sábado, 24 de setembro de 2016

"Confia em mim" de Lesley Pearse


Já está na minha estante desde ontem. Tenho ainda tantos livros em lista de espera para ler, mas não sei se vou resistir, é que Lesley Pearse é somente uma das minhas autoras preferidas, com um lugar de destaque na minha estante. 

Sobre o livro

As irmãs Dulcie e May têm uma vida perfeitamente normal em Inglaterra… até ao dia em que o pai, por acidente, mata a mãe. Quando ele é condenado a uma pena por homicídio involuntário, as duas meninas ficam sozinhas no mundo.
É no orfanato que as irmãs percebem o verdadeiro significado da palavra crueldade. Mas a promessa de uma "vida melhor" na Austrália enche-lhes o coração de esperança… Infelizmente, a realidade reserva-lhes mais um duro golpe.
Será apenas muito mais tarde, ao conhecer o jovem Ross, também um "sobrevivente" dos orfanatos, que Dulcie tem um vislumbre da felicidade. Mas após uma vida a ouvir tantas promessas vãs, terá ela a força de espírito para confiar em alguém a ponto de lhe entregar o seu coração? E conseguirá ainda salvar May das garras de um destino trágico?

Baseado em factos reais, Confia em Mim podia ser a história de milhares de crianças vulneráveis, arrancadas aos seus lares e aos entes queridos em meados do século passado. Com a ternura a que já nos habituou, Lesley Pearse retrata a chocante realidade da migração infantil, bem como as marcas duradouras que deixa nas suas vítimas.

O livro é um mega romance, inspirado em factos reais, com 751 páginas. Em breve deixarei aqui a minha opinião. 

Sobre a autora
Após perder a mãe em circunstâncias trágicas quando tinha ainda 3 anos, Lesley e o irmão mais velho foram enviados para orfanatos separados, uma vez que o pai estava ao serviço dos Royal Marines. Durante este tempo foi adquirindo as tristes experiências que partilha neste livro. 
Quando Lesley tinha perto de seis anos e o pai voltou a casar, a família voltou a unir-se, com a adição de mais dois irmãos adotados e também várias outras crianças que iam chegando e partindo, já que esta era uma família de acolhimento temporário. As coisas nem sempre correram bem, sendo a nova mãe de Lesley bastante severa e sem capacidade para mostrar qualquer tipo de afeto. Aos dezasseis anos saiu de casa para trabalhar como ama e durante a juventude sucederam-se várias relações fracassadas, e também muitos trabalhos diferentes. Lesley é mãe, avó e continua a escrever. 




sábado, 17 de setembro de 2016

Elisabeth Adler - Sombras de Paixão e A Herdeira

 Sou fã da autora, desde que li Uma Casa no Campo, recomendado por um dos blogues de livros, que encontrei na net. O estilo de escrita agrada-me por demais. É claro, não é meloso, fala dos dramas humanos, e acrescenta sempre uma pitada de crime e mistério, que nos mantém presos à leitura.  Têm todos os ingredientes que aprecio numa boa história. Tenho, na minha estante todos os livros da autora, publicados em português. Destaco estes dois, porque, apesar de terem sido escritos há muito tempo - só agora traduzidos e publicados em portugal - , contam uma história de família - saga familiar - que abrange quatro gerações. Terminei de ler o segundo livro, passado um ano de ter lido o primeiro, e recomendo a leitura dos dois. A minha avaliação é de cinco estrelas. Quando gosto, gosto.

Sinopse do primeiro livro - Sombras de Paixão
Apenas com a sua beleza exótica, inocência sedutora, orgulho e espírito impetuoso, Léonie veio da França rural para encontrar o seu futuro em Paris. Da vergonha dos cabarés ela ascende à fama internacional cantando com sentimento sobre o amor e a saudade. De Paris à Cote d'Azur, de Nova Iorque ao Brasil, de Cuba ao Cairo, Léonie move-se num deslumbrante mundo de dinheiro, paixão e poder - um mundo onde ela semeia tempestades de desejo e paixões.
O poderoso Duc de Courmont irá dar-lhe tudo exceto amor...
Maroc não conseguiu protegê-la dela própria…
Charles vai pagar caro alguns momentos de felicidade roubados…
Jacques não conseguiu libertá-la das recordações e dos anseios…
Jim ofereceu-lhe um porto de abrigo, mas isso não bastou….

No entanto, nenhum deles conseguirá tocar uma parte da sua alma… exceto o homem que experimentou o seu ódio e a sua paixão…

Sinopse do segundo livro - A Herdeira
Peach de Courmont - criança rebelde, sedutora adolescente, mulher requintada. A neta adorada de Leonie e herdeira da dinastia De Courmont cresceu num ambiente de luxo e está habituada a ter a vida - e o amor – nos seus próprios termos.
Noel Maddox, criado num orfanato do Iowa e habituado às ruas cruéis de Detroit, subiu a pulso desde a linha de montagem até ao poder. Peach, e o império automóvel que ela dirigia, faziam parte do sonho que ele ambicionava ter... a qualquer preço.

Da Paris do tempo da guerra à deslumbrante Cote d'Azur... das salas de reuniões de Detroit às casas apalaçadas de Grosse Pointe e ao campo inglês, as suas personalidade indomáveis colidem numa saga de paixão e poder que tem como pano de fundo um mundo rico e imprudente.

A autora - ELISABETH ADLER
Elizabeth Adler é britânica. Autora de vários romances é reconhecida internacionalmente pelas suas histórias envolventes que combinam de forma magistral mistério, amor e destinos de sonho. Os seus livros estão publicados em vinte e cinco países, com mais de dez milhões de exemplares vendidos em todo o mundo.

