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sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Como escrever um romance


Quando pensei em escrever um romance (em 2013), tomei uma série de decisões entre as quais aprender a utilizar as ferramentas básicas, ou seja, algumas técnicas de escrita, porque sempre me pareceu que só as regras de gramática não chegavam e escrever livremente sem qualquer plano, poderia ser arriscado para uma principiante como eu.
 Bom, confesso-vos que apesar de ter adquirido algumas noções de como começar a tarefa, não tinha noção das dificuldades que se iam apresentar a partir do momento em que escrevesse a primeira página.  

Mantive-me no campo das indecisões durante muito tempo, reescrevi o começo do livro várias vezes e, cada vez que abria o computador, mudava o inicio do romance.
 O meu primeiro romance foi Gabrielle, que hoje está publicado em dois livros Anna e Gabrielle e recentemente coligi os dois num volume com o mesmo nome.

 Apesar de ter um roteiro mental, previamente definido, porque o livro é baseado em acontecimentos reais, não me podia limitar a escrever os acontecimentos sem serem trabalhados antes. Foi uma tarefa árdua que passou por muitos momentos de desespero e de obscuridade. Vou para onde a seguir? Estou a ir bem? Será que o leitor vai entender o que estou a escrever? Será que este assunto não irá chocar demasiado o leitor?

Foi com estas interrogações que nasceu o meu roteiro individual, uma espécie de fórmula que utilizo em quase todos os livros que escrevi, depois de Gabrielle, e que fui construindo ao longo de muito estudo sobre escrita criativa. Ele descreve cada uma das etapas que eu sigo para concluir o livro e, é a minha modesta contribuição para partilhar com os autores independentes que estejam a começar. 

Neste artigo, deixarei aqui uma visão geral do meu processo para escrever romances, ao qual pode sempre acrescentar o seu cunho pessoal, tal como eu fiz, porque a arte de misturar palavras e construir histórias é pessoal. Ninguém lhe pode ensinar a fazê-lo. É uma arte que não dispensa muito trabalho e dedicação, como qualquer outra. Por mais habilidoso que seja, se não praticar não evolui. 

 Desta vez não vamos falar de técnicas como por exemplo «mostrar vs dizer», gramática, ponto de vista etc…. O que vou deixar aqui é como eu transformo uma ideia num romance. Importa dizer que por vezes as ideias que tenho – e tenho mais de uma dezena anotada no meu caderno –, nem todas vão dar boas histórias. Recentemente abandonei um livro por ter chegado à conclusão que a história pouco convincente, talvez noutra altura lhe volte a pegar e o consiga escrever. Já aqui disse que anoto as ideias que vou colhendo no dia-a-dia num caderninho A5 que transporto sempre comigo.
Então, o que eu faço depois de ter a ideia é um primeiro esboço, onde constam estas etapas:
  • Ideia principal
  • Esqueleto da ideia
  • Quem são os personagens
  • Uma breve sinopse – a primeira
  •  Uma sinopse ampliada – mais desenvolvida
  • Decisão – quero avançar com a história ou não.
  • Desenvolvimento dos personagens
  • Onde se passa a história
  • Esquema do romance – em traços gerais
  • Pontos de vista do personagem
  • Histórias secundárias – se existirem
  • Primeiro rascunho 

O que é um PLOT?

É um conjunto de acontecimentos interligados entre si por causas e efeitos e que dizem respeito a um protagonista que quer alcançar desesperadamente um objectivo, livrar-se de algo, e que não consegue por via de obstáculos internos ou externos. Um PLOT simples tem que obedecer a estes cinco pontos. 


Pode dividir o seu Plot (guião) em vários passos.
Mas, o livro depende dos personagens. São eles quem dão vida à história, por isso é conveniente conhecê-los bem e muito cedo. Embora possa sempre fazer alterações ao carácter dos personagens, não é prático fazê-lo durante a escrita. Certifique-se que sabe quem eles são antes de começar a escrever. 


 Faça anotações sobre todos os personagens principais da sua história. Não se preocupe em aprofundar muito nesta fase, apenas precisa de um esboço da personalidade dos seus protagonistas, na segunda fase desenvolve mais a personalidade dos personagens.  

Agora vamos sistematizar a informação que precisa para começar a escrever. Assegure-se que possui:

UMA IDEIA para uma história, mas, antes que comece a escrever a sua história assegure-se que existem:
UM PROTAGONISTA
UM OBJECTIVO – o que é que o protagonista quer/deseja
UM LOCAL
UM ANTAGONISTA
UM PROBLEMA/dilema

Aqui está um exemplo:
Um protagonista - Marta
Um objectivo – vender as terras que os pais lhe deixaram
Um local/tempo – Covilhã 2016
Um antagonista - Daniel
Um problema – Daniel é obcecado por Marta desde a adolescência.
Coloque todas essas ideias numa única frase, como esta: Quando Marta chega à Covilhã, quinze anos depois de partir, com o objectivo de se desfazer da herança dos pais - as malditas terras - depara-se com Daniel, como se o tempo não tivesse passado.

PONTOS DE VIRAGEM

Há um conjunto de pontos de viragem na história que convém contemplar no seu livro, caso contrário corre o risco de a história não ter ritmo e tornar-se monótona. 
Cada um desses pontos pode ser interpretado de um número infinito de formas, por isso não se preocupe que sua história será como todas as outras, caso consiga estabelecer um fio condutor. Uma vez que tenha esses pontos esquematizados, refiro-me aos pontos de viragem, pode passar a um esquema mais detalhado em que define o número de páginas para cada ponto de viragem. 
Se a sua história tiver quatro a cinco pontos de viragem, terá entre 200 a 250 páginas e não precisa de ter mais. Para isso é conveniente que crie um PLOT.

Pode dividir o seu Plot (guião) em vários passos.
Mas, o livro depende dos personagens. São eles quem dão vida à história, por isso é conveniente conhecê-los bem e muito cedo. Embora possa sempre fazer alterações ao carácter dos personagens, não é prático fazê-lo durante a escrita. Certifique-se que sabe quem eles são antes de começar a escrever. 
 Faça anotações sobre todos os personagens principais da sua história. Não se preocupe em aprofundar muito nesta fase, apenas precisa de um esboço da personalidade dos seus protagonistas, na segunda fase desenvolve mais a personalidade dos personagens.  

Faço sempre uma lista para todos os personagens, antes de começar a escrever, com estas características:
  • Nome
  • Idade
  • Profissão
  • Aparência física
  • Principais características do personagem
  • O que o move ou impele para a acção
  • Resumo do seu papel na história
Antes de começar a escrever, certifico-me que o meu personagem tem um OBJECTIVO; está tentando alcançar esse objectivo mas encontra um CONFLITO; os problemas aumentam e terminam num ACONTECIMENTO COM IMPACTO; os personagens têm uma reacção emocional ao acontecimento; são confrontados com um DILEMA; os personagens tomam uma DECISÃO; o que significa que o personagem tem um novo OBJECTIVO; o personagem resolve o dilema. 
Se conseguir estabelecer um esquema como este – e não precisa de dar a mesma importância/peso a todas as etapas- então a sua história está pronta para começar. Uma história de aventuras dará um ênfase maior ao acontecimento, uma história romântica ao conflito e uma história filosófica fará o oposto. Vamos agora desenvolver as personagens.

