domingo, 27 de novembro de 2016

Las Vegas - Gonçalo Coelho

Quando Luciano conhece acidentalmente a atraente Madalena em São Francisco e a leva a jantar a casa de um velho milionário do vale de Napa, está longe de imaginar que a sua vida, tal como ele a conhece, está prestes a virar de pernas para o ar. Durante a visita para jantar o milionário é assassinado e Madalena desaparece sem deixar rasto. Luciano vê a sua vida ruir a partir do momento em que a viúva o culpa publicamente por ter trazido Madalena a sua casa e coloca na praça pública suspeitas de que sejam cúmplices.

Tentando provar a sua inocência, ele lança-se em perseguição de Madalena, dando-se conta de que não sabe absolutamente nada acerca dela, nem sequer o seu verdadeiro nome. Quem é esta misteriosa mulher? Quem é esta fugitiva?

Se gosta de um livro movimentado e bem condimentado com ação, mistério e romance, então este livro é para si.

A vida de Luciano corre perigo. Linda corre contra o tempo. Com o coração a mil à hora ela faz o percurso de mota de São Francisco para LAS VEGAS mas as coisas correm horrivelmente mal. Será que ela ainda vai a tempo de as emendar? Está aí o segundo livro da série Fugitiva.


Opinião:

Este é o segundo livro da série FUGITIVA, do autor independente GONÇALO COELHO  e que publicou este mês. O Gonçalo é um daqueles autores que mereciam sair do anonimato, porque o que escreve, dentro do genéro é de qualidade. Tive oportunidade de seguir os dois livros no Wattpad e, este segundo livro supera o primeiro.
Os livros conduzem-nos ao mundo do narcotráfico através do par de protagonistas Linda e Luciano, e nos dois livros o autor fez uma apurada pesquisa sobre este submundo e quem se move nele. Da escrita do autor já disse aqui que é compulsiva - O Milagre de Yousef provou-o -, e da qualidade da sua narrativa nada a apontar: uma escrita limpa, cuidada, de fácil leitura e sem pormenores desnecessários daqueles que tornam os livros chatos e nos fazem colocá-los de lado.

O Autor, como ele próprio se define:

Gonçalo Coelho é a maior parte do tempo um cidadão comum e pacato que mora em Berlim Leste, pai de uma linda filha de três anos, casado e trabalha na gestão da qualidade num dos mais conceituados fabricantes automóveis do mundo. De vez em quando, pela calada da noite, dá-se então a metamorfose... surge o Gonçalo Coelho escritor. Alimenta-se dos retalhos do seu passado e, em particular, dos locais onde viveu (Portugal, Inglaterra, Brasil, Alemanha), das pessoas que conheceu e daquilo que lá viveu. Um dos seus habitats prediletos é o tema da diversidade cultural que acha que anda a ser tão mal tratado por esse mundo fora. Em vez de ser abordado para criar pontes, é antes abordado para desenhar fronteiras, um meio de dividir pessoas e povos através da identificação das suas diferenças. Adora criar estórias bem condimentadas com romance e acção.


Avaliado por mim em 5***** (amazon e goodreads).

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Flores da Tempestade - Laura kinsale

Christian Langland, duque de Jervaulx, é dissoluto e arrogante. Mas é também um homem brilhante. Considerado um "génio" da Matemática, está a desenvolver uma teoria revolucionária com a ajuda do notável John Timms. Porém, esta parceria só é possível graças a Maddy, filha de John. Recatada e meiga, a jovem vive para ser os "olhos" do pai, que é cego há já algum tempo. Apesar de repudiar pessoas como Christian, Maddy não consegue evitar o fascínio que sente por ele. E quando Christian é dado como morto, a dimensão do seu próprio sofrimento surpreende-a profundamente…

O tempo passa e Maddy aceita trabalhar num asilo. Uma decisão que terá efeitos inesperados pois é lá que reencontra… Christian. O duque está vivo, sim, mas irreconhecível. Vítima de um trágico ataque, é tido como louco e abandonado por todos. A começar pela própria família, que tudo fará para o manter preso e açambarcar a fortuna. Frustrado com a sua incapacidade de comunicar, Christian é uma sombra do que foi em tempos. Maddy é a única a ver nele uma centelha do homem fulgurante do passado. A jovem está determinada a curá-lo, mas nunca poderia imaginar que a sua ânsia de o ajudar fosse alterar tanto as vidas de ambos… e uni-los no desejo… e no amor.