Adler e o marido viveram em vários países até que fixaram residência em La Quinta, Califórnia, onde passam dias tranquilos na companhia dos seus dois gatos.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

A História Interminável


37º Aniversário da Primeira Publicação do livro A HISTÓRIA INTERMINÁVEL

Este livro fez as delicias da minha juventude no género fantasia, por isso quis deixar aqui o apontamento. Apesar de ser uma fantasia destinada especialmente às crianças, os temas abordados passam longe de ser infantis.
"Faz o que quiseres" é a inscrição que consta do símbolo do poder ilimitado de Fantasia. Mas o jovem Bastian, herói desta aventura, só ao fim de uma longa e árdua busca descobre o que essa frase realmente significa.
Eis, muito sumariamente, o tema deste livro admirável que se publica agora em Portugal, confirmando também entre nós a sua extraordinária carreira internacional.
 Recomendo a leitura. Mergulhe no livro e sinta o ambiente fantástico da mais pura fantasia e do bem que ela faz à alma.  
 Imagem do filme

Resumo
Bastian  é um garoto sonhador, que usa a imaginação como refúgio para os fatos que o entristecem, como as provas de Matemática, brigas, na escola e, especialmente, a recente perda de sua mãe. Um dia, o garoto a caminho da escola briga com outros colegas, foge, e acaba parando numa livraria, onde toma conhecimento de um livro chamado "A História Sem Fim". A leitura do livro  transporta –o ao fantástico mundo de "Fantasia", habitado por um caracol de corrida, um morcego planador, um dragão da sorte, elfos, uma Imperatriz Criança , o valente guerreiro Atreyu , e uma pedra ambulante chamada Come-Pedra. O jovem começa a visualizar o que lê. A imperatriz que governa "Fantasia" está morrendo e, junto com ela, todo aquele mundo habitado por criaturas maravilhosas. Um jovem guerreiro é a única esperança para encontrar a cura para a doença da imperatriz e impedir que aquele mundo fosse engolido pelo "Nada".

domingo, 21 de agosto de 2016

Deve o escritor entrar em diálogo com o leitor?


Cada autor escolhe o tipo de narrador que  melhor assenta ao tipo de ideias que quer transmitir, e até aos gostos dos seus leitores, isto, se os conhecer muito bem, pois nenhum escritor, por mais que se mantenha no seu "casulo" e longe dos leitores, está imune às criticas.
 Existe o narrador omnisciente que tudo sabe e tudo revela, intrusivo, e o mais experimentado, que revela aos poucos, deixando o leitor preso ao livro.
Narrado na primeira, ou na terceira pessoa, o livro deve manter algum suspense para prender o leitor. Nenhum livro irá dizer tudo, grande parte fica para a capacidade de imaginação e interpretação da história, por parte do leitor.
No entanto, existem escritores que tem uma grande necessidade de interagir com o leitor, de forma que perguntam várias vezes ao longo da narrativa o que o leitor pensa do assunto. Pessoalmente não aprecio essa forma, quando estou a ler um livro, e já li criticas ferozes de leitores, sobre esse recurso. O leitor quer embarcar na história e vivê-la como se lá estivesse dentro. Não queremos todos ser o herói do filme? Não queremos todos acreditar que o filme é real e que o protagonista está mesmo a viver aquele momento? Claro que queremos, tanto que até mandamos calar o "engraçadinho" da fila de trás que passa o tempo a dizer que é tudo a fingir. Nos livros é igual.
Grande parte do mérito de um livro de entretenimento é levar a pessoa a viver outras vidas, conhecer outros mundos e realidades, poder sonhar e viver tudo o que não faria na vida real. Então, quando o escritor faz uma pergunta ao leitor, está mostrar a realidade e, isso, quebra o encanto do livro. Se é um escritor estreante não o faça. Não desiluda os seus leitores. Guarde esse recurso para um dia, no futuro quando já tiver conquistado o seu pedacinho de céu na literatura.
Machado de Assis, no romance "Memórias Póstumas de Brás Cubas", dizia que o grande defeito do livro são os leitores, ora isso só em possível e aceitável, num escritor que já conhece os seus leitores, já os conquistou, e pode atrever-se a proferir tal critica.
Li um livro há pouco ( não! não vou dizer o titulo e o autor!) que abusa desse recurso literário. Por teimosia, li até ao fim, mas confesso que quebrou o encanto e o meu interesse na história.

Boas leituras e até ao próximo post.

PS- quase, quase a acabar a primeira versão do romance POR AMOR E POR AMBIÇÃO.

domingo, 24 de julho de 2016

O impacto das avaliações na mente do autor auto-publicado


Os autores independentes têm uma relação de amor / ódio com as avaliações dos seus livros. Os comentários dos leitores melhoram a popularidade de um livro, e colocam-no nos lugares cimeiros da amazon, mas também podem ser destrutivos.

 Quanto mais avaliações, mais popularidade, e mais hipóteses das vendas aumentarem. Todos os autores querem mais comentários, mas nem sempre gostam do que está escrito. Paradoxal, não é?
Os comentários podem acabar com qualquer auto-estima na escrita e, quem estaria a dar os primeiros passos pode desistir à primeira.

E aqui está o centro da questão, os autores devem-se preocupar com o número de comentários (cá entre nós só 1% dos leitores avaliam os livros depois de os lerem), e não com o conteúdo dos mesmos. O conteúdo dos comentários é para ajudar os leitores a decidirem pela compra, não é para os escritores. É claro que os comentários podem ser prejudiciais aos autores, mas acredite que, algumas críticas abaixo de 3 estrelas, quando todas são de 4 e 5, não prejudicam as vendas, sobretudo, se esse avaliador só dá avaliações negativas. Espreite os comentários do avaliador que lhe deu 2 ou 1 estrela e foi muito crítico e não se surpreenda se quase todas as avaliações desse avaliador forem negativas. É o típico destruidor. Por norma lêem algumas páginas dos livros e correm a deixar a sua prenda ao autor. Felizmente, a maioria dos avaliadores são muito honestos, mesmo quando têm que apontar alguns defeitos aos livros.

Os autores auto publicados deveriam ler bastante sobre a experiência dos outros colegas, e como reagir aos comentários, antes de terem o seu primeiro embate negativo. Nunca, mas nunca, responda a um leitor que lhe deixou uma avaliação péssima. Ignore-o, porque, responder aos comentários negativos na amazon, é considerado ofensivo, mesmo que o leitor só esteja a tentar prejudicar o seu livro. Os outros leitores encarregam-se de desfazer a imagem que esse leitor tenta passar. Acredite que a maioria dos avaliadores e leitores são honestos nas críticas. Não se esqueça que não se pode agradar a “gregos e troianos”.

