O livro narra a história de Ana, uma mulher que se julga bem casada, até o dia em que é confrontada com a verdade da pior maneira possível. Ao tentar fugir de uma dolorosa realidade acaba por morrer, mas logo entende que a sua existência não acaba com a morte física. A descoberta de um mundo maravilhoso não é suficiente para apagar o desgosto e traição do seu amor e por isso Ana, atormentada pelo seu passado recente, busca incessantemente por vingança entre mundos. Essa vingança, porém, tem um preço... Pagará Ana por ele?
ENTRE O CÉU E O INFERNO é o livro de estreia da autora portuguesa Daniela Santana Martins. O livro é uma caixinha de surpresas. Aprecio mais o romance realista mas fui incapaz de me afastar da leitura destas mais de setecentas páginas, até o terminar de ler. A autora mistura o amor, a morte, a espiritualidade e a religião de uma forma que prende o leitor e manobra treze personagens ao longo da trama bem pensada e nem por momentos corremos o risco de os confundir. O toque de especial deste livro é misturar a espiritualidade e a religião com a vida do dia a dia. Não vou dizer mais sobre o livro, mas recomendo vivamente esta leitura e espero que este seja apenas o primeiro de muitos livros da Daniela.
Convidei-a a conceder uma entrevista ao LIVROS DE ROMANCE e ela acedeu. Conheçam a autora por detrás do livro.
1.
Quem é a Daniela Santana Martins? Fale-nos um
pouco sobre você?
Sou
Portuguesa, casada, mãe de dois meninos e sempre vivi em Setúbal até os meus 29 anos
de idade. Estudei Gestão de Recursos Humanos e trabalhei nessa área, mais
precisamente, em Vencimentos e Assiduidade.
Num curto
período de tempo, entre os 29 anos de idade e os 34 que tenho agora, passei por
grandes mudanças na minha vida, pois vivi em 4 países diferentes (Alemanha,
Brasil, Áustria e agora, Inglaterra).
Sou uma pessoa alegre e
bem-disposta, sonhadora, honesta e amo a minha família! Gosto de escrever, ler,
cantar e ouvir música e decorar bolos... Tenho medo de andar de avião (por
incrível que pareça...), sou muito impaciente e detesto discutir.
2.
O que a levou a escrever?
Sempre fui uma pessoa muito activa
quando vivia em Portugal. Antes de me mudar para a Alemanha, tinha um trabalho a tempo inteiro, estudava na universidade em
regime pós-laboral e já tinha um filho e uma casa para cuidar! Quando me
deparei com uma nova realidade, onde não trabalhava ou sequer conseguia
arranjar um trabalho (por causa da língua), comecei a pensar nas coisas que
podia fazer. Foi aí que surgiu a ideia de escrever um livro. Eu queria ocupar o
meu tempo com algo mais do que cuidar dos filhos e da casa. Queria produzir
alguma coisa! Escrever sempre foi algo que gostei de fazer e a minha imaginação
sempre foi muito fértil, mas não sabia se ia conseguir escrever um livro.
Apenas desenvolvia a minha escrita nas muitas páginas dos meus Diários, o que
não é a mesma coisa! Ainda assim, este foi um projecto suado, pois as mudanças
de país pelas quais passei, o nascimento de mais um filho e duas cirurgias,
impediram que terminasse de escrever este livro mais cedo. Agora que terminei,
não me vejo a fazer outra coisa!...
3.
Este livro “Entre o Céu e o Inferno é o seu
primeiro livro, ou existem outros já publicados, já que na amazon é o primeiro?
Este é o meu primeiro e único livro,
mas já tenho uma ideia formada para escrever outro...
4.
O que pensa sobre esta nova era da publicação “
auto-publicação” e a revolução que significou para os autores que não
conseguiam publicar o seu trabalho nas editoras?