OPINIÃO
Foi o primeiro livro que li da autora e, cinquenta páginas depois estava rendida. Adoro romances de época, mas a maioria peca por falta de originalidade. Flores da Tempestade é um romance original porque apresenta protagonistas fora do comum, mesmo sendo um romance de época: um protagonista masculino que sofre um AVC e fica com afasia, e uma jovem que tem uma religião muito restritiva quanto aos prazeres da vida. A escrita da autora é fluída, simples, e que nos impele a continuar a leitura. Seiscentas e quatro páginas de uma luta diária para fugir ao manicómio numa época em que o pouco conhecimento sobre as doenças neurológicas conduzia todos os pacientes destas enfermidades ao mais degradante tratamento que se possa imaginar.
Recomendo vivamente a leitura deste livro a quem gosta de romances de época.

Avaliado em 5 *****, por mim, no Goodreads.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Como escrever um romance


Quando pensei em escrever um romance (em 2013), tomei uma série de decisões entre as quais aprender a utilizar as ferramentas básicas, ou seja, algumas técnicas de escrita, porque sempre me pareceu que só as regras de gramática não chegavam e escrever livremente sem qualquer plano, poderia ser arriscado para uma principiante como eu.
 Bom, confesso-vos que apesar de ter adquirido algumas noções de como começar a tarefa, não tinha noção das dificuldades que se iam apresentar a partir do momento em que escrevesse a primeira página.  

Mantive-me no campo das indecisões durante muito tempo, reescrevi o começo do livro várias vezes e, cada vez que abria o computador, mudava o inicio do romance.
 O meu primeiro romance foi Gabrielle, que hoje está publicado em dois livros Anna e Gabrielle e recentemente coligi os dois num volume com o mesmo nome.

 Apesar de ter um roteiro mental, previamente definido, porque o livro é baseado em acontecimentos reais, não me podia limitar a escrever os acontecimentos sem serem trabalhados antes. Foi uma tarefa árdua que passou por muitos momentos de desespero e de obscuridade. Vou para onde a seguir? Estou a ir bem? Será que o leitor vai entender o que estou a escrever? Será que este assunto não irá chocar demasiado o leitor?

Foi com estas interrogações que nasceu o meu roteiro individual, uma espécie de fórmula que utilizo em quase todos os livros que escrevi, depois de Gabrielle, e que fui construindo ao longo de muito estudo sobre escrita criativa. Ele descreve cada uma das etapas que eu sigo para concluir o livro e, é a minha modesta contribuição para partilhar com os autores independentes que estejam a começar. 

Neste artigo, deixarei aqui uma visão geral do meu processo para escrever romances, ao qual pode sempre acrescentar o seu cunho pessoal, tal como eu fiz, porque a arte de misturar palavras e construir histórias é pessoal. Ninguém lhe pode ensinar a fazê-lo. É uma arte que não dispensa muito trabalho e dedicação, como qualquer outra. Por mais habilidoso que seja, se não praticar não evolui. 

 Desta vez não vamos falar de técnicas como por exemplo «mostrar vs dizer», gramática, ponto de vista etc…. O que vou deixar aqui é como eu transformo uma ideia num romance. Importa dizer que por vezes as ideias que tenho – e tenho mais de uma dezena anotada no meu caderno –, nem todas vão dar boas histórias. Recentemente abandonei um livro por ter chegado à conclusão que a história pouco convincente, talvez noutra altura lhe volte a pegar e o consiga escrever. Já aqui disse que anoto as ideias que vou colhendo no dia-a-dia num caderninho A5 que transporto sempre comigo.
Então, o que eu faço depois de ter a ideia é um primeiro esboço, onde constam estas etapas:
  • Ideia principal
  • Esqueleto da ideia
  • Quem são os personagens
  • Uma breve sinopse – a primeira
  •  Uma sinopse ampliada – mais desenvolvida
  • Decisão – quero avançar com a história ou não.
  • Desenvolvimento dos personagens
  • Onde se passa a história
  • Esquema do romance – em traços gerais
  • Pontos de vista do personagem
  • Histórias secundárias – se existirem
  • Primeiro rascunho 

O que é um PLOT?

