sábado, 11 de outubro de 2014

O gosto, o cheiro e o prazer dos livros

No mundo dos livros há dois assuntos que suscitam de imediato a atenção do leitor. A comida e o sexo. Acrescento um terceiro que não faz propriamente parte desta fórmula, mas, desde que li Cinco quartos de Laranja”de Joanne Harris,passei a considerar: os cheiros. Joanne Harris escreveu um livro maravilhoso conjugando na perfeição, o cheiro da laranja, a história, a infância e as emoções. Outro livro que fala de cheiros e que todos conhecemos é “Perfume” de  Patrick Süskind.
Antes de mais evite armadilhas da escrita fácil, como lugares comuns. Um texto que lembre o rótulo do vinho de mesa nem sempre é necessário, a não ser que ajude a localizar a história no tempo e demonstre os gostos das personagens. Evite expressões como «precioso néctar»,«vinho voluptuoso»…
Centre a descrição da comida no sabor, no cheiro e no aspecto; a cor laranja da sopa de abobora, o gelado numa tarde escaldante de praia, o gosto agridoce do iogurte.
Outra fórmula que prende o leitor são os livros eróticos. Descreva as cenas quanto baste e de forma requintada para não cair na vulgaridade e tornar-se um livro pornográfico. Mas, se a sua intenção é escrever um livro pornográfico use e abuse das descrições. Fica mais apelativo e sugestivo falar de “membro viril” em vez de “pénis”, ou usar o palavrão correspondente. As cenas de sexo são sempre as mais difíceis de escrever. Pelo menos para mim. São cenas que reescrevo várias vezes. Um exemplo contemporâneo de sucesso na escrita erótica é a escritora brasileira Mila Wonder que escreve actualmente “O safado do 105” que descarrega no Wattpad e que conta uma história de abandono e medo, mas que tem a fórmula do sexo, muito sexo. Podia correr o risco de se tornar vulgar, mas a autora combinou na perfeição sexo, comida ( o personagem masculino é cozinheiro) e emoções. A autora já arrecadou mais de 2 milhões de leituras no livro.  
O primeiro requisito para se escrever sobre comida, sexo e cheiros é gostar de todos eles. Mas em vez de os usar de forma crua, é conveniente substitui-los pelo simbolismo e a dimensão cultural. Faça as pessoas mastigarem papel e tinta e dormirem com os livros e terem sensações olfactivas.


O gosto, o cheiro e o prazer dos livros

No mundo dos livros há dois assuntos que suscitam de imediato a atenção do leitor. A comida e o sexo. Acrescento um terceiro que não faz propriamente parte desta fórmula, mas, desde que li Cinco quartos de Laranja”de Joanne Harris, passei a considerar: os cheiros. Joanne Harris escreveu um livro maravilhoso conjugando na perfeição, o cheiro da laranja, a história, a infância e as emoções. Outro livro que fala de cheiros e que todos conhecemos é “Perfume” de  Patrick Süskind.
Antes de mais evite armadilhas da escrita fácil, como lugares comuns. Um texto que lembre o rótulo do vinho de mesa nem sempre é necessário, a não ser que ajude a localizar a história no tempo e demonstre os gostos das personagens. Evite expressões como «precioso néctar»,«vinho voluptuoso»…
Centre a descrição da comida no sabor, no cheiro e no aspecto; a cor laranja da sopa de abobora, o gelado numa tarde escaldante de praia, o gosto agridoce do iogurte.
Outra fórmula que prende o leitor são os livros eróticos. Descreva as cenas quanto baste e de forma requintada para não cair na vulgaridade e tornar-se um livro pornográfico. Mas, se a sua intenção é escrever um livro pornográfico use e abuse das descrições. Fica mais apelativo e sugestivo falar de “membro viril” em vez de “pénis”, ou usar o palavrão correspondente. As cenas de sexo são sempre as mais difíceis de escrever. Pelo menos para mim. São cenas que reescrevo várias vezes. Um exemplo contemporâneo de sucesso na escrita erótica é a escritora brasileira Mila Wonder que escreve actualmente “O safado do 105” que descarrega no Wattpad e que conta uma história de abandono e medo, mas que tem a fórmula do sexo, muito sexo. Podia correr o risco de se tornar vulgar, mas a autora combinou na perfeição sexo, comida ( o personagem masculino é cozinheiro) e emoções. A autora já arrecadou mais de 2 milhões de leituras no livro.  
O primeiro requisito para se escrever sobre comida, sexo e cheiros é gostar de todos eles. Mas em vez de os usar de forma crua, é conveniente substitui-los pelo simbolismo e a dimensão cultural. Faça as pessoas mastigarem papel e tinta e dormirem com os livros e terem sensações olfactivas.


quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Excerto de Jardins de Luar


Excerto do Livro
(...)A rapariga era muito competente, educada, nem parecia uma plebeia, mas estava a dar-lhe cabo do juízo. Não podia envolver-se com uma serviçal, ainda que fosse culta e mestre na arte de ensinar a ler e a escrever. Não era do seu feitio. Lá em cima, no primeiro andar, uma luz acendeu-se e as portadas do quarto abriram-se. Escondeu-se na sombra debaixo da árvore e preparou-se para assistir ao que ele considerava o seu momento de deleite nocturno. Primeiro o vestido; depois o espartilho; depois o corpete e os calções e finalmente as meias. Era este ritual que ele descobrira há vários dias, quando passeava pelo jardim pensando no que fazer da vida. Já devia estar no Brasil, mas queria deixar Teresa bem entregue e por outro lado já não lhe apetecia partir com tanta urgência. O Brasil podia esperar, o pai tomava conta de tudo sozinho e Leonor tornou-se uma fazendeira bem-sucedida e respeitada depois da morte do marido negreiro[1].
Lá estava ela.
Apagou a luz do candeeiro e o luar – claro como se fosse dia- incidiu na pele alva e nos cabelos negros qual mar de prata.   
Nua à janela e com os braços no ar parecia uma adoradora da lua. Que visão dos céus. Mais uma noite em que teria que recorrer das suas próprias ferramentas para se aliviar. Aquela rapariga transformava-se numa feiticeira quando havia luar e deixava-o rendido ao seu feitiço.(...)






[1] Traficante de negros. Navio que faz tráfico de escravos. Dentre todos os bens negociados com os povos africanos, o comércio de escravos foi o que mais rendeu lucros para Portugal, pois além do óptimo negócio que representava, também foi fundamental para a ocupação e exploração do Brasil.


Excerto de Jardins de Luar


Excerto do Livro
(...)A rapariga era muito competente, educada, nem parecia uma plebeia, mas estava a dar-lhe cabo do juízo. Não podia envolver-se com uma serviçal, ainda que fosse culta e mestre na arte de ensinar a ler e a escrever. Não era do seu feitio. Lá em cima, no primeiro andar, uma luz acendeu-se e as portadas do quarto abriram-se. Escondeu-se na sombra debaixo da árvore e preparou-se para assistir ao que ele considerava o seu momento de deleite nocturno. Primeiro o vestido; depois o espartilho; depois o corpete e os calções e finalmente as meias. Era este ritual que ele descobrira há vários dias, quando passeava pelo jardim pensando no que fazer da vida. Já devia estar no Brasil, mas queria deixar Teresa bem entregue e por outro lado já não lhe apetecia partir com tanta urgência. O Brasil podia esperar, o pai tomava conta de tudo sozinho e Leonor tornou-se uma fazendeira bem-sucedida e respeitada depois da morte do marido negreiro[1].
Lá estava ela.
Apagou a luz do candeeiro e o luar – claro como se fosse dia- incidiu na pele alva e nos cabelos negros qual mar de prata.   
Nua à janela e com os braços no ar parecia uma adoradora da lua. Que visão dos céus. Mais uma noite em que teria que recorrer das suas próprias ferramentas para se aliviar. Aquela rapariga transformava-se numa feiticeira quando havia luar e deixava-o rendido ao seu feitiço.(...)