Considere fazer uma biografia dos seus personagens com aspectos fundamentais para o livro, de etapas da infância, adolescência e idade adulta ou actual, em que conste uma lista para cada um de acontecimentos marcantes que possa utilizar mais tarde.

Faça uma lista dos LOCAIS a utilizar/descrever no livro para que possa usar mais tarde. A variância dos ambientes podem ter influência no humor dos personagens, por exemplo o outono incita à reflexão, à solidão, à introspecção, etc…etc…

Decida qual o PONTO DE VISTA que vai utilizar (primeira pessoa, segunda pessoa, terceira pessoa) e volte a verificar as suas listas e se existe alguma incongruência nos esquemas que fez. É mais fácil observar que está alguma coisa mal agora que ainda não começou a escrever do que quando tiver trinta mil ou cinquenta mil palavras escritas.

Se acha que ajuda, imprima algumas fotos de ambientes ( casas, paisagens etc) e inspire-se nelas quando estiver a escrever.
Nesta altura deverá ter todo o material compilado e um PLOT bastante avançado do seu livro, então defina os capítulos com as cenas principais desde o princípio ao fim do livro, tendo sempre por base o PLOT inicial.

Depois desta etapa está pronto para escrever o primeiro rascunho do seu livro. Mãos à obra!
Acabou o primeiro rascunho? Tem entre 40.000 a 100.000 palavras? Passe para a segunda fase.

Segundo rascunho – reescreva o livro. Esta fase é importante para aprimorar a escrita, ver incongruências, alterar factos…etc. Melhore a sua história.

Terceiro rascunho – Depois de ter aguardado algum tempo (de dias a semanas) entre estas fases, volte a reescrever o seu texto. Vai ficar surpreendido com a quantidade de falhas na gramática que encontra, pequenas coisas – mas que fazem diferença na qualidade do texto – como vírgulas mal colocadas, palavras no sítio errado entre outras falhas, que convém emendar antes da última fase.

Já finalizou a revisão do terceiro rascunho do seu livro? Então imprima uma cópia e peça a alguém - leitor Beta, ou revisor – que lhe faça a revisão final do livro ( com lápis assinale todos os erros de gramática, verifique incongruências na trama...) e sugira alterações. o ponto de vista do leitor é importantíssimo!

Faça uma última leitura depois da revisão, emende as falhas assinaladas pelo revisor, faça as alterações sugeridas e, finalmente acabou o seu livro.

Quanto tempo passou neste processo? Entre quatro meses a um ano.
Próxima etapa? Publicar. 
Até ao próximo post.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Como publicar o seu livro de forma gratuita



Publicar um livro em Portugal sem ser uma figura mediática, ou um escritor com nome feito, é uma aventura  daquelas que não trazem qualquer tipo de prazer. Se já tentou ou anda a tentar, sabe do que falo. 
 Se tiver um nome em qualquer revista socialite, pode crer que uma editora  - uma, mesmo a sério - lhe proporá um contrato e um gowstwriter que faça o trabalho por si. Basta dar o nome e a cara e em breve verá o seu livro distribuído pelas livrarias do país, como tem acontecido com muita gente que a única coisa que fizeram foi aparecer na televisão, por um motivo qualquer, que não interessa nada, mas que capta audiências. Nada contra, se os escritores que o são a sério, que escrevem os seus próprios livros e que tentam singrar no meio literário, tivessem alguma oportunidade de verem o seu trabalho avaliado da mesma forma. Nada disso se passa em Portugal. A maioria das editoras não recebem originais e as que recebem demoram meses a responder, ou não respondem, e as outras - as falsas editoras que proliferam no mercado - só querem ganhar dinheiro à custa do escritor, porque, publicam, mas pedem uma módica quantia entre mil a dois mil euros para editarem o livro e o autor fica com a tarefa de vender os livros sozinho.Uma editora a sério, não pede dinheiro pela edição do livro. 
 Algumas dessas editoras fantasmas já fazem distribuição para algumas livrarias, mas, mesmo assim, alguns autores que começaram a publicar dessa forma, escapam dessa armadilha assim que podem. Foi o caso de Pedro Chagas Freitas, cujos livros passaram a aparecer nos escaparates das livrarias com outro selo e rapidamente deu o salto na notoriedade que merece - dentro do estilo - apesar das muitas vozes que se levantam para o denegrir. Ainda me lembro de comprar dois livros ao Pedro - autografados -  e que me enviou pelo correio. Hoje basta ir a uma livraria e comprá-lo. Tornou-se bestseller de um dia para o outro.

Passemos esta fase das constatações mais que batidas.

Tem um livro escrito e está farto de correr de porta em porta sem que lho publiquem, ou pior, ninguém se digna sequer dizer-lhe «isso está uma merda, não vale nada, muda de hobby, dedica-te à plantação de nabiça, qualquer coisinha que lhe tire as duvidas», para que perca de vez as suas ilusões de ser um escritor português publicado.

Bateu na porta das FALSAS EDITORAS e viu-se esmifrado do seu dinheiro, para poder adquirir uns cem exemplares que depois ainda tem que ir vender aos conhecidos e amigos, que só por vergonha lhe dizem que sim? Não é que o seu trabalho não seja bom, mas convenhamos, os amigos e familiares raramente lêem o seu trabalho e, vender a desconhecidos, que não o conhecem como autor, ainda é mais difícil

Mandou exemplares via e-email para uma editora, acompanhado da respectiva carta de apresentação e sinopse do seu livro, há pelo menos seis meses - tanto tempo que até já se tinha esquecido - e ninguém lhe responde?

Mandou uma cópia para uma editora que abriu uma excepção  de receber manuscritos de novos autores na categoria romance e nem sequer se deram ao trabalho de lhe sugerir mudanças ou de descartarem o interesse do seu livro para a editora, fazendo-o sentir-se o pior das escritores à face da terra, mesmo depois dos seus livros terem boas avaliações numa plataforma de auto-publicação?

Pensou em auto-publicar em Portugal, numa editora portuguesa ( há várias que aceitam autores independentes) e, depois de ler o contrato percebeu que "era furada" parafraseando os brasileiros. Há pois é! Não paga para publicar, mas perde os direitos do seu livro durante anos, para além de ser ameaçado de uma série de processos, caso não cumpra o contrato. Percebeu então que não recebe nada dali, não é verdade? Esqueça. Não vale a pena. 

Caro(a) escritor como eu compreendo o seu drama! Por isso tornei-me uma adepta fervorosa da auto-publicação - à semelhança do que fazem muitos americanos, brasileiros, ingleses, espanhóis entre outros), desde que a AMAZON, KOBO, GOOGLEPLAY, ITUNES, SMASHWORDS entre outras, lançaram as suas plataformas digitais. O sucesso é de tal forma, em percentagem de vendas, que as editoras convencionais colocam lá os seus livros. 