É um conjunto de acontecimentos interligados entre si por causas e efeitos e que dizem respeito a um protagonista que quer alcançar desesperadamente um objectivo, livrar-se de algo, e que não consegue por via de obstáculos internos ou externos. Um PLOT simples tem que obedecer a estes cinco pontos. 


Pode dividir o seu Plot (guião) em vários passos.
Mas, o livro depende dos personagens. São eles quem dão vida à história, por isso é conveniente conhecê-los bem e muito cedo. Embora possa sempre fazer alterações ao carácter dos personagens, não é prático fazê-lo durante a escrita. Certifique-se que sabe quem eles são antes de começar a escrever. 


 Faça anotações sobre todos os personagens principais da sua história. Não se preocupe em aprofundar muito nesta fase, apenas precisa de um esboço da personalidade dos seus protagonistas, na segunda fase desenvolve mais a personalidade dos personagens.  

Agora vamos sistematizar a informação que precisa para começar a escrever. Assegure-se que possui:

UMA IDEIA para uma história, mas, antes que comece a escrever a sua história assegure-se que existem:
UM PROTAGONISTA
UM OBJECTIVO – o que é que o protagonista quer/deseja
UM LOCAL
UM ANTAGONISTA
UM PROBLEMA/dilema

Aqui está um exemplo:
Um protagonista - Marta
Um objectivo – vender as terras que os pais lhe deixaram
Um local/tempo – Covilhã 2016
Um antagonista - Daniel
Um problema – Daniel é obcecado por Marta desde a adolescência.
Coloque todas essas ideias numa única frase, como esta: Quando Marta chega à Covilhã, quinze anos depois de partir, com o objectivo de se desfazer da herança dos pais - as malditas terras - depara-se com Daniel, como se o tempo não tivesse passado.

PONTOS DE VIRAGEM

Há um conjunto de pontos de viragem na história que convém contemplar no seu livro, caso contrário corre o risco de a história não ter ritmo e tornar-se monótona. 
Cada um desses pontos pode ser interpretado de um número infinito de formas, por isso não se preocupe que sua história será como todas as outras, caso consiga estabelecer um fio condutor. Uma vez que tenha esses pontos esquematizados, refiro-me aos pontos de viragem, pode passar a um esquema mais detalhado em que define o número de páginas para cada ponto de viragem. 
Se a sua história tiver quatro a cinco pontos de viragem, terá entre 200 a 250 páginas e não precisa de ter mais. Para isso é conveniente que crie um PLOT.

Pode dividir o seu Plot (guião) em vários passos.
Mas, o livro depende dos personagens. São eles quem dão vida à história, por isso é conveniente conhecê-los bem e muito cedo. Embora possa sempre fazer alterações ao carácter dos personagens, não é prático fazê-lo durante a escrita. Certifique-se que sabe quem eles são antes de começar a escrever. 
 Faça anotações sobre todos os personagens principais da sua história. Não se preocupe em aprofundar muito nesta fase, apenas precisa de um esboço da personalidade dos seus protagonistas, na segunda fase desenvolve mais a personalidade dos personagens.  

Faço sempre uma lista para todos os personagens, antes de começar a escrever, com estas características:
  • Nome
  • Idade
  • Profissão
  • Aparência física
  • Principais características do personagem
  • O que o move ou impele para a acção
  • Resumo do seu papel na história
Antes de começar a escrever, certifico-me que o meu personagem tem um OBJECTIVO; está tentando alcançar esse objectivo mas encontra um CONFLITO; os problemas aumentam e terminam num ACONTECIMENTO COM IMPACTO; os personagens têm uma reacção emocional ao acontecimento; são confrontados com um DILEMA; os personagens tomam uma DECISÃO; o que significa que o personagem tem um novo OBJECTIVO; o personagem resolve o dilema. 
Se conseguir estabelecer um esquema como este – e não precisa de dar a mesma importância/peso a todas as etapas- então a sua história está pronta para começar. Uma história de aventuras dará um ênfase maior ao acontecimento, uma história romântica ao conflito e uma história filosófica fará o oposto. Vamos agora desenvolver as personagens.