[1] Traficante de negros. Navio que faz tráfico de escravos. Dentre todos os bens negociados com os povos africanos, o comércio de escravos foi o que mais rendeu lucros para Portugal, pois além do óptimo negócio que representava, também foi fundamental para a ocupação e exploração do Brasil.


domingo, 5 de outubro de 2014

JARDINS DE LUAR - UM ROMANCE DO SÉC.XVIII



“ 1789-ÉVORA no interior Alentejano. Isabel Rebelo está decidida a sair do convento onde o pai a colocara há cinco anos por não querer dar-lhe um dote para casar. Mas o que ela não suspeita é que é obrigada a escolher entre os votos definitivos e ficar na clausura o resto da sua vida, ou trabalhar na casa de Manuel Afonso de Barbosa, conde de Évora- Monte, como mestra da sobrinha deste e escapar ao domínio paterno desta forma. Ao chegar ao solar depara-se com um conde ainda jovem transbordando uma aura de virilidade. Isabel enceta um jogo de sedução e erotismo com Sua Senhoria, capaz de fazer corar a mais depravada das meretrizes. Mas, Isabel tem segredos que Manuel Afonso desconhece e os problemas começam quando o ganancioso morgado – pai de Isabel- contrata um cigano para a encontrar. Quando a paixão e a luxuria dão lugar ao amor, as suas vidas começam a unir-se e o conde tem que tomar uma decisão difícil para a sua vida. Parte para o Brasil com a sobrinha para cuidar das fazendas e arrisca-se a perder Isabel para sempre ou fica e assume a paixão que o consome, enfrentando os medos que o perseguem há anos? “ 

JARDINS DE LUAR - UM ROMANCE DO SÉC.XVIII



“ 1789-ÉVORA no interior Alentejano. Isabel Rebelo está decidida a sair do convento onde o pai a colocara há cinco anos por não querer dar-lhe um dote para casar. Mas o que ela não suspeita é que é obrigada a escolher entre os votos definitivos e ficar na clausura o resto da sua vida, ou trabalhar na casa de Manuel Afonso de Barbosa, conde de Évora- Monte, como mestra da sobrinha deste e escapar ao domínio paterno desta forma. Ao chegar ao solar depara-se com um conde ainda jovem transbordando uma aura de virilidade. Isabel enceta um jogo de sedução e erotismo com Sua Senhoria, capaz de fazer corar a mais depravada das meretrizes. Mas, Isabel tem segredos que Manuel Afonso desconhece e os problemas começam quando o ganancioso morgado – pai de Isabel- contrata um cigano para a encontrar. Quando a paixão e a luxuria dão lugar ao amor, as suas vidas começam a unir-se e o conde tem que tomar uma decisão difícil para a sua vida. Parte para o Brasil com a sobrinha para cuidar das fazendas e arrisca-se a perder Isabel para sempre ou fica e assume a paixão que o consome, enfrentando os medos que o perseguem há anos? “ 

