domingo, 26 de março de 2017

Novidade- Desaparecida, de Elisabeth Adler


Um novo livro de Elisabeth Adler - uma das minhas autoras estrangeiras preferidas - chegou às livrarias portuguesas. Já adquiri o meu exemplar. Pode adquirir o seu aqui. Em breve darei a minha opinião sobre o livro, que mais uma vez promete bom entretenimento. 
_______________________________________________________________________________
SINOPSE
Ao entardecer, na belíssima paisagem do Mar Egeu, uma mulher de cabelos ruivos cai da amurada de um iate de luxo. Em terra, o pintor Marco Polo Mahoney vê a queda, percebe que a jovem está ferida e assiste, perplexo, à embarcação a afastar-se deliberadamente. Marco tenta imediatamente salvá-la mas não a consegue encontrar. É como se a bela ruiva nunca tivesse existido. Mas ele tem a certeza do que viu. E está disposto a tudo para resolver o mistério.

Angie Morse acabou de ser atingida na cabeça com uma garrafa de champanhe. Caiu no mar, ferida, e os seus companheiros parecem estar a abandoná-la. O iate onde ela seguia está a afastar-se, levando consigo os supostos amigos e o namorado. E, embora cada um deles tivesse algo contra si, Angie estava longe de imaginar que quisessem vê-la morta. Agora, enquanto as ondas a tentam submergir, invade-a um sentimento apenas: raiva.


É a raiva que lhe vai dar forças para sobreviver… e também para se vingar…
______________________________________________________________________________
                     
A AUTORA

 Elizabeth Adler é britânica. Autora de vários romances é 
reconhecida internacionalmente pelas suas histórias envolventes que combinam de forma magistral mistério, amor e destinos de sonho. Os seus livros estão publicados em vinte e cinco países, com mais de dez milhões de exemplares vendidos em todo o mundo.
Adler e o marido viveram em vários países até que fixaram residência em La Quinta, Califórnia, onde passam dias tranquilos na companhia dos seus dois gatos.

terça-feira, 21 de março de 2017

5 Passos para editar o seu livro

Editar faz parte do processo de escrita e é um dos mais importantes passos para o escritor. No entanto, este passo constitui uma verdadeira dor de cabeça para quem é autor independente, ou mesmo que escreva apenas num blogue. Por norma, um autor independente que escreva em português, não ganha o suficiente para pagar a um revisor/editor que faça a revisão do texto, quer na gramática, quer no corpo do texto para encontrar buracos temporais, incongruências, ou mesmo texto supérfluo que nada acrescenta ao enredo.
Então, ao autor independente com fracos recursos não resta alternativa senão fazer todo o trabalho que está por detrás do lançamento de um livro, seja de que género for e, a edição é uma das tarefas mais importantes.
Quando comecei a escrever deparei-me com esta dificuldade e, durante algum tempo, senti-me um pouco perdida e desmotivada. A falta de experiência levou-me a publicar alguns livros, inicialmente, ainda com bastante revisão por fazer, simplesmente por pressa e a seguir tive o dobro do trabalho ao fazer a revisão de novo.
 Com o tempo, aprendi o meu próprio método, o qual partilho aqui com vocês. Normalmente faço a revisão em cinco fases.
  1. NÃO TENHA PRESSA Quando comecei a escrever, tinha pressa de publicar e, por mais que lesse esta frase em outros blogues, não entendia muito bem o seu sentido e, muito menos achava que onde eu não via erros, eles na verdade estavam lá. Sem a devida distanciação não conseguimos analisar o texto de forma objectiva.  Depois de terminar o seu livro, deixe-o “amadurecer” durante um tempo. O que é isso de amadurecer? É deixá-lo de lado alguns dias, semanas ou meses. E porque é que isso é tão importante? Porque a nossa mente está formatada para o texto que temos na mente, pois escrevemos com o nosso cérebro emocional (hemisfério direito) e é preciso algum tempo e distância para nos apercebermos das falhas, as quais só podem ser vistas com o lado racional do nosso cérebro (hemisfério esquerdo). Experimente reler um texto seu, alguns dias depois de o escrever. Vai modificar algo de certeza absoluta, porque o analisa com o lado esquerdo do seu cérebro. 
2       2 - IMPRIMA Fica um pouco dispendioso mas esta regra é essencial. Editar no computador é diferente de editar no papel. Porquê? Porque no papel vai ver os erros mais claramente. Passado algum tempo de dar o texto como pronto, imprimo o livro e peço à minha leitora Beta que faça uma primeira revisão/ apreciação. Depois de ela me devolver o texto todo rasurado, começo nova edição e emendo os erros que ela sublinhou, bem como considero as suas opiniões acerca das personagens e outros aspectos. Depois de concluída esta etapa, volto a imprimir de novo e dou o texto a outra leitora Beta que faz a segunda passagem ao texto. Volto a fazer nova revisão. E se eu vos disser que ainda é possível encontrar algumas gralhas depois destas etapas todas! É possível sim. A semana passada terminei de ler um livro publicado por uma editora, traduzido e, cheio de gralhas.