Considere fazer uma biografia dos seus personagens com aspectos fundamentais para o livro, de etapas da infância, adolescência e idade adulta ou actual, em que conste uma lista para cada um de acontecimentos marcantes que possa utilizar mais tarde.

Faça uma lista dos LOCAIS a utilizar/descrever no livro para que possa usar mais tarde. A variância dos ambientes podem ter influência no humor dos personagens, por exemplo o outono incita à reflexão, à solidão, à introspecção, etc…etc…

Decida qual o PONTO DE VISTA que vai utilizar (primeira pessoa, segunda pessoa, terceira pessoa) e volte a verificar as suas listas e se existe alguma incongruência nos esquemas que fez. É mais fácil observar que está alguma coisa mal agora que ainda não começou a escrever do que quando tiver trinta mil ou cinquenta mil palavras escritas.

Se acha que ajuda, imprima algumas fotos de ambientes ( casas, paisagens etc) e inspire-se nelas quando estiver a escrever.
Nesta altura deverá ter todo o material compilado e um PLOT bastante avançado do seu livro, então defina os capítulos com as cenas principais desde o princípio ao fim do livro, tendo sempre por base o PLOT inicial.

Depois desta etapa está pronto para escrever o primeiro rascunho do seu livro. Mãos à obra!
Acabou o primeiro rascunho? Tem entre 40.000 a 100.000 palavras? Passe para a segunda fase.

Segundo rascunho – reescreva o livro. Esta fase é importante para aprimorar a escrita, ver incongruências, alterar factos…etc. Melhore a sua história.

Terceiro rascunho – Depois de ter aguardado algum tempo (de dias a semanas) entre estas fases, volte a reescrever o seu texto. Vai ficar surpreendido com a quantidade de falhas na gramática que encontra, pequenas coisas – mas que fazem diferença na qualidade do texto – como vírgulas mal colocadas, palavras no sítio errado entre outras falhas, que convém emendar antes da última fase.

Já finalizou a revisão do terceiro rascunho do seu livro? Então imprima uma cópia e peça a alguém - leitor Beta, ou revisor – que lhe faça a revisão final do livro ( com lápis assinale todos os erros de gramática, verifique incongruências na trama...) e sugira alterações. o ponto de vista do leitor é importantíssimo!

Faça uma última leitura depois da revisão, emende as falhas assinaladas pelo revisor, faça as alterações sugeridas e, finalmente acabou o seu livro.

Quanto tempo passou neste processo? Entre quatro meses a um ano.
Próxima etapa? Publicar. 
Até ao próximo post.

domingo, 6 de novembro de 2016

A Magia do Acaso - Tiago Rebelo



Sinopse

Sofia, secretária num escritório de um famoso advogado, casada com André, um bem-sucedido administrador de uma empresa do ramo imobiliário, e eterna sonhadora, sente-se insatisfeita com a confortável vida que leva. Num encontro improvável conhece Bernardo, um fascinante homem de negócios. Apesar do charme inebriante deste e da inesperada atracção que sente não se decide a pôr em causa o seu casamento. Mas um acontecimento inesperado encarregar-se-á de fazer tremer os pilares da vida monótona que hesita em deixar. Após inúmeros encontros e desencontros, peripécias e reviravoltas, Sofia consegue finalmente fazer uma ruptura total com a vida que levou até aqui, virar a página e entregar-se por completo a Bernardo. Os sonhos e a magia do acaso vencem sempre.

OPINIÃO
Foi o primeiro livro que li do autor. Confesso que há algum tempo que tinha esta vontade, porque fui lendo criticas positivas e porque são temas que me cativam. Gosto de literatura romântica e tenho consumido sobretudo autoras(es) estrangeiras, um pouco desiludida com a escrita massuda e chata de alguns autores nacionais. Não, não vou mencionar quem são! Há gostos para tudo e não vou nomear só porque não gostei. 

