A amazon.br brindou-me com esta deferência. Ter dois livros nossos, numa seleção desta monta, é um orgulho e uma honra. Confira aqui e aqui.
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segunda-feira, 3 de junho de 2019
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
Jardins de Luar - livro em papel.
Excerto do livro
"Isabel
fez uma ligeira vénia com a cabeça e permaneceu sentada enquanto ele saia da
sala de refeições. Devia ter perto de um metro e oitenta – algo raro nos homens
alentejanos- e, o porte atlético de cavaleiro experiente. As calças castanhas
justas às pernas, enfiadas nas botas de montar e a casaca verde-escuro com
botões dourados, realçavam-lhe a cor dos olhos. Não sendo propriamente um homem
bonito era muito másculo. Mas, o que mais surpreendia Isabel era a forma como
este homem detentor de um título de nobreza tratava os seus serviçais. Todos os
criados gostavam dele, embora todos dissessem que não o queriam ver enfurecido,
não queriam ver o lado mau dele. Já tinha percebido que deviam confundi-lo com
o velho conde seu pai, esse sim, um ser humano irrascível, segundo a cozinheira
lhe contara.
Há
muito tempo que não montava. Quando vivia na casa do pai tinha uma égua só para
si. Que saudades de sentir o vento na cara e no cabelo quando galopava pela
planície! Subiu as escadas e procurou no velho baú a roupa de montar. O
desconhecimento acerca do convento era tal que imaginou que lá, pudesse
continuar a fazer as actividades habituais, por isso colocara no baú, quase
toda a roupa que possuía.
Vestiu-a
rapidamente e encaminhou-se para a estrebaria. Era nestas alturas que se sentia
livre. Esta roupa era bem mais confortável que as anquinhas e os espartilhos e
depois não havia nada que lhe agradasse mais que estar montada numa cela.
Com
cautela entrou no edifício escuro a cheirar a cavalo e, Inácio, um dos moços da
estrebaria apareceu na porta quando ouviu o som das botas na pedra do chão.
Tirou o chapéu em sinal de respeito e disse:
-
Menina Isabel em que posso servi-la? –os seus olhos riam-se sempre que a via.
Inácio
tinha sonhos molhados com Isabel desde que ela fora viver para o Solar de Santa
Maria.
- Há
algum cavalo que eu possa montar? Não o faço há muito anos e gostava de
experimentar de novo. –confessou.
- Oh diacho menina! Os cavalos do conde são
todos ariscos.- disse para lhe meter medo e fazer-se de valente.
– Olhe que eu sou um bom cavaleiro e já me
atiraram ao chão algumas vezes. – vangloriou-se.
- Que
tal o “Arisco”? – disse uma voz grave e ligeiramente rouca atrás de si.
Manuel
Afonso dera pela presença dela assim que entrou dentro da cavalariça. Cada vez
estava mais intrigado. Quem era esta rapariga? A madre superiora não lhe contou
toda a história dela quase de certeza. Por educação não queria perguntar, mas
algo lhe dizia que havia um segredo em torno dela.
Inácio
fez uma vénia com o chapéu de pele curtida e ficou mudo.
-
Estava eu a dizer que lhe podes preparar o Arisco.
Parece que a menina Isabel me vai acompanhar hoje.
Ficou
perplexa e sem saber que dizer. Não queria ir com ele. Queria ir sozinha e
andar livremente pelo campo.
-
Perdão…não era minha intenção…só queria experimentar… se ainda sei montar. – disse
aos solavancos e muito corada. – Não quero incomodar vossa senhoria.
- Nada
melhor que a minha companhia para testar as suas habilidades. No caso de falha
estarei lá para a apanhar.
Quanto
mais sério dizia as coisas, mais interessante ficava. Tudo nele transpirava
homem - roupa, cheiro, gestos, e sobretudo a voz muito máscula. Conhecia-lhe a
voz à distância. Era inconfundível.
