quarta-feira, 11 de maio de 2016

Em estreia na literatura - Daniela Santana Martins


O livro narra a história de Ana, uma mulher que se julga bem casada, até o dia em que é confrontada com a verdade da pior maneira possível. Ao tentar fugir de uma dolorosa realidade acaba por morrer, mas logo entende que a sua existência não acaba com a morte física. A descoberta de um mundo maravilhoso não é suficiente para apagar o desgosto e traição do seu amor e por isso Ana, atormentada pelo seu passado recente, busca incessantemente por vingança entre mundos. Essa vingança, porém, tem um preço... Pagará Ana por ele?

ENTRE O CÉU E O INFERNO é o livro de estreia da autora portuguesa Daniela Santana Martins. O livro é uma caixinha de surpresas. Aprecio mais o romance realista mas fui incapaz de me afastar da leitura destas mais de setecentas páginas, até o terminar de ler. A autora mistura o amor, a morte, a espiritualidade e a religião de uma forma que prende o leitor e manobra treze personagens ao longo da trama bem pensada e nem por momentos corremos o risco de os confundir. O toque de especial deste livro é misturar a espiritualidade e a religião com a vida do dia a dia. Não vou dizer mais sobre o livro, mas recomendo vivamente esta leitura e espero que este seja apenas o primeiro de muitos livros da Daniela. 

Convidei-a a conceder uma entrevista ao LIVROS DE ROMANCE  e ela acedeu. Conheçam a autora por detrás do livro. 



1.       Quem é a Daniela Santana Martins? Fale-nos um pouco sobre você?

Sou Portuguesa, casada, mãe de dois meninos  e sempre vivi em Setúbal até os meus 29 anos de idade. Estudei Gestão de Recursos Humanos e trabalhei nessa área, mais precisamente, em Vencimentos e Assiduidade.
Num curto período de tempo, entre os 29 anos de idade e os 34 que tenho agora, passei por grandes mudanças na minha vida, pois vivi em 4 países diferentes (Alemanha, Brasil, Áustria e agora,  Inglaterra).
Sou uma pessoa alegre e bem-disposta, sonhadora, honesta e amo a minha família! Gosto de escrever, ler, cantar e ouvir música e decorar bolos... Tenho medo de andar de avião (por incrível que pareça...), sou muito impaciente e detesto discutir.

2.       O que a levou a escrever?

Sempre fui uma pessoa muito activa quando vivia em Portugal. Antes de me mudar para a Alemanha, tinha um trabalho  a tempo inteiro, estudava na universidade em regime pós-laboral e já tinha um filho e uma casa para cuidar! Quando me deparei com uma nova realidade, onde não trabalhava ou sequer conseguia arranjar um trabalho (por causa da língua), comecei a pensar nas coisas que podia fazer. Foi aí que surgiu a ideia de escrever um livro. Eu queria ocupar o meu tempo com algo mais do que cuidar dos filhos e da casa. Queria produzir alguma coisa! Escrever sempre foi algo que gostei de fazer e a minha imaginação sempre foi muito fértil, mas não sabia se ia conseguir escrever um livro. Apenas desenvolvia a minha escrita nas muitas páginas dos meus Diários, o que não é a mesma coisa! Ainda assim, este foi um projecto suado, pois as mudanças de país pelas quais passei, o nascimento de mais um filho e duas cirurgias, impediram que terminasse de escrever este livro mais cedo. Agora que terminei, não me vejo a fazer outra coisa!...

3.       Este livro “Entre o Céu e o Inferno é o seu primeiro livro, ou existem outros já publicados, já que na amazon é o primeiro?

Este é o meu primeiro e único livro, mas já tenho uma ideia formada para escrever outro...

4.       O que pensa sobre esta nova era da publicação “ auto-publicação” e a revolução que significou para os autores que não conseguiam publicar o seu trabalho nas editoras?

Eu penso que a “auto-publicação” veio trazer mais autonomia ao autor. Com a internet, as redes sociais e a informação disponível sobre o assunto, o autor ganha independência, podendo criar as suas próprias estratégias de marketing e canais de distribuição. É uma ilusão pensar que só quando uma Editora aposta em si, que você está lançado nesta carreira, até porque, as editoras já não trabalham mais assim. Hoje em dia, as editoras não investem em novos autores e nos seus livros, porque o investimento vs o risco não compensa. Existem muitas editoras que só contactam o autor, depois que este já se auto-publicou e ganhou nome e um bom punhado de fiéis leitores. A “auto-publicação” e o seu sucesso dependem quase inteiramente do esforço e perseverança do autor.


5.       Este livro tem uma forte componente religiosa e espiritual. O que a motivou a enveredar por estes temas tão controversos?

Quando pensei na história que queria contar, surgiram à minha mente duas palavras: amor e morte. São temas que inspiram, emocionam, intrigam e atemorizam todos nós.
Eu acredito em Deus e que há vida após a morte e isso dá-me esperança e influencia as minhas acções. Tento ser uma pessoa melhor a cada dia. Penso que falta isso neste Mundo. Mais esperança e amor nos corações das pessoas. Não pretendo converter ninguém à religião da qual sou seguidora, até porque, o meu livro tem muita criatividade à mistura, mas é minha utopia levar as pessoas a viver com mais esperança e a acreditarem em Deus e que Ele nos criou, não para sofrer e morrer, mas para termos felicidade junto daqueles que mais amamos. Nesta vida ou após a morte.