3   3 -  LEIA O SEU TRABALHO PELO MENOS TRÊS VEZES. Depois destes passos todos leia o seu livro pelo menos três vezes e, aí pode ler de forma aleatória, para encontrar falhas. Se não as encontrar, comece a considerar o seu livro quase pronto. Pessoalmente leio passagens ao acaso – desta vez no computador e na última versão editada – para perceber se o texto faz sentido.

4         4 - SEJA PERFECIONISTA. Pode parecer exagero, mas este é um conselho de alguém que não é perfeccionista e teve que aprender ao longo do tempo que na escrita, tem que ser. Não tem nada que ver com a sua história, a sua marca de autor, ou com o género que escreve. Mais uma vez tem a ver com os erros, as falhas (temporais, históricas), porque não há nada mais desagradável para um leitor do que encontrar erros, uns atrás dos outros. Encontrei essa falha numa tradução de um romance de Anita Shreve, lamentável quando se trata de uma editora que devia oferecer um trabalho cuidado.

5         5 -   RELEIA ANTES DE CONTINUAR A ESCREVER. Estou a escrever outro romance, A CÁPSULA DO TEMPO, e comecei a experimentar outro método que aprendi com um escritor português consagrado ao ouvi-lo numa entrevista a uma televisão. Diz ele que revê sempre o que escreveu no dia anterior. Faz todo o sentido e estou a gostar desta nova forma de editar. É mais demorada, mas permite-me ver falhas mais cedo e dá-me a oportunidade de corrigir o texto antes de continuar. Este método, não invalida nenhuma das outras fases. 


Por último, para o baralhar mais ainda, o perfeccionismo é algo muito difícil de alcançar e pode ter a certeza que mesmo com este crivo todo o seu livro irá apresentar erros quase de certeza, que lhe escaparam. Como leitora voraz, num li um livro, que não tivesse um ou mais erros.

Como se sente em editar o seu próprio trabalho? Que perguntas tem sobre a edição? Tem alguma dica para partilhar com outros autores, para editar seu próprio trabalho? Se tem, não hesite em deixar na caixa de comentários.


sexta-feira, 3 de março de 2017

Como criar um vilão em 10 passos


Hoje vamos falar de vilões. Sou fascinada por vilões, dão vida e sabor aos livros. Quando li FLORES DA TEMPESTADE, de Laura Kinsale encontrei uma fileira de vilões que não estava à espera. 
 Os antagonistas, também são vários, uma família inteira, o que torna o livro muito interessante, para além de que o próprio protagonista aparece no início como um individuo perverso e sem escrúpulos. Este é um bom exemplo de um livro recheado de personagens más, que dão vida ao livro.