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

ESCRITA CRIATIVA - PLANEAR O LIVRO


Um dos mitos que se constrói à volta dos escritores é que precisam de uma musa inspiradora ( ou algo equivalente) e que não planeiam o livro. Sentam-se ao computador e num rasgo de genialidade sai-lhes a prosa na ponta dos dedos. Nada mais falso. Haverá quem o faça, mas até Umberto Eco planeava durante anos as suas obras (amadurecendo ideias, pesquisando) para que tivessem o resultado que todos conhecemos. Uma das autoras estrangeiras dentro do género do romance, que mais aprecio – Lesley Pearse- faz investigação nos locais onde se passam as suas histórias. No caso do romance “ Segue o coração, não olhes para trás” uma saga histórica passada no séc. XVIII no trilho do Oregon, fez a mesma viagem que os pioneiros, mas de carro. No meu caso pessoal, aproveito ideias de estórias de vida que conheço e sítios ou países que já visitei. Foi o caso de “ Brincos de Princesa”. Todos os cenários do Dubai foram visitados por mim. No caso do romance que estou a trabalhar agora e que trata de um assunto delicado nas relações (vírus do papiloma) entre casais, o cenário é a França ( sul), zona que conheço muito bem.
Deixando de lado os exemplos de autores, vamos falar um pouco da Sinopse. A sinopse é o esquema de trabalho para escrever o livro, baseado na narrativa da intriga. Poucas histórias seguirão o enredo em sequência cronológica. Com o propósito de criar suspense e prender o leitor e até gerar uma certa confusão, algumas partes terão que ser escamoteadas, sugeridas e deslindadas apenas no momento da conclusão, embora o leitor já adivinhe o final. A sinopse pode fazer-se de uma forma mais vaga ou mais detalhada. A escolha do método é pessoal e depende do escritor.
Pessoalmente uso a forma mais detalhada (fruto da minha aprendizagem) em que depois de pensado o tema, escolho personagens, local do cenário e pontos conflituais a desenvolver.
Ter um esquema que possa seguir em que pondere as seguintes questões relativamente ao livro que pretende escrever. No meu caso, o romance, começo por aqui:
·         O que quero (mote)
·         Para quê? (motivação)
·         Mas? (o conflito) – todos os romances têm um conflito interno ou externo por base.
·         Ganha ou perde? (conclusão) – o personagem ganha e vence o conflito, ou não.
Depois é pegar em papel ou computador, pessoalmente faço em papel, e construir todo o enredo, por capítulo e tópicos dentro dos capítulos.
Um hábito que adoptei desde há algum tempo é transportar sempre comigo um pequeno bloco A5 em que vou tirando apontamentos sobre as ideias que me vão surgindo ao longo do dia. A memória a curto prazo dura pouco e, se não apontar uma ideia fantástica sobre o que está a escrever (ou para futuro romance) depressa ela se esvai. O escritor está sempre a pensar, faz parte da sua organização mental, laboriosa. Escrevemos mentalmente durante grande parte do dia. Depois, quando nos sentamos ao computador é para compor o que pensamos e planeamos durante algum tempo.
Para os escritores iniciantes planear é fundamental. Outro aspecto (senão o mais importante) são os erros. Nada mais desagradável que ler um livro cheio de erros. Os autores independentes ( autores indie) que como eu, publicam por conta e risco, deverão ter muita atenção a esse aspecto. Socorram-se de amigos, grupos de leitores e escritores como o Widbook ou o Wattpad (embora corram o risco de ver as vossas obras surripiadas e plagiadas) e contem com a opinião sincera dos leitores dessas plataformas. É uma boa forma de saber se o livro vai ter aceitação ou não.

Mãos à obra e força nesse pensamento! 

Como dizia Agatha Cristie " A MELHOR MANEIRA DE PLANEAR UM LIVRO É ENQUANTO SE LAVA A LOIÇA", ou seja, aproveitar todos os momentos para pensar. 

ESCRITA CRIATIVA - PLANEAR O LIVRO


Um dos mitos que se constrói à volta dos escritores é que precisam de uma musa inspiradora ( ou algo equivalente) e que não planeiam o livro. Sentam-se ao computador e num rasgo de genialidade sai-lhes a prosa na ponta dos dedos. Nada mais falso. Haverá quem o faça, mas até Umberto Eco planeava durante anos as suas obras (amadurecendo ideias, pesquisando) para que tivessem o resultado que todos conhecemos. Uma das autoras estrangeiras dentro do género do romance, que mais aprecio – Lesley Pearse- faz investigação nos locais onde se passam as suas histórias. No caso do romance “ Segue o coração, não olhes para trás” uma saga histórica passada no séc. XVIII no trilho do Oregon, fez a mesma viagem que os pioneiros, mas de carro. No meu caso pessoal, aproveito ideias de estórias de vida que conheço e sítios ou países que já visitei. Foi o caso de “ Brincos de Princesa”. Todos os cenários do Dubai foram visitados por mim. No caso do romance que estou a trabalhar agora e que trata de um assunto delicado nas relações (vírus do papiloma) entre casais, o cenário é a França ( sul), zona que conheço muito bem.
Deixando de lado os exemplos de autores, vamos falar um pouco da Sinopse. A sinopse é o esquema de trabalho para escrever o livro, baseado na narrativa da intriga. Poucas histórias seguirão o enredo em sequência cronológica. Com o propósito de criar suspense e prender o leitor e até gerar uma certa confusão, algumas partes terão que ser escamoteadas, sugeridas e deslindadas apenas no momento da conclusão, embora o leitor já adivinhe o final. A sinopse pode fazer-se de uma forma mais vaga ou mais detalhada. A escolha do método é pessoal e depende do escritor.
Pessoalmente uso a forma mais detalhada (fruto da minha aprendizagem) em que depois de pensado o tema, escolho personagens, local do cenário e pontos conflituais a desenvolver.
Ter um esquema que possa seguir em que pondere as seguintes questões relativamente ao livro que pretende escrever. No meu caso, o romance, começo por aqui:
·         O que quero (mote)
·         Para quê? (motivação)
·         Mas? (o conflito) – todos os romances têm um conflito interno ou externo por base.
·         Ganha ou perde? (conclusão) – o personagem ganha e vence o conflito, ou não.
Depois é pegar em papel ou computador, pessoalmente faço em papel, e construir todo o enredo, por capítulo e tópicos dentro dos capítulos.
Um hábito que adoptei desde há algum tempo é transportar sempre comigo um pequeno bloco A5 em que vou tirando apontamentos sobre as ideias que me vão surgindo ao longo do dia. A memória a curto prazo dura pouco e, se não apontar uma ideia fantástica sobre o que está a escrever (ou para futuro romance) depressa ela se esvai. O escritor está sempre a pensar, faz parte da sua organização mental, laboriosa. Escrevemos mentalmente durante grande parte do dia. Depois, quando nos sentamos ao computador é para compor o que pensamos e planeamos durante algum tempo.
Para os escritores iniciantes planear é fundamental. Outro aspecto (senão o mais importante) são os erros. Nada mais desagradável que ler um livro cheio de erros. Os autores independentes ( autores indie) que como eu, publicam por conta e risco, deverão ter muita atenção a esse aspecto. Socorram-se de amigos, grupos de leitores e escritores como o Widbook ou o Wattpad (embora corram o risco de ver as vossas obras surripiadas e plagiadas) e contem com a opinião sincera dos leitores dessas plataformas. É uma boa forma de saber se o livro vai ter aceitação ou não.