Tiago Rebelo, deve andar cá pela minha idade - não me dei ao trabalho de verificar a idade do autor - e já viveu muito certamente. Só alguém que conhece muito profundamente as motivações das pessoas, e os padrões que a vida os faz seguir, escreve o que ele escreveu em A MAGIA DO ACASO. Numa primeira leitura o livro pode parecer banal, mas não é! É muito actual, e foca com acutilância os problemas da sociedade actual.  
Uma escrita leve e límpida, de leitura compulsiva, absorveu-me três serões inteiros ao longo de 400 páginas. Os personagens são muito bem "esgalhados", adorei a Ana Paula e a Alexandra, como personagens secundárias e não vou dizer mais, para não estragar a leitura a quem pretende adquirir o livro. 
Vamos lá a ler autores nacionais porque são tão bons quanto os estrangeiros. Temos que aprender a valorizar o que é nosso, a nossa cultura e, passa por acarinhar os escritores.

Avaliado em 5 ESTRELAS,  por mim, no GOODREADS e na WOOK.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Como publicar o seu livro de forma gratuita



Publicar um livro em Portugal sem ser uma figura mediática, ou um escritor com nome feito, é uma aventura  daquelas que não trazem qualquer tipo de prazer. Se já tentou ou anda a tentar, sabe do que falo. 
 Se tiver um nome em qualquer revista socialite, pode crer que uma editora  - uma, mesmo a sério - lhe proporá um contrato e um gowstwriter que faça o trabalho por si. Basta dar o nome e a cara e em breve verá o seu livro distribuído pelas livrarias do país, como tem acontecido com muita gente que a única coisa que fizeram foi aparecer na televisão, por um motivo qualquer, que não interessa nada, mas que capta audiências. Nada contra, se os escritores que o são a sério, que escrevem os seus próprios livros e que tentam singrar no meio literário, tivessem alguma oportunidade de verem o seu trabalho avaliado da mesma forma. Nada disso se passa em Portugal. A maioria das editoras não recebem originais e as que recebem demoram meses a responder, ou não respondem, e as outras - as falsas editoras que proliferam no mercado - só querem ganhar dinheiro à custa do escritor, porque, publicam, mas pedem uma módica quantia entre mil a dois mil euros para editarem o livro e o autor fica com a tarefa de vender os livros sozinho.Uma editora a sério, não pede dinheiro pela edição do livro. 
 Algumas dessas editoras fantasmas já fazem distribuição para algumas livrarias, mas, mesmo assim, alguns autores que começaram a publicar dessa forma, escapam dessa armadilha assim que podem. Foi o caso de Pedro Chagas Freitas, cujos livros passaram a aparecer nos escaparates das livrarias com outro selo e rapidamente deu o salto na notoriedade que merece - dentro do estilo - apesar das muitas vozes que se levantam para o denegrir. Ainda me lembro de comprar dois livros ao Pedro - autografados -  e que me enviou pelo correio. Hoje basta ir a uma livraria e comprá-lo. Tornou-se bestseller de um dia para o outro.

Passemos esta fase das constatações mais que batidas.

Tem um livro escrito e está farto de correr de porta em porta sem que lho publiquem, ou pior, ninguém se digna sequer dizer-lhe «isso está uma merda, não vale nada, muda de hobby, dedica-te à plantação de nabiça, qualquer coisinha que lhe tire as duvidas», para que perca de vez as suas ilusões de ser um escritor português publicado.

Bateu na porta das FALSAS EDITORAS e viu-se esmifrado do seu dinheiro, para poder adquirir uns cem exemplares que depois ainda tem que ir vender aos conhecidos e amigos, que só por vergonha lhe dizem que sim? Não é que o seu trabalho não seja bom, mas convenhamos, os amigos e familiares raramente lêem o seu trabalho e, vender a desconhecidos, que não o conhecem como autor, ainda é mais difícil

Mandou exemplares via e-email para uma editora, acompanhado da respectiva carta de apresentação e sinopse do seu livro, há pelo menos seis meses - tanto tempo que até já se tinha esquecido - e ninguém lhe responde?

Mandou uma cópia para uma editora que abriu uma excepção  de receber manuscritos de novos autores na categoria romance e nem sequer se deram ao trabalho de lhe sugerir mudanças ou de descartarem o interesse do seu livro para a editora, fazendo-o sentir-se o pior das escritores à face da terra, mesmo depois dos seus livros terem boas avaliações numa plataforma de auto-publicação?

