADIADOS, abordo as doenças sexualmente transmissíveis e as relações amorosas. Falo de pessoas, alegrias, tristezas, mudanças de vida, perdão, lutas internas, e viagens. 

sábado, 17 de janeiro de 2015

Escolha dos cenários

Foto da autora ( Maiorca)
Quando pensamos num livro, pensamos nos cenários, porque ao ler, o leitor faz uma viagem também. Quantos livros já leram que vos proporcionaram viagens de sonho, mesmo nunca tendo estado nos sitios descritos pelo autor?

Os cenários, tal como os personagens marcam o livro e ficam gravados na nossa memória. A memória é selectiva e guarda a informação pela importância que tem para a pessoa. Se eu gostar de determinado país, absorvo tudo o que oiço ou leio sobre ele. Se me vierem com uma descrição de um quadro abstracto, pois de certeza que não vou reter nada, porque simplesmente não aprecio. Nos cenários das cenas dos livros é a mesma coisa. Uma vez uma leitora do Wattpad disse-me que a forma como eu descrevi o Dubai prendeu-a até ao fim do livro. Conheço o Emirado pelo que apenas conduzi os leitores pelos sítios através dos meus olhos. É assim que os escritores fazem. Elisabeth Adler é magistral na forma como o faz, todos os livros dela contêm belos cenários que nos fazem sonhar.

 Lembro-me do livro de Lesley Pearse, Segue o coração e da descrição que ela fez da pradaria do norte da américa, no trilho do Oregon, das montanhas e do rio e ainda as revejo mentalmente como na época em que li o livro.

Mas como é que escolhemos os cenários? Simples. A internet é uma óptima ferramenta para escolher cenários, bem como a experiência do escritor. Pessoalmente gosto de usar os lugares e países que conheço, para localizar os meus romances. Vou dar-vos o exemplo do meu próximo livro no qual estou a trabalhar ainda o Plot e o desenvolvimento da história, personagens e organização do romance por capítulos. Precisava de um sítio descontraído e fora de Portugal (escolhi Maiorca, ilha que conheço bem) e de uma casa antiga em Maiorca que pudesse utilizar para as cenas do livro. Recorri à internet e seleccionei uma casa com 150 anos, recuperada, e que está à venda. Gravei as imagens para poder usar quando fizer a descrição das cenas. Claro que se mantém sempre o anonimato quando ao imóvel, para evitar confusões com os proprietários, ou, caso tenhamos a autorização, quem sabe até se os proprietários vão ficar orgulhosos de terem a sua casa a servir de cenário para um livro. Cada escritor encontra a melhor forma de conseguir os seus cenários, mas acreditem que todos o fazem. Podemos sempre imaginar um cenário, mas se não se trata de um livro de fantasia, convém não inventar cenários pouco reais, isso descredibiliza o livro e o escritor. Força nesses dedos e boa escrita.   

sábado, 10 de janeiro de 2015

Elisabeth Adler - Casamento em Veneza e outros livros

Descobri esta autora há muito tempo nas prateleiras das livrarias, mas só há poucos meses resolvi pegar num dos livros e comprá-lo. O primeiro que li foi "Casa de Campo" e apesar de ter gostado do enredo, não fiquei deslumbrada com a história. A autora tem um escrita muito fácil de ler sem demasiado simplista. Constrói bem os enredos e não usa cenas de sexo muito ousadas, mantêm o leitor a imaginar o que se poderá passar sem descrever na integra. 
De seguida li "Regresso a Itália" e rendi-me. A trama da história é interessantissima, as personagens fortes, bem construidas e cativantes e a compulsão a ver o que vem a seguir, faz-nos ler o livro de rajada. Mas, o que mais me fascinou foi a forma como mistura a paisagem dos locais com o desenrolar da acção. Este livro, especialmente por ser passado no sul de Itália ( que conhecço bem) fascinou-me por completo. Recomendo. 
Acabei há dias de ler "Casamento em Veneza" e foi outra surpresa muito agradável. Um enredo digno de policial misturado com um romance que parecia obvio mas que a seguir muda o sentido por completo, tudo isto passado nos cenários de Xangai, Paris, Mónaco, Veneza e Carolina do Sul nos USA, foi fantástico. 
Gostei tanto da escrita da autora que já estou a ler " Viagem a Capri" que se está a revelar fantástico também. Sem dúvida uma autora a ler, e, quem imagina que são livros de cordel, engana-se, são histórias fascinantes, ou não fosse uma das autoras mais lidas no mundo. 