Não leia os comentários. Foque-se em escrever, e em apresentar um material cuidado na apresentação e na escrita. Ou então, leia só os comentários positivos. Mas, se decidir ler todos os comentários, saiba que é muito difícil superar de um comentário destrutivo. Claro que é mais fácil dizer do que fazer, eu própria leio todos os comentários, mas já aprendi a lidar com as críticas. A mim, incentivam-me a melhorar. Só uma vez tive que lidar com um comentário destrutivo – muito destrutivo – num dos meus livros traduzidos. Garanto-lhes que a experiência não foi agradável. 

O autor auto publicado, nos primeiros anos em que publica, está muito exposto às críticas e, basta um comentário para o imobilizar e parar de escrever. Não faça isso. Continue a escrever. O «perito» que avaliou o seu livro, provavelmente esqueceu-se de dizer que não é o género de livro de que gosta e por isso avaliou de forma negativa, ou então é alguém que não tem a sua coragem. Quanto uma crítica é pouco favorável mas justa, merecida, não dói tanto. Afinal você reconhece que podia ter revisado o seu texto com mais cuidado, ou que devia ter verificado os buracos na trama, nome dos personagens etc.

Todos os autores auto publicados verificam o ranking dos seus livros e os comentários, quase diariamente, eles são o alimento, a força motriz, que nos fazem escrever histórias e publicá-las. E porque fazemos isso? Porque buscamos saber se o leitor percebeu aquele livro, se entendeu o sentido da história ou a mensagem. Procuramos a empatia do leitor e é para esse leitor que passamos a escrever.  
 Nenhum autor auto publicado pensa que o próximo livro que lançar, será um best-seller, vai revolucionar o mundo da escrita, e será irrepreensível na estrutura, enredo, personagens e história original. Não. Ele tem noção que é mais um entre centenas. Mas é o seu. Tem valor por isso.
A maioria dos autores auto publicados, como eu, escreve livros de entretenimento, pelo simples prazer de escrever, e também para se libertar das histórias que nascem na sua mente. No fundo é o que todos os escritores fazem, seja qual for o género em que escrevem, a diferença, é que os autores auto publicados estão mais expostos. Quem tem uma editora por trás, até agora, não tinha que lidar com comentários, no entanto, as editoras passaram a ter representatividade online e submeteram os seus autores à crítica do leitor, no mesmo sistema que a amazon, portanto, se tiver paciência consulte uma livraria online e vai ver que até os consagrados tem críticas desfavoráveis.
Aconteça o que acontecer, escreva sempre sobre o que gosta, nunca sobre aquilo que pensa que irá agradar. Esse tipo de escrita sai forçada, e sem alma.

Continue a escrever e até ao próximo post.  
A partir do dia 27 de Julho, acompanhe-nos no Instangram, em viagem pelo Egipto. 






sábado, 25 de junho de 2016

George R.R. Martin e Stephen King à conversa sobre livros e a vida



O escritor norte-americano Stephen King, foi entrevistado pelo também escritor George R.R. Martin, autor de ‘Game of Thrones‘. A entrevista entre os dois gigantes aconteceu em Albuquerque, cidade do Estado do Novo México, nos EUA. No vídeo, que está disponível no Youtube, Stephen King crítica a lógica do controlo de armas nos Estados Unidos.
A entrevista teve vários momentos muito engraçados e descontraídos. Um deles quando George pergunta a Stephen “Como raio é que escreves tantos livros e tão depressa?”
King explica que escreve três a quatro horas por dia, produzindo cerca seis de páginas e, que se os livros tiverem uma media de 360 páginas, demora cerca de dois meses a escrever um livro. O segredo é apenas trabalho e trabalho.

Martin continua a pressionar e pergunta “Não tens um dia em que te sentas para escrever e é como se estivesses constipado, sentes-te entupido, e vais ver o email, escreves uma palavra e voltas ao email e sentes que tens o talento de um canalizador?”
E King responde. “ Não!” 


Os dois gigantes discutem ainda a origem do mal e a forma como King o aborda nos seus livros. Nos livros de King o mal vem de dentro, das pessoas, diz Martin para King. King responde que acredita que o mal é humano, não vem do exterior e que o ser humano tem coisas boas e más e são essas facetas que gosta de explorar nos seus livros.

Deixo-vos aqui a entrevista na integra, para que possam apreciar estes dois escritores que são um exemplo de trabalho e talento.




domingo, 19 de junho de 2016

GUIA DAS EXPRESSÕES FACIAIS PARA USAR NO SEU LIVRO



A coisa mais CHATA para um leitor, é não conseguir visualizar o personagem e, essa falha, é o suficiente para o livro ser abandonado. O seu livro pode ser curtinho, sobre um tema muito batido, cliché até, mas se as personagens forem visíveis, o leitor fica. Há mercado para todos os géneros.
 Os escritores precisam de boas descrições de expressões faciais nas suas histórias para ajudar os leitores a retractar os personagens, para transmitir emoções, e estabelecer linhas de diálogo sem ter que escrever ", disse" milhares de vezes, ou qualquer de seus sinónimos. No entanto, não quer dizer que não use esse auxiliar descritivo ocasionalmente, chato para quem lê é, diálogo, após diálogo, deparar-se com o “disse ele, disse ela”. Não é fácil para quem escreve recorrer a um sem número de ideias para contar as mesmas descrições uma e outra vez.

Com base nas minhas pesquisas e listas que fiz para uso próprio, compilei este auxiliar que pode ter afixado na sua frente enquanto escreve, ou, mais tarde, reescreve o seu livro. Lembre-se que, quando coloca o ultimo ponto final, o livro é apenas um esboço. A história que prende o leitor nasce depois que o deixar “repousar” algum tempo e voltar a trabalhar a história e as personagens com mais afinco. Todos os autores independentes passam pelo mesmo – a pressa de publicar – mas, acredite, essa não é uma boa prática e falo por experiência própria.  

As expressões apresentadas são faciais. Note-se que algumas delas trabalham mais de uma emoção, uma pessoa pode estreitar os seus olhos de vingança ou cepticismo, por exemplo, e a sua cara pode ficar vermelha de raiva ou de vergonha.

Algumas delas exigem um pouco mais de explicação da parte do autor. Você vai ter que dizer para onde a personagem está a olhar, o que está a fazer, ou se seu rosto está se contorcendo de raiva, tristeza, ou outra emoção qualquer. E nem todas as emoções servem para trabalhar cada personagem, depende da personalidade deles e como reagem às coisas.