6.       No seu entender quais são as maiores dificuldades de um escritor?

É saber qual o caminho a seguir, quando o livro  está terminado. A “auto-publicação” ainda é um mistério e exige muito do autor, quando este já acha que fez tudo. Escrever um livro não é tudo. Talvez metade... Eu mesma cada vez mais vou entendendo como as coisas funcionam, dando pequenos passos a cada vez. Ainda sou muito inexperiente e tenho muito que aprender e trabalhar para conseguir alcançar o meu objectivo.

7.       Como escreve? Planeia o livro ou que método usa para prosseguir na escrita?

Para mim, tudo começa com uma ideia, mas não necessariamente com toda a história e com o modo como ela termina. Ao escrever “Entre o Céu e o Inferno” fui levada por pura inspiração ao longo da trama. Quando escrevo preciso estar sozinha, em silêncio ou então com música clássica ou melodia suave a acompanhar. Resultou comigo, mas sei que há muitos escritores que planeiam tudo antes mesmo de começar a escrever o primeiro parágrafo. Não sei se algum dia escreverei um  livro planeado a esse detalhe, mas como ainda tenho muito que aprender, quem sabe?!...

8.       Daniela, como você promove os seus livros?

Comecei por fazê-lo na plataforma Wattpad, mas considero que esta está tremendamente entupida e que fica difícil ganhar alguma visibilidade. Ainda assim, comecei a ter os primeiros leitores e comentários lá, ao mesmo tempo em que geria uma conta no Facebook com o título do livro. Cheguei a utilizar a ferramenta de Marketing paga desta rede social, algo que só aconselho dependendo do que se tem em mente promover (por exemplo: qual o conteúdo da publicação – se é impactante ou não...). Mais recentemente, publiquei o livro na Amazon Kindle, recorrendo às suas ferramentas promocionais (disponibilizar gratuitamente o download do livro ao público leitor, por um curto período de tempo) e comecei a contactar alguns avaliadores da Amazon, por forma a obter as suas avaliações e assim ganhar a confiança do possível futuro leitor.

9.       Como descobriu a auto-publicação da amazon?

Simplesmente navegando na Internet, quando procurava conhecimento acerca deste assunto.


1.   Por último deixe um incentivo aos autores independentes.

Aquilo que posso dizer é que devem acreditar em vocês mesmos, ainda que o Mundo vos diga que é muito difícil conseguir vencer como autor. Sem perseverança, trabalho e boa dose de paciência (estas palavras também são para mim!) nada se consegue.

“Eu sei o preço do sucesso: dedicação, trabalho duro e uma incessante devoção às coisas que você quer ver acontecer.” Frank Lloyd Wright

O blogue LIVROS DE ROMANCE agradece à Daniela por falar de si. 
Não se esqueçam, ler não engorda, e escrever liberta a alma.  

quinta-feira, 5 de maio de 2016

O Aroma da Goiaba - Gabriel Garcia Márquez

Gabriel Garcia Márquez é um dos autores que gosto de ler e reler. No entanto este livro, nunca me tinha chamado a atenção. Um amigo, com quem por vezes falo sobre o processo criativo das personagens, do ambientes e as minhas motivações para escrever, ofereceu-me este livro à poucos dias ( que li de uma assentada) porque tem a ver com as nossas conversas, segundo ele. Obrigado João Antunes. De facto fiquei maravilhada com a leitura, porque o autor "despe-se" numa entrevista ao seu amigo de longa data Plinio Mendoza, onde fala da escrita, das suas motivações e do processo criativo, sobretudo onde vai buscar inspiração para as personagens. 
Seria muita arrogância da minha parte comparar-me a este prémio Nobel, mas identifiquei-me muito com a entrevista, e isso posso dizer. O que leva alguém a escrever é comum a todos os escritores, independente do género literário. Talvez por Márquez ser um romancista, eu goste tanto da forma como ele escreve, mas a simplicidade das suas histórias, histórias de gente comum, tem uma profundidade que só quem já viveu muito ( não só em tempo), consegue entender. 

E perguntam vocês, porque é que eu estou aqui a postar este livro?

Simples. Leiam e identifiquem-se à vontade, se são escritores. Acredito que quem escreve, seja lá o que for, em que género for, vai adorar esta entrevista escrita em estilo " história de vida do autor". Mesmo para quem não escreve este livro é precioso para conhecer um pouco melhor este escritor. 


O autor Gabriel  à esquerda, e o entrevistador Plínio à direita)

sexta-feira, 25 de março de 2016

Frases que os leitores de romances ouvem com frequência

Todos já entramos numa livraria. Certo? Então pensem lá onde encontram maior concentração de pessoas. Junto às prateleiras de literatura estrangeira, género romance. Certo? Todos lêem (homens e mulheres) nas suas diversas formas: histórico, guerra, romântico, contemporâneo...etc, etc...

Encontrei um artigo no Pinterest, em inglês, e que achei muito curioso. Traduz tudo o que sempre ouvi acerca de quem lê romances. 


  1. Todos os romances são iguais. Claro...os autores são uns trapalhões, passam a vida a misturar as histórias uns dos outros.  
  2. O fim é previsível.  Nem sempre, mas quem é que quer ficar desiludido com o fim do livro? Eu não.
  3. Nada do que é vivido pelo par romântico se passa na vida real.  Os leitores sabem, por isso os lêem.
  4. Quem lê romances são pessoas que tem uma percepção irrealista do amor.  E então? Não tem a tem todas as pessoas até se desiludirem?
  5. Os heróis dos romances não existem assim tão perfeitos. Claro que não, por isso é que tem piada.
  6. Quem lê romances são mulheres que acham que se vão apaixonar por um bilionário, um duque, um príncipe, ou um árabe rico.  E então? Sonhar é só isso mesmo:um sonho, nunca fez mal a ninguém e o mundo está cheio de ogres. Ler romances é divertido e aprende-se imenso. 
  7. Quando arranjar um namorado deixa de ler romances?  Nem quando me casei. ):
  8. Os romances são todos sobre pornografia. Já leu algum? Sabe o que quer dizer porno? 
  9. Só lê autoras femininas? Não. Há muitos homens a escreverem romances, que o diga Nicolas Sparks e o meu amigo escritor Gonçalo Coelho
  10. Você também lê livros autênticos, ou só lê romances?  Eu cá só leio livros de romances autênticos, os outros, os que não são autênticos, não conheço.
  11.  Devia ler livros a sério como por exemplo os Maias de Eça de Queiroz, Os Miseráveis de Victor Hugo, o Vermelho e o Negro de Stendhal, o Conde de Monte Cristo de Dumas, Cem Anos de Solidão, de Garcia Marquez, Paris é uma Festa, de Hemingway...etc, etc... Já li. São todos romances.


