Você tem um romance escrito, mas está na fase de reescrever
e está indeciso como começar a sua narrativa. Pois bem, saiba que não é único escritor,
ou escritora que tem dúvidas desse género. O início, como todos escritores
dizem, é certamente a parte mais difícil. Sabemos como os leitores decidem num
curto instante se o livro merece a sua atenção ou não. Na verdade, muitas
pessoas nem abrem o livro. Eles decidem apenas com base na capa.
Surpreso! Acredito que uma capa apelativa vende um livro.
Ainda hoje comprei um de um autor que não conheço ( Flávio Capuleto, INFERNO EM LISBOA), com base
na capa. Faço isso muitas vezes. Leio muito e tento ler autores diferentes para
aprender novas formas de escrita, embora ache que já tenho a minha forma mais
ou menos definida. Quando eu passei a usar o meu nome nas capas, ao invés do
pseudónimo, uma leitora identificou o estilo antes de perceber que eramos a
mesma pessoa. Mas não é de mim que quero falar. É do seu livro. No caso de seu
livro ser comprado por um leitor, uma batalha totalmente diferente começa para si.
As suas palavras, as primeiras, são as que devem agarrar o leitor ao livro.
Quando um livro começa a descrever cenas ou pensamentos enfadonhos, isso é um
mau prognóstico. Fica com uma boa percentagem de hipóteses de ele ser
abandonado na prateleira. Acredita que nas livrarias os leitores lêem umas duas
a três páginas depois de apreciarem visualmente a capa? Pois na amazon é igual.
A amazon disponibiliza uma amostra do livro para o leitor decidir se compra ou
não. Então pense bem como deve começar o seu livro.
Como deve fazer?
O momento característico é uma cena chave na história que
prenda o leitor ao livro, que o faça querer saber mais. Não é uma posição
aleatória. Esta cena cumpre diversas funções que correspondem exatamente ao que
um leitor espera ver quando começa a ler o seu romance.
Quais são os ERROS mais COMUNS de um começo de livro?
Um personagem que acorda e reflecte sobre a vida, ou pensa
no seu amor?
Um prólogo. A maioria dos livros passa bem sem prólogo. Isso
só atrasa e baralha a leitura.
A personagem a nascer. Isso então é o cúmulo!
Mas não devo começar com esse tipo de cenas? Não totalmente
se a sua história o justificar, caso contrário esqueça isso.
Se sua história começa
com o seu personagem a acordar, e depois descobre que não há ninguém em sua
casa, ninguém nas ruas? Parece que não havia ninguém no mundo inteiro! Claro,
essa cena seria muito importante. Ele porque faz parte da história. Sem essa
cena, a história não pode continuar.
Mas se o personagem se levantar, tomar o pequeno-almoço,
cumprimentar a família, vá para a escola e é aí que a magia acontece, então não
inclua esse trecho no livro. Especialmente se você está planeando incluir o
inevitável " o personagem vai ver-se ao espelho para descrever a sua
aparência". Não faça isso!
Quanto ao prólogo, por definição, é algo que existe antes da
própria história. Muitas vezes pensamos - e eu também já fiz isso – que os nossos
leitores não poderão entender o que está para vir na história, se não lhes
oferecermos uma pequena introdução primeiro.
Mas eu desafio-o a tentar. Tente não usar nenhum prólogo,
comece directamente com a história e seja criativo com a forma como você agarra
o leitor ao seu livro.
Mãos à obra, ou como dizia o Pedro Chagas Feitas, FORÇA
NESSES DEDOS.
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