Algumas não são exactamente expressões faciais, mas podem ser úteis na mesma. A lista contém várias maneiras de descrever a mesma coisa.

Estas descrições de expressões faciais não são propriedade de ninguém, portanto use à vontade.

OLHOS / SOBRANCELHAS
Os seus olhos arregalaram-se
Os seus olhos rodaram nas orbitas
Os seus olhos estreitaram-se
Os seus olhos iluminaram-se
Os seus olhos dispararam
Ele olhou
Ela piscou
Seus olhos brilharam
Seus olhos brilhavam
Os seus olhos ardiam com ...
Os seus olhos brilhavam com ...
Os seus olhos brilhavam de ...
 Brilhava nos seus olhos
Os cantos dos olhos estavam franzidos
Ela revirou os olhos
Ele olhou para o céu
Ela olhou para o tecto
Lágrimas encheram os seus olhos
Seus olhos se encheram de lágrimas
Seus olhos nadaram em lágrimas
Os olhos inundados de lágrimas
Seus olhos estavam molhados
Seus olhos brilhavam
As lágrimas brilhavam nos seus olhos
Lágrimas brilhavam nos seus olhos
Os seus olhos estavam brilhantes
Ele estava lutando contra as lágrimas
As lágrimas corriam pelo seu rosto
Os olhos fechados
Ela fechou os olhos
Ele fechou os olhos
As suas pestanas
Ela bateu os cílios
As sobrancelhas ralas
A testa franzida
A testa enrugada
Uma linha apareceu entre suas sobrancelhas
Suas sobrancelhas se juntaram
As sobrancelhas juntas
Suas sobrancelhas se ergueram
Ela levantou uma sobrancelha
Ele levantou uma sobrancelha
Ela deu-lhe uma olhadela
Ele mediu-a com o olhar
Seus olhos perfuraram os dele
Ele olhou
Ela olhou
Ela examinou
Ele estudou
Ela ficou boquiaberta
Ele observou
Ela pesquisou
Ele olhou de soslaio
As suas pupilas estavam dilatadas
Suas pupilas eram enormes
Os seus olhos queimavam

NARIZ 
Ela enrugou o nariz
O nariz enrugado
Ela zombou
Suas narinas
Ela espetou o nariz no ar
Cheirou
Ela fungou

BOCA
Ela sorriu
Ele sorriu
Sua boca se curvou num sorriso
Os cantos da sua boca transformaram-se
Os cantos da sua boca curvaram-se
Um canto da sua boca elevou-se
 A sua boca se contorceu
Ele deu um meio sorriso
Ela deu um sorriso torto
A boca torcida
Ele mostrou um sorriso no rosto
Ela forçou um sorriso
Ele fingiu um sorriso
Seu sorriso desapareceu
Seu sorriso escorregou
Ele franziu os lábios
Ela fez beicinho
Sua boca se fechou
A boca transformou-se numa linha dura
Ele apertou os lábios
Ela mordeu o lábio
Ele desenhou seu lábio inferior com os dedos
Ela mordeu o lábio inferior
Ele mordeu o lábio inferior
A sua mandíbula apertada
Um músculo na sua mandíbula contraiu-se
Ele contraiu a sua mandíbula
Ele rosnou
Ele recuou num grunhido
Sua boca se abriu
Seu queixo caiu
Sua mandíbula afrouxou
Ele cerrou os dentes
Ela rangeu os dentes
O lábio inferior tremeu

PELE
Ela empalideceu
Ele empalideceu
Ela ficou branca
A cor fugiu-lhe do rosto
Seu rosto ficou vermelho
Suas bochechas ficaram rosadas
O rosto corado
Ela corou
Ele ficou vermelho
Ela virou escarlate
Um rubor subiu pelo rosto

FACE INTEIRA
Ele fez uma careta
Ela franziu o rosto
Ele fez uma careta
Ela estremeceu
Ele lançou-lhe um olhar porco
Ele franziu a testa
Ela fez uma careta
Ele encarou
Todo o seu rosto se iluminou
Ela se iluminou
Seu rosto ficou branco
O rosto contorcido
Sua expressão fechada
Sua expressão embotada
Sua expressão endureceu
A sua face fechou-se dura
Uma veia saltou para fora do seu pescoço
O espanto transformou o seu rosto
 O medo atravessou seu rosto
A tristeza nublou as suas feições
O terror ultrapassou o seu rosto
O reconhecimento despontou no seu rosto


Espero que a lista seja útil e até ao próximo post. 

sábado, 11 de junho de 2016

Como ter ideias para um romance


Há sempre quem julgue o escritor como alguém que nasceu inspirado, quiçá alguma competência que os deuses lhe deram por magia, ou  tão inteligente que tira histórias da mente, como um mágico tira coelhos da cartola.  Pois bem, fora de brincadeiras, o escritor é alguém que se esforça muito para chegar a um bom nível de escrita, seja qual for o género em que escreve. Mesmo no romance, considerado o género menor da literatura, requer muito empenho e pesquisa da parte de quem escreve para que a matéria desperte interesse ao leitor. Então, os escritores, são pessoas normalíssimas - que tentam fugir à normalidade - e que se distinguem das outras pessoas, por passarem a vida agarrados ao computador a escreverem histórias.

Os escritores são pessoas que transportam sempre um caderninho para apontar ideias - os do século XX, como eu, os mais novos tomam notas nos seus aparelhos sofisticados - que apanham no ar, uma ideia ou conversa que pode ser tema de um livro, mas que acima de tudo estudam muito , lêem muito, viajam, mas, acima de tudo observam a realidade à sua volta, a um nível global, graças à internet.
Não há escritor que não coloque pedaços de si e da sua própria vida em cada livro que escreve. quem já leu Gabriel Garcia Marquez, sabe que os livros dele retratam muitas das suas vivências. Ele próprio, afirma que o fez.
 Lesley Pearse, inspirou-se na sua vida da infância, vivida com dificuldades, para compor algumas personagens. Obviamente que ter-se inspirado em vivências suas, não significa que o livro seja a história de vida da pessoa, tratam-se de adaptações de proximidade com a vida das pessoas que serviram de inspiração.
Uma imagem, paisagem, acontecimento ou fenómeno da natureza podem servir de gatilho e daí resultar uma ideia que depois de pensada e desenvolvida durante dias, meses ou anos, poderá vir a tornar-se num livro.  Victor Hugo, escritor do século XIX que escreveu alguns romances, entre os quais "Os Miseráveis", inspirou-se nas vivências politicas tumultuosas da época - ao ponto de ter que se exilar de França - para escrever peças de teatro, romances e outros.

