sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Como publicar o seu livro de forma gratuita



Publicar um livro em Portugal sem ser uma figura mediática, ou um escritor com nome feito, é uma aventura  daquelas que não trazem qualquer tipo de prazer. Se já tentou ou anda a tentar, sabe do que falo. 
 Se tiver um nome em qualquer revista socialite, pode crer que uma editora  - uma, mesmo a sério - lhe proporá um contrato e um gowstwriter que faça o trabalho por si. Basta dar o nome e a cara e em breve verá o seu livro distribuído pelas livrarias do país, como tem acontecido com muita gente que a única coisa que fizeram foi aparecer na televisão, por um motivo qualquer, que não interessa nada, mas que capta audiências. Nada contra, se os escritores que o são a sério, que escrevem os seus próprios livros e que tentam singrar no meio literário, tivessem alguma oportunidade de verem o seu trabalho avaliado da mesma forma. Nada disso se passa em Portugal. A maioria das editoras não recebem originais e as que recebem demoram meses a responder, ou não respondem, e as outras - as falsas editoras que proliferam no mercado - só querem ganhar dinheiro à custa do escritor, porque, publicam, mas pedem uma módica quantia entre mil a dois mil euros para editarem o livro e o autor fica com a tarefa de vender os livros sozinho.Uma editora a sério, não pede dinheiro pela edição do livro. 
 Algumas dessas editoras fantasmas já fazem distribuição para algumas livrarias, mas, mesmo assim, alguns autores que começaram a publicar dessa forma, escapam dessa armadilha assim que podem. Foi o caso de Pedro Chagas Freitas, cujos livros passaram a aparecer nos escaparates das livrarias com outro selo e rapidamente deu o salto na notoriedade que merece - dentro do estilo - apesar das muitas vozes que se levantam para o denegrir. Ainda me lembro de comprar dois livros ao Pedro - autografados -  e que me enviou pelo correio. Hoje basta ir a uma livraria e comprá-lo. Tornou-se bestseller de um dia para o outro.

Passemos esta fase das constatações mais que batidas.

Tem um livro escrito e está farto de correr de porta em porta sem que lho publiquem, ou pior, ninguém se digna sequer dizer-lhe «isso está uma merda, não vale nada, muda de hobby, dedica-te à plantação de nabiça, qualquer coisinha que lhe tire as duvidas», para que perca de vez as suas ilusões de ser um escritor português publicado.

Bateu na porta das FALSAS EDITORAS e viu-se esmifrado do seu dinheiro, para poder adquirir uns cem exemplares que depois ainda tem que ir vender aos conhecidos e amigos, que só por vergonha lhe dizem que sim? Não é que o seu trabalho não seja bom, mas convenhamos, os amigos e familiares raramente lêem o seu trabalho e, vender a desconhecidos, que não o conhecem como autor, ainda é mais difícil

Mandou exemplares via e-email para uma editora, acompanhado da respectiva carta de apresentação e sinopse do seu livro, há pelo menos seis meses - tanto tempo que até já se tinha esquecido - e ninguém lhe responde?

Mandou uma cópia para uma editora que abriu uma excepção  de receber manuscritos de novos autores na categoria romance e nem sequer se deram ao trabalho de lhe sugerir mudanças ou de descartarem o interesse do seu livro para a editora, fazendo-o sentir-se o pior das escritores à face da terra, mesmo depois dos seus livros terem boas avaliações numa plataforma de auto-publicação?

Pensou em auto-publicar em Portugal, numa editora portuguesa ( há várias que aceitam autores independentes) e, depois de ler o contrato percebeu que "era furada" parafraseando os brasileiros. Há pois é! Não paga para publicar, mas perde os direitos do seu livro durante anos, para além de ser ameaçado de uma série de processos, caso não cumpra o contrato. Percebeu então que não recebe nada dali, não é verdade? Esqueça. Não vale a pena. 

Caro(a) escritor como eu compreendo o seu drama! Por isso tornei-me uma adepta fervorosa da auto-publicação - à semelhança do que fazem muitos americanos, brasileiros, ingleses, espanhóis entre outros), desde que a AMAZON, KOBO, GOOGLEPLAY, ITUNES, SMASHWORDS entre outras, lançaram as suas plataformas digitais. O sucesso é de tal forma, em percentagem de vendas, que as editoras convencionais colocam lá os seus livros. 

Em Portugal não existem agentes literários que peguem no seu livro, depois de o analisarem e perceberem que tem potencial de sucesso, e o recomendem a uma editora, à semelhança do que é feito noutros países. Acham que AS CINQUENTA SOMBRAS DE GREY, tinham sido o sucesso de vendas, que foram, e são - independentemente de se gostar do género ou não - se a autora fosse portuguesa? Não, claro que não, ainda por cima porque a autora era uma desconhecida que começou a publicar o seu livro no Wattpad, uma plataforma gratuita para autores e leitores. 
Acham que o HARRY POTTER, tinha tornado a sua autora numa das mulheres mais ricas do Reino Unido se fosse portuguesa? Claro que não!
Qual a diferença entre Inglaterra e Portugal - só para citar um exemplo -, no aspecto editorial? Os ingleses não são melhores nem piores, a seriedade com que tratam a cultura e acarinham os seus autores é que é diferente. Lesley Pearse - uma das minhas autoras preferidas -, passou de funcionária dos correios para uma das autoras que mais vendem no mundo e isto depois dos cinquenta anos.  
Fantasia, Erótico, Romance são categorias da literatura como outras quaisquer. Ou não? Henry Miller, escrevia erotismo e é considerado um clássico no seu género? Annais Ninn, de igual forma...adiante. 

Todo este parafraseado só para dizer, que enquanto o mercado editorial português andar à caça de nomes sonantes e não de boas histórias, mais vale desistir e publicar por sua conta numa das plataformas digitais, que não lhe cobram um cêntimo e no final do mês lhe depositam o dinheiro dos seus royalties sem demoras na sua conta.
E vende? Quem garante que o que escreve é bom, tem qualidade suficiente? Vende sim, desde que tenha qualidade e os leitores voltam sempre em busca de mais livros seus.  
 Um dia uma proprietária de uma livraria - escandalizada por eu ter vários livros publicados na amazon, sem qualquer editora convencional por trás, também me perguntou o mesmo. 
 A resposta é simples, e igual à que dei à senhora livreira na altura: o público, os leitores, garantem a qualidade. São esses que lhe vão avaliar a sua obra. E garanto-lhe que não o enganam. Se não gostarem não avaliam, ou apontam as falhas e limitam as suas vendas, em suma, obrigam-no a melhorar ou a desistir, por isso, quando colocar um trabalho lá fora, garanta que a história não tem falhas, está bem escrita, não tem erros etc.  

Então, se faz parte dos que não encontra quem lhe publique o seu livro - seja qual for o género - , não desespere mais. Pode faze-lo na AMAZON,  AQUI,  E AQUI.  E receba o seu dinheiro AQUI.
Recomendo a amazon, porque é a plataforma que conheço melhor e, na minha opinião, mais fácil de utilizar e que disponibiliza muitas ferramentas gratuitas, para que possa publicar de graça. 


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1 comentário:

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