sábado, 5 de março de 2016

A roupa dos personagens e a personalidade





Um dos aspectos mais importantes na literatura é a descrição. Sem ela, o leitor não iria entender o que nós queremos transmitir. A arte de escrever é algo que se aperfeiçoa com o tempo e estudo, e muita prática. Passámos das descrições exaustivas de pormenores de alguns clássicos (como os chapéus ridículos em Madame Bovary de Flaubert) para palavras que não dizem exactamente o que o personagem faz, mas demonstram e deixam ao leitor o prazer de construir a sua fantasia (é a arte de demonstrar em vez de dizer), pensar e deduzir.

Por exemplo:

1 -Maria está triste e a chorar.

 2 -Maria tem os ombros descaídos, olhos baços e uma lágrima teima em aparecer.

A primeira diz, não deixa espaço ao leitor para pensar, e a segunda demonstra, o leitor pode deduzir o que a personagem sente.
Portanto, as emoções e a linguagem corporal são importantes para demonstrar a personalidade das personagens, mas a roupa tem igual importância. Não podemos escrever um livro de época sem fazer uma pesquisa sobre os trajes que se usavam na altura, assim como se dissermos que um personagem tem roupa descosida e suja, já estamos a falar de uma pessoa com personalidade desleixada, ou de uma condição social desfavorecida, abandonada, doente mental, entre outras situações.
Existem vários tipos de pessoas que se identificam pela forma como se vestem, e, se quiser retratar a personagem de uma forma mais completa, não se esqueça que a roupa tem tanta importância como as emoções e a linguagem corporal.

Exemplos de personalidades e como se vestem:

  •   Tímidos/ tristes – roupas simples, disformes, largas e de cores escuras.
  •    Seguros e confiantes – Roupa curta, moldada o corpo, de marcas famosas, sedutoras, e com tons fortes.
  •  Alegres e simpáticos – roupa estampada com padrões florais ou geométricos e colorida.
  •  Práticos – roupas que podem usar em várias ocasiões como calças, saias, vestidos, e blusas simples mas de boa marca.
  • Casual – Gangas, camisas simples, t-shirts, calções. Não se importam com o que os outros pensam deles.
  • Criativos – usam sempre o mesmo tipo de roupa, não perdem tempo a pensar no que vestir.  
  •  Histriónicos – jóias em demasia, roupas de griffe, sapatos coloridos e na moda.
  •   Dóceis – copiam os modelos dos outros. Vestem-se como os amigos, ou como as estrelas de cinema.

 E não se esqueça. O tempo de esperar pela sorte de uma editora se interessar pelo seu trabalho e publicar, já lá vai. O futuro é a auto-publicação. Pode publicar o seu livro sem qualquer custo e disponibilizá-lo para o mundo através da amazon. 


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Em destaque - Estranhos ao Luar de Jude Devereaux


Como todos os livros da autora, este também não me desiludiu. A saga de Edilean é realmente deliciosa. 

Sinopse:

Mais um encantador romance contemporâneo passado em Edilean, acerca de dois amigos de infância que se encontram após anos de afastamento e descobrem que a centelha que sentiram em crianças ainda perdura...

Quando Kim Aldredge tinha oito anos, conheceu um rapaz de doze chamado Travis, que estava de visita à sua cidade natal de Edilean, na Virgínia, com a mãe. Embora essa visita tivesse lugar sob circunstâncias misteriosas, isso não impediu que as crianças se tornassem amigas. Durante duas semanas maravilhosas, andaram de bicicleta, jogaram basebol e leram em voz alta para o outro. Tudo coisas comuns para Kim, mas para Travis bastante extraordinárias. E Travis ajudou Kim a descobrir o seu amor pela criação de joias, a paixão que se tornou a sua profissão. Antes de partir, ele disse-lhe que um dia iria voltar, e durante anos Kim guardou a foto de ambos, abraçados e sorridentes.

Travis é agora um advogado bem-sucedido em Manhattan, mas há coisas na sua vida que ele não quer tornadas públicas. E embora tenha viajado por todo o mundo, ainda pensa no verão passou em Edilean e na rapariga que lá conheceu. Essas semanas mudaram a sua vida para sempre. Quando Travis descobre que a mãe regressou a Edilean e tenciona voltar a casar, decide que está na hora de voltar também: não apenas para investigar o futuro marido da mãe, mas para finalmente cumprir a promessa que fez a Kim tanto anos antes...