Eu penso que
a “auto-publicação” veio trazer mais autonomia ao autor. Com a internet, as
redes sociais e a informação disponível sobre o assunto, o autor ganha
independência, podendo criar as suas próprias estratégias de marketing e canais
de distribuição. É uma ilusão pensar que só quando uma Editora aposta em si,
que você está lançado nesta carreira, até porque, as editoras já não trabalham
mais assim. Hoje em dia, as editoras não investem em novos autores e nos seus
livros, porque o investimento vs o risco não compensa. Existem muitas editoras
que só contactam o autor, depois que este já se auto-publicou e ganhou nome e
um bom punhado de fiéis leitores. A “auto-publicação” e o seu sucesso dependem quase
inteiramente do esforço e perseverança do autor.
5.
Este livro tem uma forte componente religiosa e espiritual.
O que a motivou a enveredar por estes temas tão controversos?
Quando pensei
na história que queria contar, surgiram à minha mente duas palavras: amor e
morte. São temas que inspiram, emocionam, intrigam e atemorizam todos nós.
Eu acredito em Deus e que há vida
após a morte e isso dá-me esperança e influencia as minhas acções. Tento ser
uma pessoa melhor a cada dia. Penso que falta isso neste Mundo. Mais esperança
e amor nos corações das pessoas. Não pretendo converter ninguém à religião da
qual sou seguidora, até porque, o meu livro tem muita criatividade à mistura,
mas é minha utopia levar as pessoas a viver com mais esperança e a acreditarem
em Deus e que Ele nos criou, não para sofrer e morrer, mas para termos
felicidade junto daqueles que mais amamos. Nesta vida ou após a morte.
6.
No seu entender quais são as maiores
dificuldades de um escritor?
É saber qual o caminho a seguir, quando
o livro está terminado. A
“auto-publicação” ainda é um mistério e exige muito do autor, quando este já
acha que fez tudo. Escrever um livro não é tudo. Talvez metade... Eu mesma cada
vez mais vou entendendo como as coisas funcionam, dando pequenos passos a cada
vez. Ainda sou muito inexperiente e tenho muito que aprender e trabalhar para
conseguir alcançar o meu objectivo.
7.
Como escreve? Planeia o livro ou que método usa
para prosseguir na escrita?
Para mim,
tudo começa com uma ideia, mas não necessariamente com toda a história e com o
modo como ela termina. Ao escrever “Entre o Céu e o Inferno” fui levada por
pura inspiração ao longo da trama. Quando escrevo preciso estar sozinha, em
silêncio ou então com música clássica ou melodia suave a acompanhar. Resultou
comigo, mas sei que há muitos escritores que planeiam tudo antes mesmo de
começar a escrever o primeiro parágrafo. Não sei se algum dia escreverei um livro planeado a esse detalhe, mas como ainda
tenho muito que aprender, quem sabe?!...
8.
Daniela, como você promove os seus livros?
Comecei por fazê-lo na plataforma
Wattpad, mas considero que esta está tremendamente entupida e que fica difícil
ganhar alguma visibilidade. Ainda assim, comecei a ter os primeiros leitores e
comentários lá, ao mesmo tempo em que geria uma conta no Facebook com o título
do livro. Cheguei a utilizar a ferramenta de Marketing paga desta rede social,
algo que só aconselho dependendo do que se tem em mente promover (por exemplo: qual
o conteúdo da publicação – se é impactante ou não...). Mais recentemente,
publiquei o livro na Amazon Kindle, recorrendo às suas ferramentas promocionais
(disponibilizar gratuitamente o download do livro ao público leitor, por um
curto período de tempo) e comecei a contactar alguns avaliadores da Amazon, por
forma a obter as suas avaliações e assim ganhar a confiança do possível futuro
leitor.
9.
Como descobriu a auto-publicação da amazon?
Simplesmente
navegando na Internet, quando procurava conhecimento acerca deste assunto.
1.
Por último deixe um incentivo aos autores
independentes.
Aquilo que
posso dizer é que devem acreditar em vocês mesmos, ainda que o Mundo vos diga
que é muito difícil conseguir vencer como autor. Sem perseverança, trabalho e boa
dose de paciência (estas palavras também são para mim!) nada se consegue.
“Eu sei o preço do sucesso: dedicação, trabalho duro e uma incessante devoção
às coisas que você quer ver acontecer.” Frank Lloyd Wright
Não se esqueçam, ler não engorda, e escrever liberta a alma.