Em Portugal não existem agentes literários que peguem no seu livro, depois de o analisarem e perceberem que tem potencial de sucesso, e o recomendem a uma editora, à semelhança do que é feito noutros países. Acham que AS CINQUENTA SOMBRAS DE GREY, tinham sido o sucesso de vendas, que foram, e são - independentemente de se gostar do género ou não - se a autora fosse portuguesa? Não, claro que não, ainda por cima porque a autora era uma desconhecida que começou a publicar o seu livro no Wattpad, uma plataforma gratuita para autores e leitores. 
Acham que o HARRY POTTER, tinha tornado a sua autora numa das mulheres mais ricas do Reino Unido se fosse portuguesa? Claro que não!
Qual a diferença entre Inglaterra e Portugal - só para citar um exemplo -, no aspecto editorial? Os ingleses não são melhores nem piores, a seriedade com que tratam a cultura e acarinham os seus autores é que é diferente. Lesley Pearse - uma das minhas autoras preferidas -, passou de funcionária dos correios para uma das autoras que mais vendem no mundo e isto depois dos cinquenta anos.  
Fantasia, Erótico, Romance são categorias da literatura como outras quaisquer. Ou não? Henry Miller, escrevia erotismo e é considerado um clássico no seu género? Annais Ninn, de igual forma...adiante. 

Todo este parafraseado só para dizer, que enquanto o mercado editorial português andar à caça de nomes sonantes e não de boas histórias, mais vale desistir e publicar por sua conta numa das plataformas digitais, que não lhe cobram um cêntimo e no final do mês lhe depositam o dinheiro dos seus royalties sem demoras na sua conta.
E vende? Quem garante que o que escreve é bom, tem qualidade suficiente? Vende sim, desde que tenha qualidade e os leitores voltam sempre em busca de mais livros seus.  
 Um dia uma proprietária de uma livraria - escandalizada por eu ter vários livros publicados na amazon, sem qualquer editora convencional por trás, também me perguntou o mesmo. 
 A resposta é simples, e igual à que dei à senhora livreira na altura: o público, os leitores, garantem a qualidade. São esses que lhe vão avaliar a sua obra. E garanto-lhe que não o enganam. Se não gostarem não avaliam, ou apontam as falhas e limitam as suas vendas, em suma, obrigam-no a melhorar ou a desistir, por isso, quando colocar um trabalho lá fora, garanta que a história não tem falhas, está bem escrita, não tem erros etc.  

Então, se faz parte dos que não encontra quem lhe publique o seu livro - seja qual for o género - , não desespere mais. Pode faze-lo na AMAZON,  AQUI,  E AQUI.  E receba o seu dinheiro AQUI.
Recomendo a amazon, porque é a plataforma que conheço melhor e, na minha opinião, mais fácil de utilizar e que disponibiliza muitas ferramentas gratuitas, para que possa publicar de graça. 


Até ao próximo post e, se quiser receber as novidades, assine por email na coluna da esquerda. Se tiver dúvidas, pode utilizar a caixa de contacto ou os comentários e terei todo o gosto em ajudar. 

sábado, 22 de outubro de 2016

Nova plataforma de auto-publicação em papel - Kindle Beta


A amazon, através da plataforma Kindle, deu mais uma oportunidade aos autores de publicarem em papel, em países onde a amazon só permitia o e-book, como por exemplo o Brasil e o Japão. A editora gigante, criou o Kindle Beta, identica à Createspace e, quem já tiver livros publicados na Createspace ( plataforma de auto-publicação para livros físicos), pode transferi-los para o Kindle Beta, ficando à venda nesta nova plataforma. As regras são idênticas à plataforma de livros físicos e os lucros são de 60%, depois de descontado o preço da impressão, anuncia a amazon. Vamos ver!
Portanto, os autores que tinham os seus livros apenas publicados em e-book, vão poder acrescentar outro formato às suas publicações na mesma plataforma onde publicam os e-books.

Atenção! Os livros que forem transferidos para o Kindle Beta, deixam de estar à venda na Createspace, no fundo parece-me que a amazon, está a caminhar para centrar toda a publicação na mesma plataforma. Facilita bastante o trabalho do autor.

Como é que funciona para os autores?
Na sua conta da Kindle, aparece desde dia 21 de Outubro mais alguns elementos, nomeadamente, quatro colunas com relatórios ( duas com as lojas, e duas com os respectivos royalties de livros físicos e e-books), bem como junto à janela onde adiciona o seu e-book, outra para o processo do livro de capa comum. O livro é impresso sempre que um cliente faz uma compra, tal como na plataforma da Createspace.
Nada de novo para quem já publicava em papel na amazon. Espera-se que seja um beneficio para os autores independentes. O processo é fácil e está bem explicado passo a passo, não permitindo enganos. O sistema não deixa continuar a publicação enquanto os erros não forem corrigidos. Outra novidade é a exigência na qualidade do texto ( gramática e erros ortográficos) e na formatação, isto a bem do cliente, é claro.


Como é que funciona para os clientes da amazon?
Por demanda. Ou seja, você encomenda o seu livro e só nessa altura ele será impresso. Recebe em sua casa em pouco tempo através da sua conta da amazon. Nada de novo em comparação com as encomendas da Createspace.


Este método de encomenda por demanda, facilita o processo no que respeita ao custo para o autor e para o cliente. Uma vez que não existem livros impressos à priori, não existem custos acrescidos para nenhuma das partes. Muito diferente das editoras ditas fantasmas, que exigem um pagamento adiantado por uma certa quantidade de livros, e depois deixam o autor por sua conta. Na amazon, para além de poder publicar inteiramente de graça, ainda conta com a publicidade que a própria amazon faz a todos os livros publicados, enviando e-mails a quem subscreve a Newsletter da editora.

Se é autor, pode começar a tarefa de transformar os seus e-books em papel, e oferecer aos seus leitores esta oportunidade. Se é leitor, fique atento às novas publicações, pois finalmente vai poder ler os seus autores(as) em papel. Sou suspeita a falar de papel! Adoro livros em papel e, apesar de ter a aplicação do kindle no telefone e no computador, leio e compro mais livros em papel do que e-books.

Boas leituras, e até ao próximo post.

sábado, 15 de outubro de 2016

9 ganchos mentais para prender a atenção do leitor



  Capítulo após capítulo, o livro tem que manter o leitor preso, e nada melhor para o fazer do que usar os 9 ganchos mentais mais poderosos que existem. 