A autora:Jude Deveraux

Jude Deveraux é autora de uma vasta obra, com mais de 30 títulos publicados, que marcam regularmente presença na lista dos livros mais vendidos do New York Times, incluindo First Impressions, Carolina Isle, Holly Always, Wild Orchids, Forever and Always, The Mulberry Tree, The Summerhouse, Temptation e Secrets. Os seus livros, bestsellers em vários países, já venderam mais de 50 milhões de exemplares em todo o mundo.
Jude Deveraux nasceu em 1947 em Fairdale, Kentucky. Licenciou-se em Arte na Universidade de Murray. Foi professora durante alguns anos, antes de se dedicar exclusivamente à escrita. Actualmente vive na Carolina do Norte.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

O que ela deixou para trás - Ellen Marie Wiseman

Sinopse

Há dez anos, a mãe de Izzy Stone disparou sobre o seu pai enquanto este dormia. Arrasada pela insanidade da mãe, a jovem recusa-se a visitá-la na prisão. Para a ocupar, os seus pais de acolhimento inscreveram-na como voluntária num asilo público. Ali, no meio de pilhas de pertences sem dono, Izzy descobre um molho de cartas por abrir, um jornal antigo e uma janela improvável para o seu passado.

Clara Cartwright, com 18 anos em 1929, está encurralada entre os seus pais super protectores e o amor por um italiano. Irado por Clara recusar um casamento arranjado para ela, o pai coloca-a num lar sofisticado para pessoas nervosas. Mas, quando a sua fortuna se perde com o crash de 1929, não consegue suportar os custos do lar e Clara é enviada para um asilo público.

A história de Clara mergulha Izzy num passado cheio de enigmas. Se Clara, na verdade, nunca foi doente mental, poderia explicar-se de outra forma o crime da sua mãe? Completar as peças deste puzzle do passado conduz Izzy à reflexão sobre a sua própria vida e a questionar-se sobre tudo o que pensava saber e acreditar.


A autora

Ellen Marie Wiseman descobriu o seu amor pela leitura e pela escrita enquanto dava aulas a alunos de primeiro ano ainda em Nova Iorque.

O seu livro de estreia The Plum Tree — uma história no contexto da Segunda Guerra Mundial em que uma alemã tenta salvar o amor da sua vida, um homem judeu — foi publicado em Janeiro de 2013. Tem vindo a atrair cada vez mais editores internacionais, sobretudo com o segundo romance

O Que Ela Deixou Para Trás de Janeiro 2014. Por este livro recebeu distinções de cinco estrelas do New York Journal of Books, RT Book Review e foi Escolha do Mês de Janeiro para RT Book Review Magazine. Mora em Lake Ontário com o marido e dedica os seus tempos livres aos netos, culinária, jardinagem e aos seus cães.

Opinião

O livro é uma agradável surpresa, embora o assunto seja à volta do sofrimento humano. A autora retrata bem os hospícios da época e a forma barbara como as pessoas eram internadas sem o seu consentimento. Através do cruzamento de duas histórias de vida - Clara e Izzy - em épocas diferentes, a autora mostra o paralelismo entre os dramas humanos em duas épocas tão diferentes. A capacidade de resiliência das personagens é uma lição de vida e coragem. Recomendo a leitura desta obra obrigatória para quem tiver interesse em conhecer a veracidade das instituições mentais do século XX. 



sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

O CAFÉ DO AMOR - DEBORAH SMITH



OPINIÃO
Como todos os leitores tenho os meus autores fetiches dos quais compro todos os livros publicados em português, mas como escritora vou lendo diversos autores para diversificar ideias, formas de escrever e buscar inspiração. Todos os escritores são leitores compulsivos ou pelo menos deveriam ser. 
Há duas semanas descobri este livro nas prateleiras da livraria e comprei-o. O titulo não me pareceu muito atractivo mas a descrição sim e a curiosidade por uma autora que não conhecia falou mais alto. Acabei ontem de ler o livro e digo sem favor que adorei. Uma história sem a menina bonita de todos os romances ( não vou revelar para não estragar a leitura a quem comprar) e uma história de superação fora do comum. Recomendo vivamente este livro. A escritora é conhecedora das emoções humanas, descreve-as bem, e até lhe acrescenta um pitada de humor no meio do maior drama. 

SINOPSE
Uma mulher bela marcada para a vida
Um homem amargurado em busca de redenção
Unidos pelo destino num lugar mágico

Cathryn Deen vivia num mundo de sonho: actriz famosa, idolatrada, era considerada a mulher mais bela do planeta. A fama era tudo na sua vida. Mas após sofrer um trágico acidente de automóvel, que a deixa marcada para sempre, decide ocultar-se de tudo e todos.
Escondida na casa da sua avó materna nas montanhas da Carolina do Norte, Cathryn tenta ultrapassar os seus traumas com a ajuda da sua grande prima Delta, uma mulher roliça e bem-disposta, dona do café local. Considerada por todos a alma daquele vale, Delta alimenta com os seus cozinhados e biscoitos deliciosos o corpo e o espírito dos mais carentes.

Um dos seus protegidos é Thomas Mitternich, um famoso arquitecto, fugido de Nova Iorque, após os atentados às Torres Gémeas lhe terem roubado o que de mais valioso tinha na vida: a mulher e o filho. Atormentado pela culpa, Thomas acredita que nada nem ninguém lhe poderá devolver a razão de viver e, entregue ao álcool e ao desespero, espera um dia ganhar coragem para se juntar àqueles que mais amava. O destino irá cruzar os caminhos de Cathryn e Thomas numa história magnífica de superação, ensinando-os a transformar as adversidades em oportunidades e a valorizar a beleza que existe em tudo o que os rodeia.