 É escritor iniciante, ou está a pensar meter mãos à obra, na tarefa de escrever um livro, e não sabe por onde começar?

Em primeiro lugar defina qual o género em que se sente confortável a escrever. Que género de livros lê mais? Pense nisso.
 Pessoalmente comecei pela poesia - porque me interessei e li muito - mas ainda hoje tenho tudo escondido na "gaveta". Há dias um colega do tempo de liceu recordou-me que eu escrevia nesse género quando tinha dezasseis anos.
Quando tive curiosidade em aprender mais sobre escrita, sempre pensei no romance. Iniciei a minha produção literária com uma saga familiar inspirada em factos reais ( Anna e Gabrielle) e, mais tarde comecei a escrever romances, que me dão muito prazer escrever. O meu primeiro livro continua a ser o meu preferido porque fiz o que quis. No entanto, não é dos mais vendidos,  porque é um drama e, as tendências de mercado no género romance, são para temas mais leves e com muito sexo. Não é o caso desta saga familiar que atravessa quatro gerações e que fala de incesto, um tema tabu na sociedade.
Há dias uma leitora do Brasil, deixou uma avaliação de 5***** no meu livro "O Homem do Deserto", confessando que tinha sido atraída pela sinopse, pois é fascinada por outras culturas; no entanto, viu-se surpreendida por uma trama que descreve um psicopata, personagem transversal a todas as culturas. E agora que falei no assunto acabei de recordar onde fui buscar a ideia para construir a personagem: a uma descrição que um colega fez de um psicopata que tinha acompanhado nos anos oitenta, em sessões de psicoterapia. Claro que a personagem nada tem a ver com a pessoa real a não ser na patologia. Qualquer escritor se pode socorrer da internet para pesquisar sobre psicologia e construir personagens, uma vantagem que os escritores anteriores ao fenómeno da internet, não possuíam tendo sempre que socorrer-se de outros livros. Há que saber filtrar a informação encontrada na net, nem tudo é verdade.
 A escrita, para mim, é a minha evasão pessoal, do final de um dia repleto de emoções, cansativo, gratificante e pleno de dramas de vida. É nesse mundo, o da escrita e da psicologia, que me sinto bem e realizada. Não tenha aspirações a ser uma romancista conhecida, nem a fazer a diferença no meio literário, só quero escrever.
  Gosto de histórias de vida  e é aí que vou buscar a minha fonte de inspiração. Esse é o meu "segredo". Escrevo sobre dramas da vida humana. Onde vou buscar a minha inspiração? Às minhas vivências, viagens, centenas de histórias de vida que já ouvi por via da minha profissão, de cenas que observo no dia a dia, nos livros que já li e leio, na natureza...tudo me serve para contar uma história. Neste momento tenho quatro livros pensados - são apenas ideias, ainda - trabalho para muito, mas, muito tempo mesmo, mas que um dia vai estar à venda.
Qual dúvida que tenham, podem contactar-me atráves de email (lidiacraveiro@gmail.com, ou ambrablanchett@gmail.com), e terei todo o gosto em responder a dúvidas, se souber.

domingo, 22 de maio de 2016

Como caracterizar os personagens do seu romance

Sempre que um autor escreve um livro cria situações que vão despoletar emoções nos leitores, independentemente de ser um drama, policial, aventuras ou fantasia. O objectivo do autor é proporcionar ao leitor experiências emocionais diversas: empatia, raiva, medo, amor até. Se um leitor não se identificar com uma das personagens deixa o livro de lado. O que faz o leitor ficar preso ao livro é poder vivenciar experiências sem correr riscos. A leitura é chocolate para a alma, um deleite para os sentidos e para as emoções. 
Vamos agora elaborar uma lista de sinais físicos e psicológicos associados à caracterização de personagens, sinais esses, que lhes dão vida. 

Tédio- Sinais físicos: movimentos de inquietude, folhear revistas e jornais que estejam nas imediações, deambular pelas divisões da casa, idas frequentes ao quarto de banho, fazer zapping na TV, reclamar, sentar-se e levantar-se. 
Sensações internas - hiperactividade, impaciênciamúsculos pesados, letargia. 

Dependências - Sinais físicos - falta de higiene corporal, dentes sujos e podres, unhas partidas, pele sem vida, pupilas dilatadas ou contraídas, tremores e suores, falta de coordenação motora, discurso fora da realidade, evitar o contacto visual, roubo, odores estranhos. 
Sensações internas - letargia, fadiga, visão turva, boca seca, agitação interna. 

Dor - Sinais físicos - ranger os dentes, tremor nos membros, dizer sempre a mesma coisa, fechar os olhos, morder os lábios, andar pesado, face vermelha, olhos esbugalhados. 
Sensações internas - hiperventilação, náusea, vertigens, febre, frio, cólicas e desmaios. 

Fome - Sinais físicos - tremor nas mãos, olhar fixo na comida, salivar, falar sobre comida sem parar, dormir demais, tocar o estômago, gemer ao sinal de comida, comer exageradamente quando tiver comida, magreza 
Sensações internas - estômago vazio, olfacto apurado, dor de cabeça, dor de estômago, salivação ao cheirar comida. 

Cansaço/Exaustão - Sinais físicos : movimentos lentos, pálpebras pesadas, olhos vermelhos, adormecer em qualquer lugar, bocejar, arrastar os pés, olhar distante, falar baixo, postura corporal frouxa, olhar fixo no vazio, olhos baços, muito tempo sentado sem se mexer, cancelar compromissos, pedir ajuda a outros, evitar pessoas.
Sensações internas : peso nos membros, perda de apetite, falta de vontade de se mover, sono excessivo, visão turva, respiração lenta. 

Stress - Sinais físicosmúsculos rígidos, discurso acelerado, olhos que saltam de uma coisa para outra, agitar as mãos, tremer as pernas, conduzir com pressa, agressão a outros, reclamações, criticas a outros sem parar.
Sensações internas: dor no pescoço e nas costas, dores na zona lombar, perda de apetite, nó no estômago, queda de cabelo, roer as unhas.