 MEDO : O medo é uma sensação que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçado, tanto fisicamente como psicologicamente. Pavor é a ênfase do medo.
É também uma reacção obtida a partir do contacto com algum estímulo físico ou mental (interpretação, imaginação, crença) que gera uma resposta de alerta no organismo. Esta reacção inicial dispara uma resposta fisiológica no organismo que liberta hormonas do stress (adrenalina, cortisol) preparando o indivíduo para lutar ou fugir.
A resposta anterior ao medo é conhecida por ansiedade. Na ansiedade o indivíduo teme antecipadamente o encontro com a situação ou objecto que possa causar-lhe algum mal. Sendo assim, é possível se traçar uma escala de graus de medo, no qual, o máximo seria o pavor e, o mínimo, uma leve ansiedade. O medo provoca reacções físicas observáveis : suar, tremer, lividez…consulte o  artigo sobre EXPRESSÕES FACIAIS AQUI. 

 RAIVA:Pode expressar-se num comportamento passageiro ou prolongado, geralmente resultando em agressão. Outros nomes utilizados como sinónimo desse comportamento e sentimento/emoção são: fúria, ira, cólera, ódio, rancor etc., que se aplicam às distintas formas de expressão ou modulações desse sentimento. Enquanto manifestação do instinto de agressão, é extensível aos demais vertebrados.

 PRAZER -Prazer é uma sensação de bem-estar. Uma pessoa pode ter prazer sem demonstrar alegria e vice-versa. Mas, socialmente, as pessoas costumam demonstrar alegria ao sentir prazer. Em geral, o prazer é uma resposta do organismo ou da mente indicando que as nossas acções estão sendo benéficas à nossa saúde. O prazer pode ser atingido através de várias maneiras, tais como praticando exercícios físicos, comendo, tendo relações sexuais, escutando música, lendo, conversando, trabalhando, pintando, escrevendo etc.
A dor, que é, geralmente, tida como oposta ao prazer, pode servir como fonte de prazer para algumas pessoas, num fenómeno conhecido como masoquismo. Já o prazer obtido pela dor de outras pessoas é um fenómeno conhecido como sadismo.

NOJO - Nojo, ou asco é uma emoção geralmente percebida através da expressão facial e tipicamente associada com coisas que são percepcionadas como sujas, incomestíveis ou infecciosas. O nojo refere-se a algo revoltante. Primariamente em relação ao sentido do paladar, como realmente percebido ou vividamente imaginado; e secundariamente com relação a qualquer coisa que provoque sentimento similar, através dos sentidos do olfacto, tacto e mesmo pela simples visão. O nojo é uma das emoções básicas da teoria das emoções de Robert Plutchik. Envolve uma expressão facial característica, uma das seis expressões faciais de emoção de Paul Ekman. Está também associado a uma queda nos batimentos cardíacos, em contraste, por exemplo, com medo ou raiva.
O nojo pode ser dividido ainda em nojo físico, associado com impureza física ou moral, e nojo moral, um sentimento similar relacionado a tomadas de decisão.

FOME - Fome é o nome que se dá à sensação fisiológica pelo qual o corpo percebe que necessita de alimento para manter as suas actividades inerentes à vida. O termo é usado mais amplamente para se referir a casos de má-nutrição ou privação de comida entre as populações, normalmente devido a pobreza, conflitos políticos ou instabilidade, ou condições agrícolas adversas. Em casos crónicos, pode levar a um mal desenvolvimento e funcionamento do organismo. Uma pessoa com fome está faminta.
As consequências imediatas da fome são a perda de peso nos adultos e nas crianças, levando eventualmente à morte, e ao aparecimento de problemas no desenvolvimento das crianças, geralmente limitando as suas capacidades de aprendizagem e produtividade.

MOVIMENTO - Em física, movimento é a variação de posição espacial de um objecto ou ponto material em relação a um referencial no decorrer do tempo.
Na filosofia clássica, o movimento é um dos problemas mais tradicionais da cosmologia, desde os pré-socráticos, na medida em que envolve a questão da mudança na realidade. Assim, o mobilismo de Heráclito considera a realidade como sempre em fluxo. A escola eleática por sua vez, principalmente através dos paradoxos de Zenão, afirma ser o movimento ilusório, sendo a verdadeira realidade imutável.
Aristóteles define o movimento como passagem de potência a acto, distinguindo o movimento como deslocamento no espaço; como mudança ou alteração de uma natureza; como crescimento e diminuição; e como geração e corrupção (destruição).
No universo descrito pela física da relatividade, o movimento nada mais é do que a variação de posição de um corpo relativamente a um ponto chamado "referencial".


SEXO Relação sexual refere-se a uma ampla variedade de comportamentos entre indivíduos voltados para a obtenção de prazer erótico de pelo menos um dos membros envolvidos independente de haver penetração, orgasmo e fins reprodutivos. Para isso é feita a estimulação de uma ou mais zonas erógenas, como seios, vagina e pénis.

PERIGO - qualquer situação que inclua dano físico ou psicológico para a pessoa. 

  RITUAL - Um ritual é um conjunto de gestos, palavras e formalidades, geralmente imbuídos de um valor simbólico, cuja performance é, usualmente, prescrita e codificada por uma religião ou pelas tradições da comunidade. Os propósitos dos rituais são variados. Eles podem incluir a concordância com obrigações religiosas ou ideais, satisfação de necessidades espirituais ou emocionais dos praticantes, fortalecimento de laços sociais, demonstração de respeito ou submissão, estabelecendo afiliação, obtenção de aceitação social ou aprovação para certo evento - ou, às vezes, apenas o prazer do ritual em si.
Os rituais são característicos de quase todas as sociedades humanas conhecidas, passadas ou actuais. Eles podem incluir os vários ritos de adoração e sacramentos de religiões organizadas e cultos, mas também os ritos de passagem de certas sociedades, como coroações, posses presidenciais, casamentos e funerais, eventos desportivos e outros. Várias actividades que são ostensivamente executadas para concretizar propósitos, como a execução da pena de morte e simpósios científicos, são carregados com acções simbólicas prescritas por regulamentos ou tradição e, portanto, parcialmente ritualísticos. Várias acções comuns, como aperto de mão ou cumprimentos podem ser entendidas como pequenos rituais.

Espero que este post lhe sirva para usar nos seus livros. No próximo post iremos falar sobre OS DEZ MANDAMENTOS DO ESCRITOR. Siga-nos por email, na coluna da direita, em cima. 


domingo, 24 de julho de 2016

O impacto das avaliações na mente do autor auto-publicado


Os autores independentes têm uma relação de amor / ódio com as avaliações dos seus livros. Os comentários dos leitores melhoram a popularidade de um livro, e colocam-no nos lugares cimeiros da amazon, mas também podem ser destrutivos.

 Quanto mais avaliações, mais popularidade, e mais hipóteses das vendas aumentarem. Todos os autores querem mais comentários, mas nem sempre gostam do que está escrito. Paradoxal, não é?
Os comentários podem acabar com qualquer auto-estima na escrita e, quem estaria a dar os primeiros passos pode desistir à primeira.