A AUTORA
Deborah Smith é uma das autoras americanas mais lidas em todo o mundo: a sua obra já vendeu mais de três milhões de exemplares. Nomeada para diversos prémios importantes, como o RITA Award da Romance Writers of America e o Best Contemporary Fiction da Romance Reviews Today, foi distinguida com o Prémio de Carreira atribuído pela Romantic Times Magazine. No catálogo da Porto Editora figuram os seus romances A Doçura da Chuva e Segredos do Passado, que obtiveram assinalável êxito junto dos leitores portugueses


segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

COMO FAZER A SUA PRÓPRIA CAPA

Os autores independentes enfrentam sempre uma grande parte de trabalho que nas editoras convencionais é feito por outros profissionais. Mas autopublicar implica fazer todo o processo do principio ao fim, nomeadamente as capas, a grande dor de cabeça do autor. É claro que pode fazer a sua capa com um profissional de design (capista) e pagar no mínimo 200 euros ( profissionais que levam 1000 dólares de fazer uma capa), ou pelo contrário aventurar-se com o photoshop, Ilustrator entre outros programas de desenho, e fazer a sua própria capa. Claro que para trabalhar com estes programas é preciso conhecimento técnico e muitos de nós não o possuem. 
As primeiras capas dos meus livros foram feitas por um profissional no Ilustrator, mas confesso que tornou-se pouco funcional sobretudo por falta de tempo, pois o designer é meu marido. Assim, pesquisei bastante e encontrei vários sites onde é possível fazer capas ( entre outros desenhos gráficos) de forma profissional e sem grande conhecimento técnico. Descobri o CANVA, muito simples de usar e com um bom fornecimento de fotos, icons, molduras, formas e desenhos. Cada foto custa 1 dólar, o que significa que pode ter uma capa profissional por 2 a três dólares.
O Canva funciona também como um arquivo das suas capas e outros designs ( cabeçalhos de facebook, posts etc), mantendo todo o seu trabalho. Pode ainda importar as suas próprias fotos e trabalhar no programa. As fotos compradas tem um prazo de 24 horas para serem descarregadas. Se deixar passar as 24 horas tem que pagar mais um dólar por cada imagem, mas a capa continua no site. Durante as 24 horas pode ainda fazer alterações na capa sem custos adicionais.  

  • Não use imagens demasiado claras para fazer as capas, diluem-se contra o fundo branco do site da amazon.
  • Use letra grande que seja visível em vários formatos. Experimente antes se no formato mais pequeno ( como aparece na amazon) pode ler o nome do autor e o titulo. Muitos livros passam despercebidos porque não se consegue ler o que está na capa. 
  • Use uma imagem ilustrativa do interior do livro.
  • Se decidir usar uma imagem clara ponha uma cercadura escura à volta da imagem. Tudo isso é possível de fazer no Canva. 
  • Não use mais de três tipos de letra na capa, confunde os leitores. A capa deve ter a informação necessária e ser agradável ao olhar. 
  • Não acredite que as capas minimalistas são as mais vendidas. As capas mais vendidas são as que ilustram o livro. Faça uma pesquisa na amazon e verifique as capas mais vendidas. 
  • Faça várias capas e teste-as por exemplo no Wattpad, veja qual a que capta mais leituras. 
  • Por último, nunca use uma imagem da internet para fazer a capa do seu livro. A imagem tem que estar livre de direitos de autor. Para isso compre a sua imagem num banco de fotos ( existem bastantes na net e a preços baixos), ou use as da Canva. 

sábado, 26 de dezembro de 2015

Fernanda França - Uma escritora multifacetada

Conheci virtualmente a Fernanda França, há cerca de dois anos no Wattpad quando comecei a publicar os meus livros naquela plataforma, ainda a apalpar terreno e com receio de me mostrar numa área completamente nova para mim: a escrita.

A Fernanda foi uma das escritoras que me acolheu e tenho verificado nela sempre uma palavra de conforto e incentivo aos novos escritores, o que é de louvar neste meio onde há tanta gente a tentar derrubar outros escritores de forma pouco digna. Dos livros da Fernanda li "Contra Corrente", uma história de espionagem, mistério e romance, uma história que me envolveu e que gostei bastante e agora estou a terminar de ler "Depois daquele dia", um romance com drama, bem ao meu gosto. A Fernanda é uma autora multifacetada, escreve em vários géneros, escreve bem e tem uma imaginação fértil no bom sentido: sabe construir um enredo que nos prende. Leiam vocês o que a autora respondeu às minhas perguntas.

Hoje trago-vos uma entrevista da autora para que a fiquem a conhecer melhor. Fernanda tem um livro publicado por uma editora e publica como autora independente na amazon. 


R: Uma garota cheia de sonhos, que acredita no bem e na simplicidade, e que apenas quer ser ela mesma. Amo escrever, adoro ler, viajar, ir ao shopping, praia, AMO cinema e não dispenso a companhia dos amigos. Sou simples, boa amiga e AMO viver.

2-      Como começou a escrever e como tem sido esta experiência depois de vários livros escritos.

R: Comecei aos 15 anos, iniciei pequenos roteiros de novelas que nunca saíram do papel,mas só quando minha irmã me mostrou as poesias dela e me incentivou a escrever as minhas, é que pensei em livros, por que tínhamos um sonho de publicar algo juntas.

3-      A Fernanda publica com a editora Bezz, mas também como autora independente. Fale-nos um pouco das vantagens e desvantagens das duas formas de publicar, no seu entender.

R: No momento estou me desligando da editora, mas só tenho a agradecer pela oportunidade, respeito e carinho comigo, foi uma ótima experiência, pude saber um pouco mais como funciona o mercado literário brasileiro, no entanto, ser indie te dá mais controle e mais mobilidade com o seu trabalho, mas ambas foram importantes pra visão que tenho hoje.

4-      Como você planeia os seus livros?