Atracção física - Sinais físicos: pupilas dilatadas, olhar constantemente na direcção do outro, namoriscar, curvar o corpo em direcção à outra pessoa, tocar, molhar os lábios, sorrir.
Sensações internas: joelhos a tremer, perda de fôlego, sentir-se ligada à outra pessoa, pensar no outro, aumento da temperatura corporal, frio na barriga, borboletas no estômago, corar.

Distracção- Sinais físicos: esquecer compromissos, desorganização mental, roupa mal abotoada, barba por fazer, não ouvir os outros quando se lhe dirigem, maus resultados no trabalho e na escola, tropeçar nos móveis.
Sensações internas: garganta seca, músculos tensos, não conseguir acompanhar o rumo de uma conversa.




terça-feira, 17 de maio de 2016

ELISA DE MIRA - escritora, cantora...uma mulher de talentos multifacetados.

1.                                                    


Elisa de Mira já passou o meio século de vida, é uma mulher multifacetada, que esconde ( felizmente não  o faz !) uma série de talentos que fazem as delicias de quem a conhece há anos. Escreve maravilhosamente, é uma contadora de histórias que nos prende com a sua arte de as contar oralmente, é actriz  uma cantora. Em suma é uma artista multifacetada. Para além destes predicados, Elisa é psicóloga educacional, consultora  e formadora e mãe de duas mulheres lindíssimas. 
Lançou o seu primeiro livro IMPÉRIO DE PALHA, como autora independente, e aqui vos deixo a entrevista que amavelmente cedeu ao blogue LIVROS DE ROMANCE. 

Quem é a Elisa de Mira? Convido-te a apresentares-te aos nossos visitantes.
Sou uma Mulher de gostos simples, crente na Natureza, que entranhou a complexidade da existência e acredita que a coisa mais importante de estar vivo é a capacidade de sonhar…a Fantasia e o Amor, são os ingredientes mágicos da Humanidade!

2.      O que te levou a escrever?
Escrevo desde criança. Mal comecei a ler ,por volta dos cinco anos de idade, os livros que recebia às dezenas da minha tia e da minha “mãe”, logo a poesia e a prosa brotaram no meu espírito e nunca mais parei…

3.      Império de Palha é o teu primeiro livro publicado ou existem outros?
Já editei alguns livros em contexto profissional: “O Jardim como metáfora na tradição Oral”; “Olá Duendes”; “O Acordeão”.

4.      O que pensas sobre esta nova era da “ auto-publicação” ?
Este formato possibilita-nos editar sem custos e em plataformas menos burocráticas e elitistas. Esta autonomia é fator motivacional para a escrita.

5.      Este livro é uma história. Tu és uma contadora de histórias e uma cantora. Fala-nos sobre essas facetas da Elisa.
Sou um todo humano, artístico e sensível às questões da Vida e do Universo. A música, a poesia e a prosa são a minha linguagem natural. Nasci assim. Estou já a preparar uma compilação de várias estórias que escrevi nos últimos anos, e também já estou a escrever um novo conto… sairão ambos em breve!

6.      Sei que escreves há muito tempo e tens muitas histórias. Já tinhas pensado em publicar?
Já tinha tentado publicar mas as editoras são caras e não se responsabilizam por qualquer forma de promoção…Assim é mais fácil e chega ao mundo inteiro…


7.      Queres deixar algumas palavras de incentivo a quem alimenta o sonho de escrever e publicar?
Escrever é um exercício catártico. Escrever pode organizar a nossa cabeça, pois o exercício da escrita, seja ela autobiográfica ou ficção, ajuda-nos a refletir sobre vários aspetos da existência e, nesse processo, reelaborar as nossas escolhas …. Sei que, para mim, escrever é como cantar, como respirar, como fazer amor…preciso esvaziar-me de emoções, sentimentos e ideias para voltar a gerar…canções ou contos são desaguamentos da alma que, uma vez espraiada na imensidão, se pode de novo adensar….


O livro está publicado em todas as lojas da amazon em versão KINDLE e PAPEL.  Hoje dia 17 de Maio, a versão Kindle está gratuita em todas as lojas.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Em estreia na literatura - Daniela Santana Martins


O livro narra a história de Ana, uma mulher que se julga bem casada, até o dia em que é confrontada com a verdade da pior maneira possível. Ao tentar fugir de uma dolorosa realidade acaba por morrer, mas logo entende que a sua existência não acaba com a morte física. A descoberta de um mundo maravilhoso não é suficiente para apagar o desgosto e traição do seu amor e por isso Ana, atormentada pelo seu passado recente, busca incessantemente por vingança entre mundos. Essa vingança, porém, tem um preço... Pagará Ana por ele?

ENTRE O CÉU E O INFERNO é o livro de estreia da autora portuguesa Daniela Santana Martins. O livro é uma caixinha de surpresas. Aprecio mais o romance realista mas fui incapaz de me afastar da leitura destas mais de setecentas páginas, até o terminar de ler. A autora mistura o amor, a morte, a espiritualidade e a religião de uma forma que prende o leitor e manobra treze personagens ao longo da trama bem pensada e nem por momentos corremos o risco de os confundir. O toque de especial deste livro é misturar a espiritualidade e a religião com a vida do dia a dia. Não vou dizer mais sobre o livro, mas recomendo vivamente esta leitura e espero que este seja apenas o primeiro de muitos livros da Daniela. 

Convidei-a a conceder uma entrevista ao LIVROS DE ROMANCE  e ela acedeu. Conheçam a autora por detrás do livro. 



1.       Quem é a Daniela Santana Martins? Fale-nos um pouco sobre você?

Sou Portuguesa, casada, mãe de dois meninos  e sempre vivi em Setúbal até os meus 29 anos de idade. Estudei Gestão de Recursos Humanos e trabalhei nessa área, mais precisamente, em Vencimentos e Assiduidade.
Num curto período de tempo, entre os 29 anos de idade e os 34 que tenho agora, passei por grandes mudanças na minha vida, pois vivi em 4 países diferentes (Alemanha, Brasil, Áustria e agora,  Inglaterra).
Sou uma pessoa alegre e bem-disposta, sonhadora, honesta e amo a minha família! Gosto de escrever, ler, cantar e ouvir música e decorar bolos... Tenho medo de andar de avião (por incrível que pareça...), sou muito impaciente e detesto discutir.