E aqui está o centro da questão, os autores devem-se preocupar com o número de comentários (cá entre nós só 1% dos leitores avaliam os livros depois de os lerem), e não com o conteúdo dos mesmos. O conteúdo dos comentários é para ajudar os leitores a decidirem pela compra, não é para os escritores. É claro que os comentários podem ser prejudiciais aos autores, mas acredite que, algumas críticas abaixo de 3 estrelas, quando todas são de 4 e 5, não prejudicam as vendas, sobretudo, se esse avaliador só dá avaliações negativas. Espreite os comentários do avaliador que lhe deu 2 ou 1 estrela e foi muito crítico e não se surpreenda se quase todas as avaliações desse avaliador forem negativas. É o típico destruidor. Por norma lêem algumas páginas dos livros e correm a deixar a sua prenda ao autor. Felizmente, a maioria dos avaliadores são muito honestos, mesmo quando têm que apontar alguns defeitos aos livros.

Os autores auto publicados deveriam ler bastante sobre a experiência dos outros colegas, e como reagir aos comentários, antes de terem o seu primeiro embate negativo. Nunca, mas nunca, responda a um leitor que lhe deixou uma avaliação péssima. Ignore-o, porque, responder aos comentários negativos na amazon, é considerado ofensivo, mesmo que o leitor só esteja a tentar prejudicar o seu livro. Os outros leitores encarregam-se de desfazer a imagem que esse leitor tenta passar. Acredite que a maioria dos avaliadores e leitores são honestos nas críticas. Não se esqueça que não se pode agradar a “gregos e troianos”.

Não leia os comentários. Foque-se em escrever, e em apresentar um material cuidado na apresentação e na escrita. Ou então, leia só os comentários positivos. Mas, se decidir ler todos os comentários, saiba que é muito difícil superar de um comentário destrutivo. Claro que é mais fácil dizer do que fazer, eu própria leio todos os comentários, mas já aprendi a lidar com as críticas. A mim, incentivam-me a melhorar. Só uma vez tive que lidar com um comentário destrutivo – muito destrutivo – num dos meus livros traduzidos. Garanto-lhes que a experiência não foi agradável. 

O autor auto publicado, nos primeiros anos em que publica, está muito exposto às críticas e, basta um comentário para o imobilizar e parar de escrever. Não faça isso. Continue a escrever. O «perito» que avaliou o seu livro, provavelmente esqueceu-se de dizer que não é o género de livro de que gosta e por isso avaliou de forma negativa, ou então é alguém que não tem a sua coragem. Quanto uma crítica é pouco favorável mas justa, merecida, não dói tanto. Afinal você reconhece que podia ter revisado o seu texto com mais cuidado, ou que devia ter verificado os buracos na trama, nome dos personagens etc.

Todos os autores auto publicados verificam o ranking dos seus livros e os comentários, quase diariamente, eles são o alimento, a força motriz, que nos fazem escrever histórias e publicá-las. E porque fazemos isso? Porque buscamos saber se o leitor percebeu aquele livro, se entendeu o sentido da história ou a mensagem. Procuramos a empatia do leitor e é para esse leitor que passamos a escrever.  
 Nenhum autor auto publicado pensa que o próximo livro que lançar, será um best-seller, vai revolucionar o mundo da escrita, e será irrepreensível na estrutura, enredo, personagens e história original. Não. Ele tem noção que é mais um entre centenas. Mas é o seu. Tem valor por isso.
A maioria dos autores auto publicados, como eu, escreve livros de entretenimento, pelo simples prazer de escrever, e também para se libertar das histórias que nascem na sua mente. No fundo é o que todos os escritores fazem, seja qual for o género em que escrevem, a diferença, é que os autores auto publicados estão mais expostos. Quem tem uma editora por trás, até agora, não tinha que lidar com comentários, no entanto, as editoras passaram a ter representatividade online e submeteram os seus autores à crítica do leitor, no mesmo sistema que a amazon, portanto, se tiver paciência consulte uma livraria online e vai ver que até os consagrados tem críticas desfavoráveis.
Aconteça o que acontecer, escreva sempre sobre o que gosta, nunca sobre aquilo que pensa que irá agradar. Esse tipo de escrita sai forçada, e sem alma.

Continue a escrever e até ao próximo post.  
A partir do dia 27 de Julho, acompanhe-nos no Instangram, em viagem pelo Egipto. 






domingo, 19 de junho de 2016

GUIA DAS EXPRESSÕES FACIAIS PARA USAR NO SEU LIVRO



A coisa mais CHATA para um leitor, é não conseguir visualizar o personagem e, essa falha, é o suficiente para o livro ser abandonado. O seu livro pode ser curtinho, sobre um tema muito batido, cliché até, mas se as personagens forem visíveis, o leitor fica. Há mercado para todos os géneros.
 Os escritores precisam de boas descrições de expressões faciais nas suas histórias para ajudar os leitores a retractar os personagens, para transmitir emoções, e estabelecer linhas de diálogo sem ter que escrever ", disse" milhares de vezes, ou qualquer de seus sinónimos. No entanto, não quer dizer que não use esse auxiliar descritivo ocasionalmente, chato para quem lê é, diálogo, após diálogo, deparar-se com o “disse ele, disse ela”. Não é fácil para quem escreve recorrer a um sem número de ideias para contar as mesmas descrições uma e outra vez.

Com base nas minhas pesquisas e listas que fiz para uso próprio, compilei este auxiliar que pode ter afixado na sua frente enquanto escreve, ou, mais tarde, reescreve o seu livro. Lembre-se que, quando coloca o ultimo ponto final, o livro é apenas um esboço. A história que prende o leitor nasce depois que o deixar “repousar” algum tempo e voltar a trabalhar a história e as personagens com mais afinco. Todos os autores independentes passam pelo mesmo – a pressa de publicar – mas, acredite, essa não é uma boa prática e falo por experiência própria.  

As expressões apresentadas são faciais. Note-se que algumas delas trabalham mais de uma emoção, uma pessoa pode estreitar os seus olhos de vingança ou cepticismo, por exemplo, e a sua cara pode ficar vermelha de raiva ou de vergonha.

Algumas delas exigem um pouco mais de explicação da parte do autor. Você vai ter que dizer para onde a personagem está a olhar, o que está a fazer, ou se seu rosto está se contorcendo de raiva, tristeza, ou outra emoção qualquer. E nem todas as emoções servem para trabalhar cada personagem, depende da personalidade deles e como reagem às coisas.

Algumas não são exactamente expressões faciais, mas podem ser úteis na mesma. A lista contém várias maneiras de descrever a mesma coisa.

Estas descrições de expressões faciais não são propriedade de ninguém, portanto use à vontade.