R: Não tenho muitas dificuldades, eu anoto os pontos principais quando surge uma ideia e vou desenvolvendo de acordo com o que vou escrevendo. Geralmente tenho o fim do livro em mente quando começo, mas posso mudar durante o processo de escrita, não me prendo sempre em agradar ao publico, se for necessário pra mostrar o que quero, me arrisco numa vertente diferente do que os leitores querem e espero os resultados

5-      Contra Corrente é um livro cheio de acção e mistério, e os outros? Em que género você se sente mais à vontade?

R: Tirando o erótico ou dito hot, eu gosto de me aventurar nos géneros, tenho comédia, conto de terror, ação, drama e romance adolescente. Adoro poder brincar com todos, mas o que me fascina é o romance sem dúvidas.

6-      Por último quer deixar algum conselho aos escritores iniciantes?

R: Leiam muito, escrevam muito, ouçam muito, dessa forma você será uma pessoa melhor, um escritor melhor, e um profissional melhor. Além disso, não desistam dos seus sonhos, por que se você acreditar neles, eles podem sim se tornar realidade.

Obrigada pelo convite, sucesso à todos e até a próxima.

A entrevista foi feita e respondida por escrito. Para consultarem a obra da autora na amazon, carregue aqui. 

domingo, 6 de dezembro de 2015

Perto do Paraíso - Judith Mcnaugth

Opinião:

Leitura fresquinha, acabada a noite passada. Foi mais um dos livros da autora que adorei. Uma história de amor inesquecível, com a sua quota de mistério que nos prende até à última folha. A autora retrata a sociedade inglesa dos finais do século dezoito como ninguém: sem máscaras mas também com todo o romantismo da época. O romance de Ian e Elisabeth leva-nos de Londres às terras altas da Escócia pelos campos de flores, neve, e pelos salões da alta sociedade onde jogos de sedução e poder eram jogados sob falsos véus de moralismo. O livro foi escrito em 1990 e publicado em Portugal este ano. O livro tem uma agradável surpresa: a inclusão de um casal que faz parte de outro livro, " Algo Maravilhoso". 

Sinopse:

Lady Elizabeth Cameron, condessa de Havenhurst, tem apenas 17 anos quando conhece Ian Thornton, um enigmático homem de linhagem misteriosa e reputação sombria. Numa época em que a alta sociedade adora escândalos e valoriza títulos e dinheiro acima de tudo, Elizabeth e Ian cometem o erro de se apaixonarem.
Ian não sabe que a jovem pertence à nobreza e pede-a singelamente em casamento. Um momento de intimidade que é testemunhado por Robert, irmão de Elizabeth. Desdenhoso, Robert revela que a irmã já está prometida a outro homem, um aristocrata, como manda a tradição. Ian fica destroçado perante a ideia de ter sido um mero objeto para a sua amada. Também Elizabeth se sente traída, ao pensar que ele não passa, afinal, de um caçador de fortunas. Mas a sua reputação já está irremediavelmente manchada.
Dois anos passam e os amantes voltam a encontrar-se. E mesmo após tanto tempo e tanta mágoa, os seus sentimentos revelam ser tão fortes como antes. Esta que promete ser uma segunda oportunidade para ambos será também o começo de uma dança de paixão e intriga, um caminho tortuoso desde os salões elegantes de Londres à beleza agreste das Terras Altas da Escócia… Um turbulento romance entre duas pessoas destinadas a ficar juntas, numa época em que o casamento nada tem a ver com amor.


domingo, 29 de novembro de 2015

De Amor e Sangue - Lesley Pearse


De Amor e Sangue é mais um livro de Lesley Pearse que foi traduzido para português. Lesley Pearse é a minha autora preferida no género e não podia deixar de divulgar aqui mais um grande romance desta escritora. Embora nos tenha chegada com alguns anos de atraso, valeu a espera. O livro foi publicado em 2006 e o título original é Hope (Esperança). Hope, a personagem principal é uma sobrevivente forte e carismática como todas as personagens da autora que nos faz manter colados ao livro ao longo de mais de seiscentas páginas. A trama do livro passa-se em Inglaterra nos meados do século XIX e Lesley mostra-nos - da forma especial que ela sabe fazer e escrever - a moral vigente na sociedade de Inglaterra. Descreve-nos o contraste social da época onde a riqueza estava nos bolsos da burguesia e dos aristocratas e os pobres ( como Hope), não passavam de criados dos ricos. A autora traz de novo para este livro um tema tabu naquela época : a homossexualidade.  Transporta-nos até à guerra da Crimeia fazendo-nos ter a sensação de estarmos no cenário de guerra, onde Hope e o seu amado vivem momentos de angústia.
 Hope atravessa cidades e continentes, perdes entes queridos e ganha outras relações, mas nunca baixa a guarda até ao final. Um romance cinco estrelas superior. Deixo-vos aqui uma entrevista  à autora publicada no blogue "As Leituras da Fernanda", um blogue sobre livros.   

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

SANDRA CASACA , a autora por detrás de "A Profecia"




Entrevista a Sandra Casaca, uma jovem autora e sonhadora no sentido que faz o mundo pular e avançar tal como nos diz o poema "A Pedra Filosofal". Uma mente aberta e sedenta de conhecimento, mas com muita generosidade e empatia com os outros. Sandra publica na amazon, como autora independente e no Wattpad, um site para escritores e leitores. 
Sandra Casaca vai estar na Biblioteca Municipal de Évora no dia 28 de Novembro de 2015 pelas 15 horas para nos apresentar em sessão publica, o seu livro " A Profecia" uma história baseada em factos reais que a autora tão bem compilou e transmitiu com todos os aspectos da cultura da época. A história passa-se no Alentejo, Vila Viçosa - no inicio do século XX - de onde autora é natural e, só pela recolha que ela fez sobre os costumes, cultura, e condições socioeconómicas da época, vale a pena ler, mas a história é deliciosa, sobretudo da forma tão própria como ela a conta. 