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Livro "MEUS PAIS, MEUS ESPELHOS"



Hoje venho apresentar-vos o meu outro livro,escrito com o meu nome. O livro é o resultado de um projecto feito há alguns anos, com mães, num Centro de Saúde e que tinha como objectivo sensibilizar os pais e mãe para algumas etapas da vida emocional da criança muitas vezes desvalorizadas. O livro é curtinho, tem quarenta páginas e contou com a prestimosa colaboração da pintora Isabel Aldinhas que fez 10 aguarelas que ilustraram o projecto e mais tarde o livro. Os originais das aguarelas estão na sala de espera do meu consultório. O livro fala da importância do olhar materno, como espelho da criança, do desmame, do treino do asseio, das birras, da fase exploratória...etc. 
O livro é apresentado no ponto de vista da criança, que conduz os pais pela forma correcta de actuar. 
O livro existe em versão papel e em ebook na amazon. 


Trecho do Livro

"Olá! Sou o Salvador. Estou ao colo da minha mãe. Ela olha para mim e eu olho para ela. Assim apreendo o amor dela, e vou percebendo quem sou, que existo. Quando ela me olha é como se me visse nos olhos dela…se ela não olha para mim, faço qualquer coisa para ela o fazer. Faço caretas com a língua, olho muito para ela e sorrio, sim eu nasci há dias mas já respondo aos sorrisos da minha mãe.
- Ufa! Ela já olhou…que bom!
 - Mas às vezes não preciso de fazer nada, ela passa horas a olhar-me…gosto tanto. É uma boa mãe! E quando vem o pai, ainda gosto mais…é diferente…é outra voz, também me embala e sorri para a mamã. Os meus pais estão muito felizes com a minha chegada. Sei que vou ser uma preocupação para eles, mas sinto-me tão amparado que vai tudo correr bem. A mamã por vezes ainda fica aflita quando me dói a barriguinha, são os meus intestinos que se estão a habituar ao leite materno, mas logo vai passar. Os meus pais conversam muito comigo, faz-me bem ouvir vozes humanas, é assim que aprendo a linguagem, desde que nasci que oiço as vozes deles e já as distingo. A minha mamã já me entende muito bem, percebe os meus diferentes tipos de choro: tenho fome, tenho frio, tenho calor, tenho sono, estou cansado – sim, os bebés também se cansam-, tenho a fralda suja. Quando tenho fome ela aproxima-se de mim e diz:
- Oh meu querido Salvador! Já sei que tens fome, vamos já tratar de ti. Depois de mamar o quanto eu quiser, ela muda-me a fralda e eu fico tão confortável que durmo de imediato.
Por vezes também já faço umas birras para chamar a atenção, ela percebe e não corre logo – deixa-me chorar um pouco, muito pouco-, e só depois vai perguntar o que eu tenho. E, ela sabe logo:
- Queres colo não é meu querido?
E lá vou eu para o sítio onde me sinto mais seguro: para os braços dela. Quando estou acordado quero ficar junto da minha família. Se ficar muito tempo sozinho assusto-me."


segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Leitores Beta

Quando se fala de autores independentes, temos que falar necessáriamente em leitores Beta. Porquê? Porque ao contrário dos autores que publicam nas editoras convencionais, não têm quem faça uma primeira apreciação dos seus escritos. O leitor Beta é o leitor lhe vai dar feed-back  de uma forma honesta, seguindo alguns parametros.
  • Compreensão da trama, e se tem uma história que prende o leitor
  • Se tem buracos no desenvolvimento do seu romance
  • Se há desfazamentos temporais
  • Se há erros históricos ou alguma descrição desadequada
  • Se tem muitos erros gramaticais
  • Se tem excesso de palavras desnecessárias ( isto se você pedir, caso contrário não fazem)
  • Se o final é coerente com a história...
  • O que é que ele ou ela, leitor Beta, sentiram quando leram o livro. 
É fácil encontrar leitores Beta? Não, não é. 
Então como é que os autores independentes devem fazer para terem um primeiro feed-back sobre os seus trabalhos? 
Devem encontrar um grupo de leitores e escritores que o ajudem nesse sentido. Há plataformas para leitores e escritores, como a Wattpad, em que se pode inscrever e os leitores vão tendo acesso aos seus livros e deixando os comentários. Não são leitores beta porque vamos criando uma relação com essas pessoas, mas ajudam a perceber o sentido e a aceitação do livro.  
Esses leitores são verdadeiros? 
Na sua maioria sim, é dificil arrancar comentários, sobretudo não sendo da nacionalidade da maioria dos falantes da lingua, mas há leitores que se entusiasmam com a história e acompanham até ao fim. Pessoalmente tenho uma boa experiencia com a plataforma do Wattpad, e só não tenho maior interação por falta de tempo para ler obras de outros autores. Quanto mais  interagir com outros escritores, maior será o numero de respostas que terá. Quando escrevi o meu primeiro livro, uma das leitoras chamou-me a atenção para um buraco na trama e para a discrepencia das idades, e, essa "critica" foi extremamente util. Todos sabemos como é dificil desligarmo-nos do que escrevemos e detectar os erros sejam de que tipo forem, desde gramática, expressões usadas demasiadas vezes ou falhas no plot. 
Atenção, familia e amigos ( a não ser que sejam muito sinceros mesmo) não servem de leitores Beta. 

Boas leituras e escritas e quem escreve busque os seus leitores Beta. 


sábado, 3 de janeiro de 2015

Só escrever, ou escrever e ler?



Onde vão os autores buscar tanta inspiração que lhes permite criar personagens de todo o tipo de seres humanos e outros menos humanos, tais como elfos, libisomens, lobos, vampiros e por aí fora. Ora bem, em primeiro lugar a criatividade é algo que se estimula. Mas como? Lendo, lendo, lendo. Quem não lê, seja lá o que for, não desenvolve o pensamento e por conseguinte a criatividade. 
Stephen King, no manual Escrever: Memórias de um Ofício, afirma de forma peremptória que « Se você não dispõe de tempo para ler, então também não tem o tempo nem os instrumentos para escrever». Correcto e afirmativo. Devorem os clássicos e as obras mais recentes; os volumes premiados e os que vendem mais. Perceba o que faz aquele género vender mais e o outro não, mas atenção, não vá escrever num género literário, só porque vende muito, é necessário que se sinta bem a escrever esse tipo de texto. Todos os autores lêem outros livros idênticos, comparam, vão tirar ideias, comparam estilos de escrita, etc. 
Pessoalmente escrevo tanto como leio. Por mês devo ler em média três a quatro livros de mais ou menos 400 páginas cada, e, muitas vezes, arranjo forma, de desbloquear alguma cena que está dificil de escrever. 
Pode um romance incendiar a imaginação do leitor? Sim claro. A biblioteca de um escritor deve ser a mais completa e perigosa arma para alimentar a fantasia. Leia, releia, rabisque os livros e dobre páginas se isso for confortável para si, mas se quiser escrever, use e abuse da leitura em primeiro lugar. 
Como Jorge Luis Borges SEMPRE IMAGINEI QUE O PARAÍSO FOSSE UMA ESPÉCIE DE LIVRARIA, desde que tinha mais ou menos dez anos e passei a devorar livros, desde Hans Christien Andersen, até ao Vermelho e Negro de Stendhal.