OLHOS / SOBRANCELHAS
Os seus olhos arregalaram-se
Os seus olhos rodaram nas orbitas
Os seus olhos estreitaram-se
Os seus olhos iluminaram-se
Os seus olhos dispararam
Ele olhou
Ela piscou
Seus olhos brilharam
Seus olhos brilhavam
Os seus olhos ardiam com ...
Os seus olhos brilhavam com ...
Os seus olhos brilhavam de ...
 Brilhava nos seus olhos
Os cantos dos olhos estavam franzidos
Ela revirou os olhos
Ele olhou para o céu
Ela olhou para o tecto
Lágrimas encheram os seus olhos
Seus olhos se encheram de lágrimas
Seus olhos nadaram em lágrimas
Os olhos inundados de lágrimas
Seus olhos estavam molhados
Seus olhos brilhavam
As lágrimas brilhavam nos seus olhos
Lágrimas brilhavam nos seus olhos
Os seus olhos estavam brilhantes
Ele estava lutando contra as lágrimas
As lágrimas corriam pelo seu rosto
Os olhos fechados
Ela fechou os olhos
Ele fechou os olhos
As suas pestanas
Ela bateu os cílios
As sobrancelhas ralas
A testa franzida
A testa enrugada
Uma linha apareceu entre suas sobrancelhas
Suas sobrancelhas se juntaram
As sobrancelhas juntas
Suas sobrancelhas se ergueram
Ela levantou uma sobrancelha
Ele levantou uma sobrancelha
Ela deu-lhe uma olhadela
Ele mediu-a com o olhar
Seus olhos perfuraram os dele
Ele olhou
Ela olhou
Ela examinou
Ele estudou
Ela ficou boquiaberta
Ele observou
Ela pesquisou
Ele olhou de soslaio
As suas pupilas estavam dilatadas
Suas pupilas eram enormes
Os seus olhos queimavam

NARIZ 
Ela enrugou o nariz
O nariz enrugado
Ela zombou
Suas narinas
Ela espetou o nariz no ar
Cheirou
Ela fungou

BOCA
Ela sorriu
Ele sorriu
Sua boca se curvou num sorriso
Os cantos da sua boca transformaram-se
Os cantos da sua boca curvaram-se
Um canto da sua boca elevou-se
 A sua boca se contorceu
Ele deu um meio sorriso
Ela deu um sorriso torto
A boca torcida
Ele mostrou um sorriso no rosto
Ela forçou um sorriso
Ele fingiu um sorriso
Seu sorriso desapareceu
Seu sorriso escorregou
Ele franziu os lábios
Ela fez beicinho
Sua boca se fechou
A boca transformou-se numa linha dura
Ele apertou os lábios
Ela mordeu o lábio
Ele desenhou seu lábio inferior com os dedos
Ela mordeu o lábio inferior
Ele mordeu o lábio inferior
A sua mandíbula apertada
Um músculo na sua mandíbula contraiu-se
Ele contraiu a sua mandíbula
Ele rosnou
Ele recuou num grunhido
Sua boca se abriu
Seu queixo caiu
Sua mandíbula afrouxou
Ele cerrou os dentes
Ela rangeu os dentes
O lábio inferior tremeu

PELE
Ela empalideceu
Ele empalideceu
Ela ficou branca
A cor fugiu-lhe do rosto
Seu rosto ficou vermelho
Suas bochechas ficaram rosadas
O rosto corado
Ela corou
Ele ficou vermelho
Ela virou escarlate
Um rubor subiu pelo rosto

FACE INTEIRA
Ele fez uma careta
Ela franziu o rosto
Ele fez uma careta
Ela estremeceu
Ele lançou-lhe um olhar porco
Ele franziu a testa
Ela fez uma careta
Ele encarou
Todo o seu rosto se iluminou
Ela se iluminou
Seu rosto ficou branco
O rosto contorcido
Sua expressão fechada
Sua expressão embotada
Sua expressão endureceu
A sua face fechou-se dura
Uma veia saltou para fora do seu pescoço
O espanto transformou o seu rosto
 O medo atravessou seu rosto
A tristeza nublou as suas feições
O terror ultrapassou o seu rosto
O reconhecimento despontou no seu rosto


Espero que a lista seja útil e até ao próximo post. 

sábado, 11 de junho de 2016

Como ter ideias para um romance


Há sempre quem julgue o escritor como alguém que nasceu inspirado, quiçá alguma competência que os deuses lhe deram por magia, ou  tão inteligente que tira histórias da mente, como um mágico tira coelhos da cartola.  Pois bem, fora de brincadeiras, o escritor é alguém que se esforça muito para chegar a um bom nível de escrita, seja qual for o género em que escreve. Mesmo no romance, considerado o género menor da literatura, requer muito empenho e pesquisa da parte de quem escreve para que a matéria desperte interesse ao leitor. Então, os escritores, são pessoas normalíssimas - que tentam fugir à normalidade - e que se distinguem das outras pessoas, por passarem a vida agarrados ao computador a escreverem histórias.

Os escritores são pessoas que transportam sempre um caderninho para apontar ideias - os do século XX, como eu, os mais novos tomam notas nos seus aparelhos sofisticados - que apanham no ar, uma ideia ou conversa que pode ser tema de um livro, mas que acima de tudo estudam muito , lêem muito, viajam, mas, acima de tudo observam a realidade à sua volta, a um nível global, graças à internet.
Não há escritor que não coloque pedaços de si e da sua própria vida em cada livro que escreve. quem já leu Gabriel Garcia Marquez, sabe que os livros dele retratam muitas das suas vivências. Ele próprio, afirma que o fez.
 Lesley Pearse, inspirou-se na sua vida da infância, vivida com dificuldades, para compor algumas personagens. Obviamente que ter-se inspirado em vivências suas, não significa que o livro seja a história de vida da pessoa, tratam-se de adaptações de proximidade com a vida das pessoas que serviram de inspiração.
Uma imagem, paisagem, acontecimento ou fenómeno da natureza podem servir de gatilho e daí resultar uma ideia que depois de pensada e desenvolvida durante dias, meses ou anos, poderá vir a tornar-se num livro.  Victor Hugo, escritor do século XIX que escreveu alguns romances, entre os quais "Os Miseráveis", inspirou-se nas vivências politicas tumultuosas da época - ao ponto de ter que se exilar de França - para escrever peças de teatro, romances e outros.

 É escritor iniciante, ou está a pensar meter mãos à obra, na tarefa de escrever um livro, e não sabe por onde começar?