Tinha
a resposta na ponta da língua mas refreou-se. Não era adequado responder-lhe na
presença de outras pessoas. Não queria ofendê-lo, mas o conde estava a começar
a jogar um jogo perigoso para uma mulher virgem e sem experiência. Estava a
adorar o pagode, mas sentia que a qualquer momento podia perder a sua
inocência. Ou estaria enganada e o homem era apenas mordaz?
Inácio
apareceu com os dois cavalos arreados pela mão e entregou-os nas mãos do conde,
pelas rédeas. Manuel Afonso puxou um dos cavalos para perto dela- o branco com
um porte majestoso – e ajudou-a a subir para a sela. Para seu espanto Isabel
pôs o pé no estribo e saltou escarranchou-se na sela como os homens. A saia
dela abria-se a meio como se fossem calças quando montava. Muito engenhoso. Nunca
vira semelhante coisa. Todas as mulheres que conhecia montavam sentadas de
lado. Não queria perder esse espectáculo por nada.
Olhou
para ela com admiração, mas não fez comentários. Essa centelha de espanto que
lhe passou pelo olhar não escapou a Isabel.
Pôs o
pé no estribo, saltou com agilidade para o cavalo castanho e disse-lhe:
-
Pronta para uma cavalgada? – quis atormentá-la. Na realidade era noutra
cavalgada que pensava. Desde que a vira nua ao luar que não pensava noutra
coisa, senão em…
Ela
fez uma cara de dúvida e disse:
- Não
me parece. Hoje quero ir com mais suavidade. – e nem percebeu o sentido duplo
que a frase continha.
Com um
sorriso irónico nos lábios carnudos ele respondeu-lhe.
- Como
quiser. Vamos então. Será sempre ao seu ritmo.
O
duplo sentido da frase não lhe escapou. O jogo de sedução era real, não era
fruto da sua imaginação.
Passo
a passo, os cavalos – habituados a andarem juntos- seguiram pela estrada de
terra. Isabel sentiu-se noutro mundo. O mundo que ela imaginara poder viver um
dia. Nem que fosse por momentos tinha que experimentar viver a liberdade que
tanto almejava e que lhe tiraram há cinco anos. Se a felicidade era algo
parecido com o que estava a viver, então sentia-se feliz. A única sombra que
pairava por ali era a da partida do conde, como lhe fora dito quando foi para o
Solar de Santa Maria. Isabel ficaria com Teresa e Leonor viria para o
continente algum tempo depois para se juntar à filha e, nessa altura o jovem
conde regressaria ao Brasil para administrar a fazenda dela. "
domingo, 7 de dezembro de 2014
Publicar um livro. Onde?
Imagem retirada da internet
Quando decidi publicar
os meus livros na amazon nunca pensei sequer vender um, e foi com muita alegria que vendi o primeiro, já lá vão alguns meses. Através de sites e blogs fui descobrindo as
possibilidades que existem para um autor independente, e acreditem que são
muitas. Com um romance escrito há algum tempo “Gabrielle” resolvi fazer a
experiencia nas duas plataformas da amazon. O livro vendeu cerca de trezentos
exemplares e creio que não foi mais porque o tema é um tanto denso, não é sobre
sexo nem água com açúcar, os géneros que vendem muito na Kindle do Brasil. Os
dois livros que publiquei a seguir foram iguais em número de vendas e têm-se
aguentado nos primeiros 20 a 30 primeiros lugares o que para uma autora novata
é um feito fantástico. Existem centenas de livros esquecidos nas páginas da
amazon que nunca vão ter qualquer hipótese de vender, por falta de empenho dos
autores em publicitá-los. Estou a preparar-me para publicar noutras plataformas
tais como a Kobo, Bubok,Google Pay, mas por enquanto só vos posso falar da
amazon, onde tenho os meus livros disponíveis. Neste momento retirei “Gabrielle”
que vai ser reescrito e novamente publicado em dois livros distintos, uma vez
que a temática do livro ( o incesto) requer um tratamento mais aprofundado.
Publicar em
português é complicado em termos de mercado, pela questão da língua, mas ao
fazer publicidade aos livros no Brasil, comecei a vender, especialmente ebooks.