2.       O que a levou a escrever?

Sempre fui uma pessoa muito activa quando vivia em Portugal. Antes de me mudar para a Alemanha, tinha um trabalho  a tempo inteiro, estudava na universidade em regime pós-laboral e já tinha um filho e uma casa para cuidar! Quando me deparei com uma nova realidade, onde não trabalhava ou sequer conseguia arranjar um trabalho (por causa da língua), comecei a pensar nas coisas que podia fazer. Foi aí que surgiu a ideia de escrever um livro. Eu queria ocupar o meu tempo com algo mais do que cuidar dos filhos e da casa. Queria produzir alguma coisa! Escrever sempre foi algo que gostei de fazer e a minha imaginação sempre foi muito fértil, mas não sabia se ia conseguir escrever um livro. Apenas desenvolvia a minha escrita nas muitas páginas dos meus Diários, o que não é a mesma coisa! Ainda assim, este foi um projecto suado, pois as mudanças de país pelas quais passei, o nascimento de mais um filho e duas cirurgias, impediram que terminasse de escrever este livro mais cedo. Agora que terminei, não me vejo a fazer outra coisa!...

3.       Este livro “Entre o Céu e o Inferno é o seu primeiro livro, ou existem outros já publicados, já que na amazon é o primeiro?

Este é o meu primeiro e único livro, mas já tenho uma ideia formada para escrever outro...

4.       O que pensa sobre esta nova era da publicação “ auto-publicação” e a revolução que significou para os autores que não conseguiam publicar o seu trabalho nas editoras?

Eu penso que a “auto-publicação” veio trazer mais autonomia ao autor. Com a internet, as redes sociais e a informação disponível sobre o assunto, o autor ganha independência, podendo criar as suas próprias estratégias de marketing e canais de distribuição. É uma ilusão pensar que só quando uma Editora aposta em si, que você está lançado nesta carreira, até porque, as editoras já não trabalham mais assim. Hoje em dia, as editoras não investem em novos autores e nos seus livros, porque o investimento vs o risco não compensa. Existem muitas editoras que só contactam o autor, depois que este já se auto-publicou e ganhou nome e um bom punhado de fiéis leitores. A “auto-publicação” e o seu sucesso dependem quase inteiramente do esforço e perseverança do autor.


5.       Este livro tem uma forte componente religiosa e espiritual. O que a motivou a enveredar por estes temas tão controversos?

Quando pensei na história que queria contar, surgiram à minha mente duas palavras: amor e morte. São temas que inspiram, emocionam, intrigam e atemorizam todos nós.
Eu acredito em Deus e que há vida após a morte e isso dá-me esperança e influencia as minhas acções. Tento ser uma pessoa melhor a cada dia. Penso que falta isso neste Mundo. Mais esperança e amor nos corações das pessoas. Não pretendo converter ninguém à religião da qual sou seguidora, até porque, o meu livro tem muita criatividade à mistura, mas é minha utopia levar as pessoas a viver com mais esperança e a acreditarem em Deus e que Ele nos criou, não para sofrer e morrer, mas para termos felicidade junto daqueles que mais amamos. Nesta vida ou após a morte.

6.       No seu entender quais são as maiores dificuldades de um escritor?

É saber qual o caminho a seguir, quando o livro  está terminado. A “auto-publicação” ainda é um mistério e exige muito do autor, quando este já acha que fez tudo. Escrever um livro não é tudo. Talvez metade... Eu mesma cada vez mais vou entendendo como as coisas funcionam, dando pequenos passos a cada vez. Ainda sou muito inexperiente e tenho muito que aprender e trabalhar para conseguir alcançar o meu objectivo.

7.       Como escreve? Planeia o livro ou que método usa para prosseguir na escrita?

Para mim, tudo começa com uma ideia, mas não necessariamente com toda a história e com o modo como ela termina. Ao escrever “Entre o Céu e o Inferno” fui levada por pura inspiração ao longo da trama. Quando escrevo preciso estar sozinha, em silêncio ou então com música clássica ou melodia suave a acompanhar. Resultou comigo, mas sei que há muitos escritores que planeiam tudo antes mesmo de começar a escrever o primeiro parágrafo. Não sei se algum dia escreverei um  livro planeado a esse detalhe, mas como ainda tenho muito que aprender, quem sabe?!...

8.       Daniela, como você promove os seus livros?

Comecei por fazê-lo na plataforma Wattpad, mas considero que esta está tremendamente entupida e que fica difícil ganhar alguma visibilidade. Ainda assim, comecei a ter os primeiros leitores e comentários lá, ao mesmo tempo em que geria uma conta no Facebook com o título do livro. Cheguei a utilizar a ferramenta de Marketing paga desta rede social, algo que só aconselho dependendo do que se tem em mente promover (por exemplo: qual o conteúdo da publicação – se é impactante ou não...). Mais recentemente, publiquei o livro na Amazon Kindle, recorrendo às suas ferramentas promocionais (disponibilizar gratuitamente o download do livro ao público leitor, por um curto período de tempo) e comecei a contactar alguns avaliadores da Amazon, por forma a obter as suas avaliações e assim ganhar a confiança do possível futuro leitor.

9.       Como descobriu a auto-publicação da amazon?

Simplesmente navegando na Internet, quando procurava conhecimento acerca deste assunto.


1.   Por último deixe um incentivo aos autores independentes.

Aquilo que posso dizer é que devem acreditar em vocês mesmos, ainda que o Mundo vos diga que é muito difícil conseguir vencer como autor. Sem perseverança, trabalho e boa dose de paciência (estas palavras também são para mim!) nada se consegue.