Ora se um livro for apenas água e açúcar, perde o interesse rapidamente – pelo menos para mim - , gosto de ler grandes narrativas em que os protagonistas enfrentem muitos obstáculos. É óbvio que não é fácil inserir tanto vilão na estória e, ainda assim manter o balanço da estória.  
Existe coisa mais assustadora do que um vilão numa história? E quando imagina que ele pode saltar das páginas do livro e andar livremente entre nós. Já ouviu falar em psicopatas domésticos? São um outro género de psicopatas que não tem necessidade de matar, mas que ao nível social e psicológico causam muitos estragos nas vítimas, não lhe restando alternativa senão fugirem deles.
 Há uns anos escrevi “O Homem do Deserto” com um psicopata como vilão e depressa o livro recebeu boas críticas dos leitores.
Existem vilões em todas as formas e tamanhos. O seu vilão pode ser um adolescente que inflige dor aos colegas de escola, chegando a torturá-los. Exemplo horrível, eu sei! Ou um simpático velhinho que se esconde atrás da sua figura frágil, mas no momento oportuno, mata sem piedade e sem motivo.
Não confunda por favor, um vilão com um antagonista. O vilão é retratado como alguém que tentará tudo para deter o protagonista ou tornar a sua vida bastante complicada. Geralmente, não possui a mesma profundidade psicológica do antagonista, porque, para o escritor, é mais interessante escondê-lo nas sombras, mostrar apenas as suas características negativas e justificá-las como o seu passado, não com as suas acções actuais. Desumanizá-lo pode servir para exaltar as características do herói.
O vilão é um antagonista, porque se opõe ao protagonista, porém, um antagonista não é um vilão. Confuso? Bem, existem alguns estereótipos que ajudam a entender melhor essa relação. Por exemplo, o antagonista condiz com o estereótipo do anti-vilão e do vilão trágico, além de outros.
O seu vilão pode ser humano ou abstracto. Vilões humanos são personagens que o herói deve derrotar para ganhar um final feliz. Por outro lado, vilões abstractos são algo, ao invés de alguém, que seu herói deve superar para alcançar seu sucesso.
 O vilão e o antagonista opõem-se ao protagonista, que costuma ser o herói da história e, o objectivo da sua existência na história é gerarem conflito, para que o leitor se mantenha interessado na história. Porém, o antagonista possui características redentoras, redime-se no final da história, enquanto o vilão terá um fim triste.

Sobre características redentoras
Um bom antagonista possui a sua própria história, um passado conturbado que explique as suas acções no presente. Além disso, ele não precisa ser completamente malvado e destituído de moral; ele pode ser um personagem interessante, pelo qual o leitor sentirá simpatia. Ele pode sentir culpa por suas acções, pode ser gentil a um determinado personagem, pode ser inteligente e engraçado, ter falhas, mas também ter qualidades. E, no final da sua história, ele pode ou não redimir-se pelo que causou, mas sem causar mais dano ao protagonista.
O vilão pode ser racional ou emocional. Alguns vilões são frios, não sentem culpa pelos seus crimes. Simplesmente querem ganhar. Os vilões racionais matam ou prejudicam calculadamente, sem razão aparente e sem remorso, são os chamados psicopatas. Os vilões emocionais são motivados a prejudicar os outros por causa do sofrimento do passado e ainda tem uma réstia de consciência.

Então crie o seu vilão desta forma

1 . Mantenha-se fiel ao seu personagem e ao tipo de vilão que pensou.

2. Tenha um plano para o personagem! Não tem sempre que o cumprir, isso depende do personagem, mas mantenha o foco no personagem senão o enredo vai sofrer.

3. Não tenha medo de ser mau. É divertido!

4. A tortura é sempre um bom "talento" para se ter. Imagine um vilão a torturar uma vítima. Isso não faz de si uma pessoa má. Já imaginou como Stephen King constrói as personagens? Dessa forma.  

5. Não tenha medo dos estereótipos, os vilões são clichê, mas a execução do clichê é o que importa. Pegue no cliché e torne-o seu, formate-o e altere-o para as suas necessidades e desejos.

6. Misture e combine personagens – mantenha as pessoas no suspense e a tentar adivinhar quem é quem e, ao mesmo tempo mantenha o enredo interessante para si. Não fique sempre preso à forma, experimente todos os tipos de vilões!

7. Não tenha medo deles, abrace sua vilania e separe-se de si mesmo para criar a personagem. É como encarnar um personagem no cinema.

8. Aprecie-os como personagens e não tente colori-los com características boas. Seja mau, e seja bom em ser mau.

9. A prática faz a perfeição! Pratique.


10. Não desista! Representar um bom vilão é difícil, mas quanto melhor o vilão, melhor o herói, e mais interessante o livro.