Mãos à obra e força nesse pensamento! 

Como dizia Agatha Cristie " A MELHOR MANEIRA DE PLANEAR UM LIVRO É ENQUANTO SE LAVA A LOIÇA", ou seja, aproveitar todos os momentos para pensar. 

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

A metáfora na escrita criativa

As metáforas são o coração e o centro de um texto literário, no entanto nem sempre as trabalhamos com todo o seu potencial e sobretudo emprestando-lhe o seu cunho pessoal. Os leitores já terão usado expressões como «olhos azul mar» ou em momentos de paixão «gosto de ti até à lua», alguns exemplos muito simples da potencialidade da metáfora. O que fez no caso dos olhos e do azul do mar foi uma comparação (olhos azuis, azul do mar) mas, numa metáfora não é bem isso que fazemos.
 Pegando em exemplos de “Carlos Ruiz Zafon” um escritor espanhol que vive nos estados unidos desde 1993, vou tentar demonstrar a maestria com que usa esta figura de estilo. No livro “A sombra do Vento” refere-se ao estado de paixão como «compareceu ao trabalho nas asas de Cupido», ou às nuvens de tempestade nocturna como «manto de trevas cegando a lua», é esta distancia entre o significado e a forma como se chega lá – possibilitando múltiplas interpretações – que se chama metáfora.
Como é que pode usar nos seus textos literários? Uma das formas é pensar no sentido do que quer transmitir e associá-lo a um objecto ou qualquer outra coisa que pretenda trabalhar.


A metáfora na escrita criativa

As metáforas são o coração e o centro de um texto literário, no entanto nem sempre as trabalhamos com todo o seu potencial e sobretudo emprestando-lhe o seu cunho pessoal. Os leitores já terão usado expressões como «olhos azul mar» ou em momentos de paixão «gosto de ti até à lua», alguns exemplos muito simples da potencialidade da metáfora. O que fez no caso dos olhos e do azul do mar foi uma comparação (olhos azuis, azul do mar) mas, numa metáfora não é bem isso que fazemos.
 Pegando em exemplos de “Carlos Ruiz Zafon” um escritor espanhol que vive nos estados unidos desde 1993, vou tentar demonstrar a maestria com que usa esta figura de estilo. No livro “A sombra do Vento” refere-se ao estado de paixão como «compareceu ao trabalho nas asas de Cupido», ou às nuvens de tempestade nocturna como «manto de trevas cegando a lua», é esta distancia entre o significado e a forma como se chega lá – possibilitando múltiplas interpretações – que se chama metáfora.
Como é que pode usar nos seus textos literários? Uma das formas é pensar no sentido do que quer transmitir e associá-lo a um objecto ou qualquer outra coisa que pretenda trabalhar.