Em primeiro lugar defina qual o género em que se sente confortável a escrever. Que género de livros lê mais? Pense nisso.
 Pessoalmente comecei pela poesia - porque me interessei e li muito - mas ainda hoje tenho tudo escondido na "gaveta". Há dias um colega do tempo de liceu recordou-me que eu escrevia nesse género quando tinha dezasseis anos.
Quando tive curiosidade em aprender mais sobre escrita, sempre pensei no romance. Iniciei a minha produção literária com uma saga familiar inspirada em factos reais ( Anna e Gabrielle) e, mais tarde comecei a escrever romances, que me dão muito prazer escrever. O meu primeiro livro continua a ser o meu preferido porque fiz o que quis. No entanto, não é dos mais vendidos,  porque é um drama e, as tendências de mercado no género romance, são para temas mais leves e com muito sexo. Não é o caso desta saga familiar que atravessa quatro gerações e que fala de incesto, um tema tabu na sociedade.
Há dias uma leitora do Brasil, deixou uma avaliação de 5***** no meu livro "O Homem do Deserto", confessando que tinha sido atraída pela sinopse, pois é fascinada por outras culturas; no entanto, viu-se surpreendida por uma trama que descreve um psicopata, personagem transversal a todas as culturas. E agora que falei no assunto acabei de recordar onde fui buscar a ideia para construir a personagem: a uma descrição que um colega fez de um psicopata que tinha acompanhado nos anos oitenta, em sessões de psicoterapia. Claro que a personagem nada tem a ver com a pessoa real a não ser na patologia. Qualquer escritor se pode socorrer da internet para pesquisar sobre psicologia e construir personagens, uma vantagem que os escritores anteriores ao fenómeno da internet, não possuíam tendo sempre que socorrer-se de outros livros. Há que saber filtrar a informação encontrada na net, nem tudo é verdade.
 A escrita, para mim, é a minha evasão pessoal, do final de um dia repleto de emoções, cansativo, gratificante e pleno de dramas de vida. É nesse mundo, o da escrita e da psicologia, que me sinto bem e realizada. Não tenha aspirações a ser uma romancista conhecida, nem a fazer a diferença no meio literário, só quero escrever.
  Gosto de histórias de vida  e é aí que vou buscar a minha fonte de inspiração. Esse é o meu "segredo". Escrevo sobre dramas da vida humana. Onde vou buscar a minha inspiração? Às minhas vivências, viagens, centenas de histórias de vida que já ouvi por via da minha profissão, de cenas que observo no dia a dia, nos livros que já li e leio, na natureza...tudo me serve para contar uma história. Neste momento tenho quatro livros pensados - são apenas ideias, ainda - trabalho para muito, mas, muito tempo mesmo, mas que um dia vai estar à venda.
Qual dúvida que tenham, podem contactar-me atráves de email (lidiacraveiro@gmail.com, ou ambrablanchett@gmail.com), e terei todo o gosto em responder a dúvidas, se souber.

sexta-feira, 25 de março de 2016

Frases que os leitores de romances ouvem com frequência

Todos já entramos numa livraria. Certo? Então pensem lá onde encontram maior concentração de pessoas. Junto às prateleiras de literatura estrangeira, género romance. Certo? Todos lêem (homens e mulheres) nas suas diversas formas: histórico, guerra, romântico, contemporâneo...etc, etc...

Encontrei um artigo no Pinterest, em inglês, e que achei muito curioso. Traduz tudo o que sempre ouvi acerca de quem lê romances. 


  1. Todos os romances são iguais. Claro...os autores são uns trapalhões, passam a vida a misturar as histórias uns dos outros.  
  2. O fim é previsível.  Nem sempre, mas quem é que quer ficar desiludido com o fim do livro? Eu não.
  3. Nada do que é vivido pelo par romântico se passa na vida real.  Os leitores sabem, por isso os lêem.
  4. Quem lê romances são pessoas que tem uma percepção irrealista do amor.  E então? Não tem a tem todas as pessoas até se desiludirem?
  5. Os heróis dos romances não existem assim tão perfeitos. Claro que não, por isso é que tem piada.
  6. Quem lê romances são mulheres que acham que se vão apaixonar por um bilionário, um duque, um príncipe, ou um árabe rico.  E então? Sonhar é só isso mesmo:um sonho, nunca fez mal a ninguém e o mundo está cheio de ogres. Ler romances é divertido e aprende-se imenso. 
  7. Quando arranjar um namorado deixa de ler romances?  Nem quando me casei. ):
  8. Os romances são todos sobre pornografia. Já leu algum? Sabe o que quer dizer porno? 
  9. Só lê autoras femininas? Não. Há muitos homens a escreverem romances, que o diga Nicolas Sparks e o meu amigo escritor Gonçalo Coelho
  10. Você também lê livros autênticos, ou só lê romances?  Eu cá só leio livros de romances autênticos, os outros, os que não são autênticos, não conheço.
  11.  Devia ler livros a sério como por exemplo os Maias de Eça de Queiroz, Os Miseráveis de Victor Hugo, o Vermelho e o Negro de Stendhal, o Conde de Monte Cristo de Dumas, Cem Anos de Solidão, de Garcia Marquez, Paris é uma Festa, de Hemingway...etc, etc... Já li. São todos romances.


sábado, 5 de março de 2016

A roupa dos personagens e a personalidade





Um dos aspectos mais importantes na literatura é a descrição. Sem ela, o leitor não iria entender o que nós queremos transmitir. A arte de escrever é algo que se aperfeiçoa com o tempo e estudo, e muita prática. Passámos das descrições exaustivas de pormenores de alguns clássicos (como os chapéus ridículos em Madame Bovary de Flaubert) para palavras que não dizem exactamente o que o personagem faz, mas demonstram e deixam ao leitor o prazer de construir a sua fantasia (é a arte de demonstrar em vez de dizer), pensar e deduzir.

Por exemplo:

1 -Maria está triste e a chorar.

 2 -Maria tem os ombros descaídos, olhos baços e uma lágrima teima em aparecer.

A primeira diz, não deixa espaço ao leitor para pensar, e a segunda demonstra, o leitor pode deduzir o que a personagem sente.
Portanto, as emoções e a linguagem corporal são importantes para demonstrar a personalidade das personagens, mas a roupa tem igual importância. Não podemos escrever um livro de época sem fazer uma pesquisa sobre os trajes que se usavam na altura, assim como se dissermos que um personagem tem roupa descosida e suja, já estamos a falar de uma pessoa com personalidade desleixada, ou de uma condição social desfavorecida, abandonada, doente mental, entre outras situações.
Existem vários tipos de pessoas que se identificam pela forma como se vestem, e, se quiser retratar a personagem de uma forma mais completa, não se esqueça que a roupa tem tanta importância como as emoções e a linguagem corporal.

Exemplos de personalidades e como se vestem:

  •   Tímidos/ tristes – roupas simples, disformes, largas e de cores escuras.
  •    Seguros e confiantes – Roupa curta, moldada o corpo, de marcas famosas, sedutoras, e com tons fortes.
  •  Alegres e simpáticos – roupa estampada com padrões florais ou geométricos e colorida.
  •  Práticos – roupas que podem usar em várias ocasiões como calças, saias, vestidos, e blusas simples mas de boa marca.
  • Casual – Gangas, camisas simples, t-shirts, calções. Não se importam com o que os outros pensam deles.
  • Criativos – usam sempre o mesmo tipo de roupa, não perdem tempo a pensar no que vestir.  
  •  Histriónicos – jóias em demasia, roupas de griffe, sapatos coloridos e na moda.
  •   Dóceis – copiam os modelos dos outros. Vestem-se como os amigos, ou como as estrelas de cinema.

 E não se esqueça. O tempo de esperar pela sorte de uma editora se interessar pelo seu trabalho e publicar, já lá vai. O futuro é a auto-publicação. Pode publicar o seu livro sem qualquer custo e disponibilizá-lo para o mundo através da amazon. 


domingo, 22 de novembro de 2015

O diálogo interno das personagens – 5 aspectos importantes


1 - O diálogo interno replica a vida real.