Não vou escrever sobre o processo de autopublicação, é muito simples, basta
inscreverem-se no site (createspace.com para livros físicos ou kindle para
ebooks) e seguir os passos. Claro que é preciso ter uma obra escrita uma nova
porta abre-se para realizar o seu sonho. Há milhares de autores independentes a
publicarem na amazon e muitos (os que apresentam qualidade) já vivem disso. Descrevo
abaixo as vantagens de publicar nas plataformas da amazon.
O autor sabe
quantos livros vendeu no momento em que essa venda se realiza. O relatório é
on-line, simples e atualizado minutos depois que acontece a venda.
2 – A Amazon já é
uma montra para o autor, muito mais que os sites de editoras que publicam autores
independentes e que deixam os livros esquecidos sem nunca fazerem nada pela sua
promoção. O autor tem o seu público, o público que conquista nas divulgações em
redes sociais e o público consumidor de livro digital próprio da Amazon. Ou
seja, aumenta a sua visibilidade no mercado e há medida que vai publicando vai
sendo conhecido e vendendo mais.
Não há
intermediários entre o dono da propriedade intelectual e produto em si e a loja
onde esse produto será vendido. Se o autor quiser entregar um produto sem
tratamento diferenciado de capa, diagramação e revisão, ele está livre para
diminuir a qualidade do seu trabalho à vontade. No entanto, se o problema for
com formatação, a Amazon manda e-mail pedindo para o autor melhorar nesse
aspecto e só deixa concluir o processo quando não existirem erros. Posteriormente
farei um post sobre o processo da publicação.
4 Preço de e-book
cabe no bolso de todos e além de haver inúmeras promoções com descontos e até
de livros gratuitos caso se inscreva no KD select, um programa de promoção que
pode usar conforme entender, continua a ser mais acessível que o livro em
papel. Para o escritor da Amazon vale mais os comentários no site do que as
resenhas em blogs. Os clientes da Amazon lêem e levam em consideração tais
comentários e avaliações e é para esse público que o seu livro estará exposto.
Pagamentos.
Com a Amazon, o pagamento é depositado ao fim de 60 dias para os ebooks
vendidos no Brasil, a partir do momento em que fizer a quantia de 100 dólares. Nas
restantes lojas é pago mensalmente. Não é difícil vender 100 dólares de ebooks
nesse espaço de tempo para um autor estrangeiro ao contrário do que se possa
pensar.
Marketing.
Pode contar com os seus leitores mais fiéis que fazem publicidade nas redes
sociais (convém ter uma página de Facebook, tweeter, pinterest…), No entanto, a
Amazon dá uma grande ajuda ao seu autor ao convidá-lo a participar da “Oferta
do Dia” e ao divulgar o (s) seu (s) livro (s) nas newsletters que envia aos
seus clientes. O autor não está com o seu livro num site jogado às traças.
A Amazon
oferece aplicativos de leitura gratuitos para serem usados no PC, celular e
tablet. Não é preciso ter leitor de e-book. E quem tem outro e-reader (como o
Kobo, por exemplo) pode sempre ler no tablet, computador etc.
Como a
publicação teoricamente é de graça (não, a Amazon não cobra nada para
publicar), você tem de ter em mente que não conseguirá fazer tudo sozinho, a
não ser que seja um designer profissional, um diagramador profissional e um revisor
profissional, além de escritor profissional, que é a pessoa que domina as
ferramentas da profissão, o que inclui a língua portuguesa. A amazon tem
serviços profissionais que disponibiliza a um preço justo, mas mesmo assim é
difícil para um escritor no início pagar esses preços, a não ser que tenha
outra fonte de rendimento muito bem paga. Nesse caso tem que fazer tudo sozinho
e ter o tripo do cuidado. Os erros passam em frente aos nossos olhos sem os
conseguirmos ver e dão mau aspecto ao livro. Então o que deve fazer? Arrumar o
manuscrito durante um tempo na prateleira e fazer a revisão mais tarde. Mas
esse assunto fica para outro post.