1)      Quem é a Sandra Casaca? Conte-nos um pouco sobre si.

A Sandra é uma jovem de 27 anos, licenciada em enfermagem e que divide o seu tempo entre os turnos no hospital, a leitura, a escrita e os estudos.
Desde muito cedo comecei o gosto pela leitura, ainda na fase de pré-adolescente.
Depois os livros passaram de juvenis a livros com nomes mais conceituados e assim fui crescendo no mundo da leitura.
Hoje em dia compro praticamente todos os livros que leio, o meu maior sonho é ter uma biblioteca em casa.

2) Por que escreve? Qual foi ou quais foram as motivações para escrever?
Lembro-me de quando era criança me pediam para escrever histórias para a aula de português, e escrevi sempre histórias de grande fantasia e acho que nessa altura já tinha uma imaginação muito fértil.
Hoje escrevo porque me liberta das coisas que se vivem no dia –a- dia. O tempo em que estou a escrever, a que chamo tempo criativo, é só meu e das personagens que descrevo nos livros. É um mundo à parte que nos permite viver várias vidas numa só, contamos histórias de pessoas e é como se vivêssemos lá.
No final quando se termina o livro é a sensação de dever cumprido que fica, de darmos vida aquelas personagens, dar-lhes voz e ao mesmo tempo aprender muito com elas, pois gosto de escrever livros históricos e isso exige sempre muita pesquisa.

3)      Quais são as maiores dificuldades de um escritor na sua opinião?
As maiores dificuldades prendem-se com o facto de muitas vezes querermos chegar a um determinado público e neste país não ser muito fácil.

4) Sandra, como escreve? Planeia a história antes ou escreve de forma intuitiva? Fale-nos um pouco sobre o seu processo criativo.
As ideias muitas vezes surgem-me depois de ouvir alguma música importante e nesse momento parece que se dá o click e a história surge na minha cabeça.
Tenho um caderninho de anotações onde registo nessa altura sobre o que vai ser a história e dou nome às personagens. Depois de lhes dar nome, é como se lhes desse vida e a partir daí e depois de feitas algumas pesquisas históricas, escrevo de forma intuitiva.

5) Como promove os seus livros?
Os meus livros são promovidos através das redes sociais a internet é verdadeiramente um mundo, através de amigos e conhecidos.

6) Deixe uma frase de motivação para quem quer começar a escrever.

Não pensem que escrever é só para pessoas conhecidas e famosas, todos nós temos histórias a contar e passa-las para o papel é uma arte que está acessível a todos. Acreditem em vocês mesmos. 

domingo, 22 de novembro de 2015

O diálogo interno das personagens – 5 aspectos importantes


1 - O diálogo interno replica a vida real.

Quando escrevemos, nós queremos que o nosso trabalho seja sentido como autêntico (mesmo que se passe num planeta estranho, inclui mágica, ou tem dragões e elfos que vivem ao lado do nosso personagem. Queremos que o leitor sinta que essas pessoas (ou seres estranhos) poderiam ter vivido e feito as coisas que descrevemos. Quando me lembro do Harry Potter, penso sempre que aqueles seres estranhos existem mesmo e é isso que dá magia ao livro ao filme (confesso que só vi os filmes) e nos mantêm colados à história.
No dia-a-dia, estamos sempre percebendo coisas acontecendo ao nosso redor, tentando resolver problemas, e conversando com mais ou menos intensidade. Se quisermos que nossos personagens pareçam reais, é preciso que eles façam a mesma coisa. Os personagens pensam e falam consigo próprios, ou seja, estabelecem um diálogo interno que nos transporta ao longo do livro.

Como aplicar isso ao nosso livro de ficção:

Certifique-se de que o seu personagem reage a acontecimentos importantes por meio do diálogo interno. Por exemplo, se revelar uma de informação chocante o personagem tem que reagir ( chora, grita, fica sisudo, etc…) sozinho e deixando fluir os seus pensamentos através do discurso interno. Só assim o leitor se interessa pela história, caso contrário o leitor abandona-a. Se você estiver a ler um livro onde aconteceu um drama ao personagem e ele fica igual – a não ser que seja propositado, como ficar em choque – você também não vai gostar pois não? Lembre-se que a ficção é suposta ser "melhor" do que a vida real em alguns aspectos. Isso significa que não devemos partilhar cada pensamento que passa pela cabeça de nosso personagem, mas apenas os que são importantes, senão corremos o risco de um livro se tornar aborrecido e o personagem também. Nós só partilhamos os pensamentos que importam para a história, inclusive para o crescimento emocional do personagem.

 2 - O diálogo interno cria uma ligação mais profunda entre o leitor e os personagens.

Para um leitor que investe o seu tempo a ler a nossa história, precisa de se importar com que acontece ao personagem. O diálogo interno é uma das ferramentas à nossa disposição para fazer o leitor se importar porque ele cria uma ligação íntima entre o leitor e o ponto de vista do personagem. Nós ouvimos os seus pensamentos, da mesma forma que ouvimos os nossos, o que nos permite como leitores, partilhar os seus sentimentos e preocupações, experimentando-os como nossos. Conhecemos melhor o personagem, e ele fica mais real para nós por esse motivo.