“Eu sei o preço do sucesso: dedicação, trabalho duro e uma incessante devoção às coisas que você quer ver acontecer.” Frank Lloyd Wright

O blogue LIVROS DE ROMANCE agradece à Daniela por falar de si. 
Não se esqueçam, ler não engorda, e escrever liberta a alma.  

quinta-feira, 5 de maio de 2016

O Aroma da Goiaba - Gabriel Garcia Márquez

Gabriel Garcia Márquez é um dos autores que gosto de ler e reler. No entanto este livro, nunca me tinha chamado a atenção. Um amigo, com quem por vezes falo sobre o processo criativo das personagens, do ambientes e as minhas motivações para escrever, ofereceu-me este livro à poucos dias ( que li de uma assentada) porque tem a ver com as nossas conversas, segundo ele. Obrigado João Antunes. De facto fiquei maravilhada com a leitura, porque o autor "despe-se" numa entrevista ao seu amigo de longa data Plinio Mendoza, onde fala da escrita, das suas motivações e do processo criativo, sobretudo onde vai buscar inspiração para as personagens. 
Seria muita arrogância da minha parte comparar-me a este prémio Nobel, mas identifiquei-me muito com a entrevista, e isso posso dizer. O que leva alguém a escrever é comum a todos os escritores, independente do género literário. Talvez por Márquez ser um romancista, eu goste tanto da forma como ele escreve, mas a simplicidade das suas histórias, histórias de gente comum, tem uma profundidade que só quem já viveu muito ( não só em tempo), consegue entender. 

E perguntam vocês, porque é que eu estou aqui a postar este livro?

Simples. Leiam e identifiquem-se à vontade, se são escritores. Acredito que quem escreve, seja lá o que for, em que género for, vai adorar esta entrevista escrita em estilo " história de vida do autor". Mesmo para quem não escreve este livro é precioso para conhecer um pouco melhor este escritor. 


O autor Gabriel  à esquerda, e o entrevistador Plínio à direita)

sexta-feira, 25 de março de 2016

Frases que os leitores de romances ouvem com frequência

Todos já entramos numa livraria. Certo? Então pensem lá onde encontram maior concentração de pessoas. Junto às prateleiras de literatura estrangeira, género romance. Certo? Todos lêem (homens e mulheres) nas suas diversas formas: histórico, guerra, romântico, contemporâneo...etc, etc...

Encontrei um artigo no Pinterest, em inglês, e que achei muito curioso. Traduz tudo o que sempre ouvi acerca de quem lê romances. 


  1. Todos os romances são iguais. Claro...os autores são uns trapalhões, passam a vida a misturar as histórias uns dos outros.  
  2. O fim é previsível.  Nem sempre, mas quem é que quer ficar desiludido com o fim do livro? Eu não.
  3. Nada do que é vivido pelo par romântico se passa na vida real.  Os leitores sabem, por isso os lêem.
  4. Quem lê romances são pessoas que tem uma percepção irrealista do amor.  E então? Não tem a tem todas as pessoas até se desiludirem?
  5. Os heróis dos romances não existem assim tão perfeitos. Claro que não, por isso é que tem piada.
  6. Quem lê romances são mulheres que acham que se vão apaixonar por um bilionário, um duque, um príncipe, ou um árabe rico.  E então? Sonhar é só isso mesmo:um sonho, nunca fez mal a ninguém e o mundo está cheio de ogres. Ler romances é divertido e aprende-se imenso. 
  7. Quando arranjar um namorado deixa de ler romances?  Nem quando me casei. ):
  8. Os romances são todos sobre pornografia. Já leu algum? Sabe o que quer dizer porno? 
  9. Só lê autoras femininas? Não. Há muitos homens a escreverem romances, que o diga Nicolas Sparks e o meu amigo escritor Gonçalo Coelho
  10. Você também lê livros autênticos, ou só lê romances?  Eu cá só leio livros de romances autênticos, os outros, os que não são autênticos, não conheço.
  11.  Devia ler livros a sério como por exemplo os Maias de Eça de Queiroz, Os Miseráveis de Victor Hugo, o Vermelho e o Negro de Stendhal, o Conde de Monte Cristo de Dumas, Cem Anos de Solidão, de Garcia Marquez, Paris é uma Festa, de Hemingway...etc, etc... Já li. São todos romances.


sábado, 5 de março de 2016

A roupa dos personagens e a personalidade





Um dos aspectos mais importantes na literatura é a descrição. Sem ela, o leitor não iria entender o que nós queremos transmitir. A arte de escrever é algo que se aperfeiçoa com o tempo e estudo, e muita prática. Passámos das descrições exaustivas de pormenores de alguns clássicos (como os chapéus ridículos em Madame Bovary de Flaubert) para palavras que não dizem exactamente o que o personagem faz, mas demonstram e deixam ao leitor o prazer de construir a sua fantasia (é a arte de demonstrar em vez de dizer), pensar e deduzir.

Por exemplo:

1 -Maria está triste e a chorar.

 2 -Maria tem os ombros descaídos, olhos baços e uma lágrima teima em aparecer.

A primeira diz, não deixa espaço ao leitor para pensar, e a segunda demonstra, o leitor pode deduzir o que a personagem sente.
Portanto, as emoções e a linguagem corporal são importantes para demonstrar a personalidade das personagens, mas a roupa tem igual importância. Não podemos escrever um livro de época sem fazer uma pesquisa sobre os trajes que se usavam na altura, assim como se dissermos que um personagem tem roupa descosida e suja, já estamos a falar de uma pessoa com personalidade desleixada, ou de uma condição social desfavorecida, abandonada, doente mental, entre outras situações.
Existem vários tipos de pessoas que se identificam pela forma como se vestem, e, se quiser retratar a personagem de uma forma mais completa, não se esqueça que a roupa tem tanta importância como as emoções e a linguagem corporal.

Exemplos de personalidades e como se vestem:

  •   Tímidos/ tristes – roupas simples, disformes, largas e de cores escuras.
  •    Seguros e confiantes – Roupa curta, moldada o corpo, de marcas famosas, sedutoras, e com tons fortes.
  •  Alegres e simpáticos – roupa estampada com padrões florais ou geométricos e colorida.
  •  Práticos – roupas que podem usar em várias ocasiões como calças, saias, vestidos, e blusas simples mas de boa marca.
  • Casual – Gangas, camisas simples, t-shirts, calções. Não se importam com o que os outros pensam deles.
  • Criativos – usam sempre o mesmo tipo de roupa, não perdem tempo a pensar no que vestir.  
  •  Histriónicos – jóias em demasia, roupas de griffe, sapatos coloridos e na moda.
  •   Dóceis – copiam os modelos dos outros. Vestem-se como os amigos, ou como as estrelas de cinema.

 E não se esqueça. O tempo de esperar pela sorte de uma editora se interessar pelo seu trabalho e publicar, já lá vai. O futuro é a auto-publicação. Pode publicar o seu livro sem qualquer custo e disponibilizá-lo para o mundo através da amazon.