Capas- na
plataforma da createspace pode através da ferramenta do site, fazer uma capa
com muita qualidade (inclusive inserir fotos suas), e podem acreditar que os
livros ficam tão bons como nas editoras convencionais. O mesmo sucede na
plataforma dos ebooks, na Kindle. Mas, como todo o autor convém ter o seu
próprio modelo de capas, esse pormenor passa a possibilitar aos seus leitores
reconhecê-lo onde os seus livros estiverem. No meu caso tenho a sorte de ter um
designer de Mídias digitais em casa, o que me facilita a tarefa em todos os
aspectos. Compro as imagens num site ( One Dollar Photo) e concebi o meu próprio modelo
de capas.
sábado, 29 de novembro de 2014
Book trailer de Jardins de Luar
Excerto do livro.
Com quem é que ele não queria cometer um pecado? Quem seria a mulher
de quem ele estava a fugir? Seria dela? Não teria decerto interesse suficiente
para levar um conde a fugir dela. Ou teria? E depois, porque não podia tomá-la
para si, como fazia certamente com as outras? Seria assim tão detestável?
Uma névoa densa toldou-lhe o pensamento e a raiva apareceu sem que a
conseguisse controlar e, pior que não se conseguir controlar era desconhecer a
proveniência do descontrolo. Acaso teria pretensões a ser amada por um homem na posição
dele? Um nobre jamais iria olhar para uma rapariga que imagina da plebe, ainda
que seja versada na escrita e na leitura e tenha mais cultura que ele. Sim, era
muito mais culta. Na realidade quase todos os nobres eram uns labregos
ignorantes. Vestiam-se com roupas de veludo e emproavam as caras e os cabelos
imitando os franceses, mas a ignorância era visível. Talvez ele não fosse
assim, mas a raiva que tinha aos homens estava a ser canalizada para a pessoa
do conde de Évora Monte.
Afastou-se do corpo dele com brusquidão deixando-o boquiaberto e a
pensar no que teria feito agora. Ergueu-se ajeitando a saia de montar e, com o
rosto vermelho de despeito encarou-o profundamente, estendeu o dedo indicador perigosamente
na direcção de Manuel Afonso – hábito que lhe valeu muitos castigos em criança-
e disse:
- Faça muito boa viagem Vossa Senhoria e oxalá não apanhe
tempestades como as que causa. Passar bem. Não se incomode de algum dia voltar
e…- continuava de dedo estendido.
- Não gosto nada de si, ouviu? É uma pessoa detestável.
O céu continuava escuro e a trovoada não cedia. Sair no meio de
tamanha borrasca era tolice e perigoso. Com uma agilidade que as senhoras não
costumam ter, desamarrou as rédeas do cavalo, colocou o pé esquerdo no estribo
e saltou para a cela esporeando o animal que reagiu de imediato e largou a
galope chuva adentro.
Manuel Afonso ficou sem reacção. Esperava tudo menos raiva da parte
dela. Ficou a vê-la galopar à chuva em direcção ao Solar de Santa Maria com os
cabelos soltos a agitarem-se ao vento. Uma imagem bela apesar de trágica. Que
mulher decidida e opiniosa. Aquela, ninguém pisava. Sentiu aguçar-se o apetite
de a domar. Tomá-la como sua e possui-la era o que mais desejava embora não
quisesse desonrar uma virgem. Tinha a certeza que estava perante uma mulher
virgem de homem e, tinha a certeza que ela queria dizer precisamente o
contrário daquilo que deitou para fora. Aquela mulher gostava dele. Gostaria
muito de acreditar nela, mas não podia arriscar.
A chuva amainara em poucos
minutos depois da partida de Isabel e a trovoada deu lugar a um sol de meio-dia
envergonhado. Sentia fome mas não estava em condições de se sentar à mesa na
frente dela sem que tivesse uma erecção daquelas que só cediam ao fim de algum
tempo. Há muito tempo que não estava com uma mulher e até o cheiro o excitava.
A coberto da noite, do luar, podia fantasiar as mais variadas cenas eróticas,
os sinais exteriores da sua excitação não eram visíveis, mas durante o dia era
recomendável afastar-se daquela tentação.
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
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