Quando escrevemos, nós queremos que o nosso trabalho seja sentido como autêntico (mesmo que se passe num planeta estranho, inclui mágica, ou tem dragões e elfos que vivem ao lado do nosso personagem. Queremos que o leitor sinta que essas pessoas (ou seres estranhos) poderiam ter vivido e feito as coisas que descrevemos. Quando me lembro do Harry Potter, penso sempre que aqueles seres estranhos existem mesmo e é isso que dá magia ao livro ao filme (confesso que só vi os filmes) e nos mantêm colados à história.
No dia-a-dia, estamos sempre percebendo coisas acontecendo ao nosso redor, tentando resolver problemas, e conversando com mais ou menos intensidade. Se quisermos que nossos personagens pareçam reais, é preciso que eles façam a mesma coisa. Os personagens pensam e falam consigo próprios, ou seja, estabelecem um diálogo interno que nos transporta ao longo do livro.

Como aplicar isso ao nosso livro de ficção:

Certifique-se de que o seu personagem reage a acontecimentos importantes por meio do diálogo interno. Por exemplo, se revelar uma de informação chocante o personagem tem que reagir ( chora, grita, fica sisudo, etc…) sozinho e deixando fluir os seus pensamentos através do discurso interno. Só assim o leitor se interessa pela história, caso contrário o leitor abandona-a. Se você estiver a ler um livro onde aconteceu um drama ao personagem e ele fica igual – a não ser que seja propositado, como ficar em choque – você também não vai gostar pois não? Lembre-se que a ficção é suposta ser "melhor" do que a vida real em alguns aspectos. Isso significa que não devemos partilhar cada pensamento que passa pela cabeça de nosso personagem, mas apenas os que são importantes, senão corremos o risco de um livro se tornar aborrecido e o personagem também. Nós só partilhamos os pensamentos que importam para a história, inclusive para o crescimento emocional do personagem.

 2 - O diálogo interno cria uma ligação mais profunda entre o leitor e os personagens.

Para um leitor que investe o seu tempo a ler a nossa história, precisa de se importar com que acontece ao personagem. O diálogo interno é uma das ferramentas à nossa disposição para fazer o leitor se importar porque ele cria uma ligação íntima entre o leitor e o ponto de vista do personagem. Nós ouvimos os seus pensamentos, da mesma forma que ouvimos os nossos, o que nos permite como leitores, partilhar os seus sentimentos e preocupações, experimentando-os como nossos. Conhecemos melhor o personagem, e ele fica mais real para nós por esse motivo.

Como aplicar isso ao nosso livro de ficção:

Uma grande parte do diálogo interno resume-se a que o nosso personagem forme opiniões sobre o que está acontecendo ao seu redor. Certifique-se que a deixa julgar e interpretar os acontecimentos e as pessoas que encontram. Isso mostra a sua personalidade de uma forma profunda e pessoal, porque o personagem não está tentando colocar uma máscara para o mundo exterior. Os seus pensamentos privados são destinados apenas para si. Eles são honestos e crus. Se no final o personagem descobrir que afinal estava errado ainda mais credibilidade vai ter junto do leitor. Há dia uma leitora comentava comigo, acerca do meu livro A Prenda da Noiva que o factor surpresa e o diálogo interno da personagem não a deixavam despegar do livro. Para além de ficar muito “babosa”, é sempre muito gratificante receber respostas gratificantes dos nossos leitores, levou-me a pensar em escrever sobre esse tema.  

 3 - O diálogo interno ajuda a controlar o ritmo do livro.

A estimulação do leitor na ficção é como criar o passeio perfeito numa montanha russa. Se você subiu uma montanha-russa, e a seguir cai no precipício não houve antecipação do que irá acontecer a seguir, portanto não teve graça. Para ser bom tem que passar por vários níveis. Na escrita tem que existir um planeamento rigoroso do andamento do livro e, no caso do diálogo interno da personagem, passa por ir desvendando aos poucos a sequência da acção.

Como aplicar isso ao nosso livro de ficção:

Se todo o nosso livro é composto de cenas de acção de alta velocidade, os nossos leitores vão ficar tão aborrecidos como se em todo o nosso livro o personagem fica sentado e é só pensamento. Precisamos do diálogo interno para criar a expectativa para a acção, permitir que o leitor respire e se prepare para a próxima cena. Para fazer isso, devemos ter pequenas sequelas, seguir o nosso personagem em adiamentos e indecisões até à decisão final, que pode ser certa ou errada. No meu próximo livro “Cortesã de Luxo”, a personagem principal resiste bastante a enveredar pela vida que abomina e rejeita e, antes que o leitor a veja cair ela tem várias “quedas” mais pequenas que induz o leitor a ter esperança e até a formular o próximo passo da personagem.

 4 - O diálogo interno minimiza a confusão ao revelar motivações.

O coração da ficção é o “porquê”. Porque é que o nosso personagem principal está agindo daquela forma? Por que ela quer alcançar seu objectivo tão depressa que ela está disposta a sofrer as possíveis consequências?
Quando essas motivações não são claras para o leitor, este acaba quer sentir-se confuso ou menos preso à história. Quando o leitor não sabe ou não entende as motivações do nosso personagem e as suas acções parecem aleatórias e estúpidas convém não o deixar muito tempo nessa situação.

Como aplicar isso ao nosso livro de ficção:

Tem que ser claro quanto às acções do personagem, porque é que ela está fazendo aquilo ou tomando aquela decisão. Se não for claro o leitor abandona o livro. Não perca muito tempo em descrições que não levam a lado nenhum, apenas são palavras para encher o texto. 

 5 - O diálogo interno transmite informações que não podem ser dadas de qualquer outra forma.

Se, por exemplo, você tem um personagem que precisa enganar todos ao seu redor, você vai pôr a agir de uma maneira e pensar de outra. Outro exemplo disso são as influências que os nossos personagens sofrem e porque eles agem de determinada forma.

Eles não podem pensar que os eventos do seu passado estão influenciando a sua vida, porque eles não teriam nenhuma razão para falar sobre isso com mais ninguém e o livro acabaria, mas podemos fazer o leitor ficar ciente da importância do passado do personagem através de seus pensamentos, do diálogo interno.

Como aplicar isso ao nosso livro de ficção:

A chave é partilhar uma única história de fundo que é essencial para todo o livro e alimentar a história com um conta-gotas, ou seja, aos poucos, e usar um evento no presente para accionar os pensamentos do nosso personagem sobre os acontecimentos passados. Em “A Cortesã de Luxo”, um acontecimento político da época (1938) em Portugal, junta o par amoroso do livro.


Caros leitores. Apresento-vos a minha marca de autora independente. O próximo livro a ser publicado e finais de Janeiro terá este símbolo na capa e sempre que o vejam associem-no aos meus livros, aos livros de Lídia Craveiro. A autora deixou o pseudónimo por enquanto. Seria caso para um titulo do género:
 “ A autora que matou o seu pseudónimo”?



Com  afecto, até ao próximo post. Nas próximas semanas vou dedicar-me na integra ao livro.