Pensou em auto-publicar em Portugal, numa editora portuguesa ( há várias que aceitam autores independentes) e, depois de ler o contrato percebeu que "era furada" parafraseando os brasileiros. Há pois é! Não paga para publicar, mas perde os direitos do seu livro durante anos, para além de ser ameaçado de uma série de processos, caso não cumpra o contrato. Percebeu então que não recebe nada dali, não é verdade? Esqueça. Não vale a pena. 

Caro(a) escritor como eu compreendo o seu drama! Por isso tornei-me uma adepta fervorosa da auto-publicação - à semelhança do que fazem muitos americanos, brasileiros, ingleses, espanhóis entre outros), desde que a AMAZON, KOBO, GOOGLEPLAY, ITUNES, SMASHWORDS entre outras, lançaram as suas plataformas digitais. O sucesso é de tal forma, em percentagem de vendas, que as editoras convencionais colocam lá os seus livros. 

Em Portugal não existem agentes literários que peguem no seu livro, depois de o analisarem e perceberem que tem potencial de sucesso, e o recomendem a uma editora, à semelhança do que é feito noutros países. Acham que AS CINQUENTA SOMBRAS DE GREY, tinham sido o sucesso de vendas, que foram, e são - independentemente de se gostar do género ou não - se a autora fosse portuguesa? Não, claro que não, ainda por cima porque a autora era uma desconhecida que começou a publicar o seu livro no Wattpad, uma plataforma gratuita para autores e leitores. 
Acham que o HARRY POTTER, tinha tornado a sua autora numa das mulheres mais ricas do Reino Unido se fosse portuguesa? Claro que não!
Qual a diferença entre Inglaterra e Portugal - só para citar um exemplo -, no aspecto editorial? Os ingleses não são melhores nem piores, a seriedade com que tratam a cultura e acarinham os seus autores é que é diferente. Lesley Pearse - uma das minhas autoras preferidas -, passou de funcionária dos correios para uma das autoras que mais vendem no mundo e isto depois dos cinquenta anos.  
Fantasia, Erótico, Romance são categorias da literatura como outras quaisquer. Ou não? Henry Miller, escrevia erotismo e é considerado um clássico no seu género? Annais Ninn, de igual forma...adiante. 

Todo este parafraseado só para dizer, que enquanto o mercado editorial português andar à caça de nomes sonantes e não de boas histórias, mais vale desistir e publicar por sua conta numa das plataformas digitais, que não lhe cobram um cêntimo e no final do mês lhe depositam o dinheiro dos seus royalties sem demoras na sua conta.
E vende? Quem garante que o que escreve é bom, tem qualidade suficiente? Vende sim, desde que tenha qualidade e os leitores voltam sempre em busca de mais livros seus.  
 Um dia uma proprietária de uma livraria - escandalizada por eu ter vários livros publicados na amazon, sem qualquer editora convencional por trás, também me perguntou o mesmo. 
 A resposta é simples, e igual à que dei à senhora livreira na altura: o público, os leitores, garantem a qualidade. São esses que lhe vão avaliar a sua obra. E garanto-lhe que não o enganam. Se não gostarem não avaliam, ou apontam as falhas e limitam as suas vendas, em suma, obrigam-no a melhorar ou a desistir, por isso, quando colocar um trabalho lá fora, garanta que a história não tem falhas, está bem escrita, não tem erros etc.  

Então, se faz parte dos que não encontra quem lhe publique o seu livro - seja qual for o género - , não desespere mais. Pode faze-lo na AMAZON,  AQUI,  E AQUI.  E receba o seu dinheiro AQUI.
Recomendo a amazon, porque é a plataforma que conheço melhor e, na minha opinião, mais fácil de utilizar e que disponibiliza muitas ferramentas gratuitas, para que possa publicar de graça. 


Até ao próximo post e, se quiser receber as novidades, assine por email na coluna da esquerda. Se tiver dúvidas, pode utilizar a caixa de contacto ou os comentários e terei todo o gosto em ajudar.