Como aplicar isso ao nosso livro de ficção:

Uma grande parte do diálogo interno resume-se a que o nosso personagem forme opiniões sobre o que está acontecendo ao seu redor. Certifique-se que a deixa julgar e interpretar os acontecimentos e as pessoas que encontram. Isso mostra a sua personalidade de uma forma profunda e pessoal, porque o personagem não está tentando colocar uma máscara para o mundo exterior. Os seus pensamentos privados são destinados apenas para si. Eles são honestos e crus. Se no final o personagem descobrir que afinal estava errado ainda mais credibilidade vai ter junto do leitor. Há dia uma leitora comentava comigo, acerca do meu livro A Prenda da Noiva que o factor surpresa e o diálogo interno da personagem não a deixavam despegar do livro. Para além de ficar muito “babosa”, é sempre muito gratificante receber respostas gratificantes dos nossos leitores, levou-me a pensar em escrever sobre esse tema.  

 3 - O diálogo interno ajuda a controlar o ritmo do livro.

A estimulação do leitor na ficção é como criar o passeio perfeito numa montanha russa. Se você subiu uma montanha-russa, e a seguir cai no precipício não houve antecipação do que irá acontecer a seguir, portanto não teve graça. Para ser bom tem que passar por vários níveis. Na escrita tem que existir um planeamento rigoroso do andamento do livro e, no caso do diálogo interno da personagem, passa por ir desvendando aos poucos a sequência da acção.

Como aplicar isso ao nosso livro de ficção:

Se todo o nosso livro é composto de cenas de acção de alta velocidade, os nossos leitores vão ficar tão aborrecidos como se em todo o nosso livro o personagem fica sentado e é só pensamento. Precisamos do diálogo interno para criar a expectativa para a acção, permitir que o leitor respire e se prepare para a próxima cena. Para fazer isso, devemos ter pequenas sequelas, seguir o nosso personagem em adiamentos e indecisões até à decisão final, que pode ser certa ou errada. No meu próximo livro “Cortesã de Luxo”, a personagem principal resiste bastante a enveredar pela vida que abomina e rejeita e, antes que o leitor a veja cair ela tem várias “quedas” mais pequenas que induz o leitor a ter esperança e até a formular o próximo passo da personagem.

 4 - O diálogo interno minimiza a confusão ao revelar motivações.

O coração da ficção é o “porquê”. Porque é que o nosso personagem principal está agindo daquela forma? Por que ela quer alcançar seu objectivo tão depressa que ela está disposta a sofrer as possíveis consequências?
Quando essas motivações não são claras para o leitor, este acaba quer sentir-se confuso ou menos preso à história. Quando o leitor não sabe ou não entende as motivações do nosso personagem e as suas acções parecem aleatórias e estúpidas convém não o deixar muito tempo nessa situação.

Como aplicar isso ao nosso livro de ficção:

Tem que ser claro quanto às acções do personagem, porque é que ela está fazendo aquilo ou tomando aquela decisão. Se não for claro o leitor abandona o livro. Não perca muito tempo em descrições que não levam a lado nenhum, apenas são palavras para encher o texto. 

 5 - O diálogo interno transmite informações que não podem ser dadas de qualquer outra forma.

Se, por exemplo, você tem um personagem que precisa enganar todos ao seu redor, você vai pôr a agir de uma maneira e pensar de outra. Outro exemplo disso são as influências que os nossos personagens sofrem e porque eles agem de determinada forma.

Eles não podem pensar que os eventos do seu passado estão influenciando a sua vida, porque eles não teriam nenhuma razão para falar sobre isso com mais ninguém e o livro acabaria, mas podemos fazer o leitor ficar ciente da importância do passado do personagem através de seus pensamentos, do diálogo interno.

Como aplicar isso ao nosso livro de ficção:

A chave é partilhar uma única história de fundo que é essencial para todo o livro e alimentar a história com um conta-gotas, ou seja, aos poucos, e usar um evento no presente para accionar os pensamentos do nosso personagem sobre os acontecimentos passados. Em “A Cortesã de Luxo”, um acontecimento político da época (1938) em Portugal, junta o par amoroso do livro.


Caros leitores. Apresento-vos a minha marca de autora independente. O próximo livro a ser publicado e finais de Janeiro terá este símbolo na capa e sempre que o vejam associem-no aos meus livros, aos livros de Lídia Craveiro. A autora deixou o pseudónimo por enquanto. Seria caso para um titulo do género:
 “ A autora que matou o seu pseudónimo”?



Com  afecto, até ao próximo post. Nas próximas semanas vou dedicar-me na integra ao livro.  


quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Posturas de leitura


Hoje trago-vos algumas sugestões de posições de leitura. Para os viciados em ler - como eu -, de vez em quando surgem as dores nas costas, membros, e dores reflexas, como dores de cabeça, provocadas pela má postura. Aqui ficam as sugestões encontradas num blogue de leitura. 

sábado, 14 de novembro de 2015

A Profecia - Sandra Casaca

Hoje venho apresentar-vos um livro muito especial escrito por Sandra Casaca, e digo especial porque conta-nos uma história passada com gente do Alentejo no inicio do século passado. A autora fez uma pesquisa intensiva sobre a cultura do povo alentejano na época. Originária de Vila Viçosa, Alentejo, fala da sua gente, do meio onde cresceu e da cultura que conhece tão bem.  Sandra Casaca é uma jovem autora que  está a dar os primeiros passos na literatura. Podem ver uma amostra do livro aqui. Em breve sairá uma entrevista com a autora que vai fazer o lançamento publico do livro no dia 28 de Novembro às 15 horas na biblioteca pública de Évora.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Entrevista concedida a Eldes Saullo - Livros que vendem


Eldes Saullo escreve livros para escritores, blogueiros e para quem tenha interesse em marketing digital. É professor, escritor best-seller da amazon.com e descobriu os meus livros na amazon. A partir dai convidou-me para uma entrevista, publicada no seu site, que podem ler aqui na integra. Agradeço esta oportunidade ao Eldes.